COLUNA SEMANAL: Além de fumaça, cada rondoniense já consumiu 26 Kg de veneno em 2024

A coluna traz também fumaça em RO; Eleição está apenas começando; Hildon Chaves faz um balanço da gestão na prefeitura da capital

COLUNA SEMANAL: Além de fumaça, cada rondoniense já consumiu 26 Kg de veneno em 2024

Foto: Divulgação

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Desabafo
 
“E como fica o coração de uma mãe sabendo que a estação que mede a qualidade do ar, localizada na escola de sua filha está medindo o dobro do valor considerado péssimo e a única atitude do governo do estado foi suspender AUTORIZAÇÃO DE FOGO (28/08/2024) depois de decretar ESTADO DE EMERGÊNCIA (26/08/2024). Isso sabendo que estamos em período de seca histórica desde 2023. E o município, nem se pronuncia porque o que interessa mesmo é a campanha política”. Esse é o comentário, ou melhor,  um desabafo, de uma mãe em uma rede social preocupada com a seca e a fumaça que invadiram Porto Velho na última semana. Ela também não poupou as autoridades estaduais e municipais.
 
 
Ar Perigoso
 
 
 
 
Certamente, essa insatisfação não é somente dela, mas da maioria dos moradores da capital rondoniense que estão enfrentando a pior estiagem que esse Estado já viu. A fumaça que envolve não apenas Porto Velho, mas Rondônia inteira fez com que, segundo o site www.iqair.com , nas últimas semanas o ar na capital, fosse classificado como perigoso para o ser humano. Isso é uma tragédia anunciada para a população rondoniense. Aumento de pacientes com problemas respiratórios já é notado nas unidades de saúde locais. O aeroporto de Porto Velho está fechado para pousos e decolagens, devido a baixa visão para essas operações. As razões para essa situação, já são mais do que sabidas. Estão na queima desenfreada e, segundo a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, nos incêndios causados por ação humana, ou seja, criminosos.
 
 
Chaminé
 
 
 
 
Em meio a essa clima de chaminé de siderúrgica em que se encontra o nosso Estado, o Governo de Rondônia lançou um decreto, na última quarta-feira(28), um decreto proibindo por 90 dias as queimadas em Rondônia. Segundo a postagem na página do Governo no instagram, a ação é para proibir o uso de fogo controlado em todo o  território rondoniense. A pergunta é: e o fogo descontrolado, como fica? Talvez tenha sido um erro de redação de quem fez o post! Outro decreto cancelou o desfile de 7 de setembro e outro alertou a população para evitar atividades ao ar livre(se é que existe esse tipo de ar em RO atualmente). No entanto, não se nota nenhuma medida para punir os incendiários e aumentar a fiscalização. Sem isso, dificilmente, a fumaça vai continuar a transformar a vida dos rondonienses em um verdadeiro inferno!
 
 
Só 90 dias
 
 
O decreto deveria proibir qualquer tipo de queimada em todo o Estado, e não por apenas 90 dias mas, no mínimo, pelo dobro desse tempo. Vale lembrar que desde o ano passado, órgãos como o Ibama, o Censipam, Unir entre outros que atuam com análise de dados sobre o meio ambiente já haviam alertado para a iminência de que a estiagem de 2024 seria mais intensa e com duração maior que a de 2023, devido ao fenômeno El Nino, que bagunça o clima em todo o mundo. Além dele, tem também as derrubadas das florestas e outros crimes ambientais que são combustíveis para essa situação. 
 
 
 
Desculpas
 
No entanto, ao que parece, resolveram pagar para ver e chegamos aonde chegamos, com a quase impossibilidade de conter essas queimadas. Alguns já estão dizendo que a fumaça que invadiu Rondônia não foi produzida aqui, mas na Bolívia, no Sul do Amazonas e no Mato Grosso, e o vento a trouxe para o nosso estado. Balela pura! O site https://panorama.sipam.gov.br/painel-do-fogo/# desmente essas afirmações e mostra que tem fogo em Rondônia, em especial, em áreas de preservação, como a Floresta Nacional Jacundá e a Terra Indígena Uru-EU-Wau-Wau. A esperança de chuvas nos pŕoximos dias, esqueça. A previsão é de que as primeiras gotas somente no final de outubro. Isso quer dizer, que teremos longos dois meses para nos livrarmos de todo esse transtorno. Tomara que o que está ocorrendo tenha, no mínimo, servido de lição para que as autoridades rondonienses se preparem com antecedência e tenhamos em 2025, um ar de melhor qualidade nessa época do ano. 
 
 
Ar puro
 
 
Mas tem gente de Rondônia que não pensou duas vezes quando viu a fumaça invadir o nosso Estado. Pegou o avião e foi para outros paraísos do país, até a fumaça sumir. Um vídeo feito por uma socialite local, viralizou nas redes sociais nos últimos dias. A bela disse que estava nos famosos lençóis maranhenses feliz por estar respirando um ar puro e limpando os pulmões. Quem pode, pode! Viva La Vida!
 
 
Eleição
 
 
 
O clima eleitoral, assim como a fumaça, também tomou conta de Rondônia. Na capital, os candidatos a prefeito e vereador estão gastando sola de sapato, gasolina e…. muita conversa para convencer e conquistar o voto e coração do eleitor portovelhense. Todos têm em mente que a disputa será acirrada e qualquer voto conta. Nada pode ser desprezado!
 
 
Pesquisa
 
 
 
Na última semana, saiu mais uma pesquisa eleitoral para prefeito de Porto Velho. O resultado causou mais desconfiança que concordância. Segundo os números da Quaest, na pesquisa estimulada, a candidata Mariana Carvalho (União Brasil) está com 51%; seguida por Léo Moraes(Podemos) com 18%; Juíza Euma Tourinho (MDB) com 4%; Célio Lopes (PDT) tem 3%; Samuel Costa (Rede) aparece com 2%; Ricardo Frota (Novo) e Benedito Alves (Solidariedade) têm 1% cada. Na pesquisa espontânea, aquela em que o entrevistado diz em quem vai votar sem ser dada qualquer alternativa para ele escolher os nomes dos candidatos, houve uma mudança de cenário em relação aos números, mas não em relação à classificação. O resultado foi o seguinte: Mariana Carvalho (União Brasil): 19%; Léo Moraes (Podemos): 3%; Juíza Euma Tourinho (MDB): 1%; Samuel Costa (Rede): 1%; Célio Lopes (PDT): 1%; Dr. Benedito Alves (Solidariedade): 0%; e Ricardo Frota (Novo): 0%.
 
 
 
Cedo para a Vitória 
 
 
Mas como pesquisa eleitoral é uma previsão de cenário naquele momento do pleito, muita coisa, mas muita coisa mesmo, pode mudar até o dia da eleição. Não podemos nos esquecer, que o eleitor de Porto Velho adora colocar os institutos de pesquisa no bolso e desacreditá-los. Um exemplo foi o atual prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, na primeira eleição dele. Era totalmente desconhecido, nem pontuava nas pesquisas e, no entanto, venceu a disputa. Além disso, o horário eleitoral gratuito no rádio e tv começou ontem(30), o que deve influenciar o eleitor. Paralelo a isso, tem também os eleitores indecisos, que podem impactar bastante no resultado da eleição. O que tudo isso mostra é que é muito cedo para qualquer prefeitável cantar vitória. O negócio é ir para rua mesmo e conversar olho no olho com o povão. Essa receita é a mais antiga e eficaz!
 
 
Hildon Chaves e Léo Moraes
 
 
 
Essa semana o Programa Conexão Rondoniaovivo, apresentado pelo jornalista Ivan Frazão, conversou com o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves(PSDB) e com o candidato a prefeito da capital, Léo Moraes(Podemos). Assista as entrevistas clicando nos nomes.
 
 
Veneno
 
 
 
Como se já não bastasse a fumaça que domina Rondônia, um outro problema também ambiental deve ser motivo de preocupação por parte das autoridades e da população. Trata-se da quantidade de agrotóxico que é vendido em nosso Estado. Segundo o Relatório de Comercialização e Importação dos Agrotóxicos, atualizado diariamente e fornecido pela Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia(Idaron), de janeiro de 2024 até o mês de julho deste ano, já foram comercializados no Estado 42.268.574,12 quilos de agrotóxicos, que vieram embalados em 5.300.654 embalagens. Esses números do Idaron mostram que cada morador de Rondônia consumiu em média 26,73 quilos de agrotóxicos desde janeiro até julho. 
 
 
Agrotóxicos
 
A maior parte desses venenos foram usados nas plantações de soja, milho e em pastagens. Os municípios que mais fizeram uso dos agrotóxicos foram Cerejeiras, Corumbiara e Pìmenteiras. Já os três agrotóxicos mais usados foram: roundup, triclon e glyphotal. No Brasil, 14.549 pessoas foram intoxicadas por agrotóxicos, segundo dados de um levantamento inédito feito pela Agência Pública e Repórter Brasil, com dados de 2019 a março de 2022 do sistema de notificações do Ministério da Saúde. Os números ainda que as intoxicações por esses produtos levaram a 439 mortes — o que equivale a um óbito a cada três dias. Nesse período, o Brasil bateu o recorde de aprovações de pesticidas, com mais de 1.800 novos registros, metade deles já proibidos na Europa. O Brasil é um dos três países que mais consomem agrotóxicos no mundo. Diante desses números, é necessário exigir mais fiscalização nesses produtos. 
 
 
 
Doenças
 
Estudos científicos no mundo todo têm evidenciado a relação entre o uso de agrotóxicos e diversas doenças, como: leucemias e outros cânceres; alterações neurológicas (como o Mal de Parkinson); lesões no fígado, pele e pulmão; alergias, alterações hormonais, problemas comportamentais e de saúde mental. Outros estudos sugerem alterações genéticas e má formação em animais. Uma visita ao Hospital do Amor, que trata pacientes com câncer vindos de Rondônia e dos estados e países vizinhos pode comprovar essa triste realidade. Aliás, é digno de aplausos, respeito e apoio, o trabalho desenvolvido por esse centro de saúde em Rondônia. Agora, os danos que os agrotóxicos têm causados são muitos e não lucro que compense os danos que eles vem causando à toda sociedade!
 
 
Quase desabando 
 
 
 
De Guajará-Mirim chega a informação de que o museu da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, localizado no município, está abandonado. É muito triste assistirmos uma importante parte da história de Rondônia nestas condições. A pergunta que fica é: onde estão os órgãos responsáveis por esse espaço? Veja a reportagem publicada no Rondoniaovivo
 
 
Festival
 
Uma boa pedida para o final de semana é o já conhecido e tradicional festival de praia da Comunidade da Vila Calderita. O evento começou ontem(30) e acontecerá em dois finais de semana. Nos dias 7 e 8 de setembro, teremos o festival “Nas ondas da Natureza”. O festival é organizado pela AMAVICA (Associação dos Moradores e Amigos da Vila Candelária). Nesse calor e nessa fumaça, sair de Porto Velho ajuda a relaxar!
Direito ao esquecimento
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