50 ANOS DA OAB RONDÔNIA - por Andrey Cavalcante

Parece que foi ontem!
A expressão, usada especialmente e à exaustão pelos poetas, ajusta-se perfeitamente ao sentimento que nos envolve a todos quando a passagem do tempo subverte o controle linear do relógio. 
É o que os filósofos caracterizam como “tempo da alma”. 
O qüinquagésimo aniversário de fundação da OAB Rondônia tem o condão de evocar tais sentimentos. 
A consolidação do empreendimento incorpora a capacidade de adensar, acumular e apinhar a passagem do tempo. 
Como se a filosofia tomasse emprestada a relatividade de Einstein para aplicá-la ao sentimento humano.
O professor Clóvis de Barros Filho, palestrante e Best-Seller, aponta como natural essa contração temporal, que obviamente nada tem a ver com a ciência, com a física, pois que sentida na alma. 
Ele explica que isso acontece em relação a determinado evento humano como indicativo de deleite, prazer, plenitude e realização. 
Por isso, o tempo da alma se adianta ao tempo do relógio. “Quando a experiência é plena, quando o que está acontecendo é bem sucedido, nós não nos permitimos o flagrante do passar do tempo” – diz o filósofo.
Daí o orgulho de fazer parte desta instituição, que completa 50 anos, mas parece ter nascido ontem. 
Uma iniciativa que, apesar de ter exigido tamanho esforço e dedicação, tanto trabalho, tanta luta, tanto suor, já nasceu consolidada. 
A iniciativa daquele reduzido grupo de advogados encontrou dificuldades até para compor o grupo diretor da nascitura Seccional rondoniense da Ordem, naquele ano de 1974. 
Mas daquele ato singelo resultou, por exemplo, aquilo que dificilmente permitiria então imaginar: sua importância na instalação, pouco tempo depois, de um novo estado da federação. 
Era algo que, até então, apenas ocupava os sonhos das mais otimistas lideranças.
A OAB Rondônia já nasceu, portanto, com um imenso desafio institucional agendado.
Desde então, cada nova diretoria recebia, praticamente incorporada ao termo de posse, uma cota própria de dificuldades e desafios a superar.
Tamanho volume de responsabilidades estatuiu, na consciência de cada advogado, a necessidade de permanente aprimoramento, criatividade e inovação. 
O somatório de todo esse empenho consolidou a OAB Rondônia como a hoje poderosa e nacionalmente respeitada Casa da Advocacia rondoniense. 
Uma obra magnífica que pertence a cada um de nós, advogados. Mas tem origem e destinatário final na cidadania, no cidadão, na defesa do estado de direito e na perspectiva de pleno acesso à Justiça. 
Nossa representatividade sempre esbarrou no reduzido número de advogados de uma seccional recém nascida, de um estado igualmente neonato, quando comparado às demais unidades da federação. 
Conseguimos superar isso com a união da categoria e aprimoramento qualitativo, atributos a partir dos quais conquistamos o respeito de que nossa advocacia pode hoje se orgulhar. 
Predominou em nosso meio, desde sempre, o irrestrito, pleno e cabal apoio à jovem advocacia, aliado à universalização sistematizada da consciência do direito e valorização dos princípios éticos e democráticos. 
Além do amor incondicional, generoso, altruísta e infinito à nossa profissão e à instituição que nos congrega e nos une.
A alguém talvez possa parecer ousadia. Preferimos ficar com Fernando Pessoa, quando afirma que “Tudo é ousado para quem a nada se atreve”. 
Precisamente por isso, cada nova comissão dirigente jamais se permite desviar das responsabilidades na gestão do legado das administrações precedentes, que lhes foi confiado pela generosidade da advocacia rondoniense.
Acredito que a primorosa definição do jurista e professor Pedro Serrano enquadra-se à perfeição à nossa concepção filosófica daquela imensa, proeminente e magnífica responsabilidade. 
Ele explica que os direitos não foram conquistados com longos e belos textos assentados em papel luxuoso. 
Ou perfumados, como as antigas cartas apaixonadas. 
Ao contrário, foram conquistados por décadas de lutas. 
À custa de muita dor e sofrimento, muito sangue nas calçadas, muita humilhação e morte. 
“Aqueles heróis nos entregaram esse tesouro: a cidadania, o direito a ter direitos” – afirma ele, para acrescentar: 
- “Edmund Burke estabelece que o direito não é conquista de uma geração. Não pode ser uma decisão firmada só entre os vivos. 
É um legado de gerações passadas que nos foi entregue com o compromisso de passá-lo às gerações futuras”. 
O que somente é possível na democracia, dentro do estado democrático de direito e do absoluto respeito à constituição.
Parabéns à OAB Rondônia.
Direito ao esquecimento
Você acha que a Expovel ainda é um grande evento?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS