Glaucione destaca projeto para analisar danos causados por mercúrio
Foto: Divulgação
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Parlamentar defende coleta de sangue do cordão umbilical para apurar dosagem do metal pesado
Em seu pronunciamento na sessão ordinária desta terça-feira (17), a deputada Glaucione Rodrigues (PMDB) destacou o projeto de lei de sua autoria que dispõe sobre a coleta obrigatória de sangue do cordão umbilical de todos recém-nascidos que venham da bacia do Rio Madeira, nos hospitais obstétricos do SUS, para dosagem de mercúrio, em Rondônia.
A parlamentar fez um apelo à Mesa Diretora para que o projeto, que desde março tramita nas comissões da Casa de Leis, tenha sua apreciação acelerada, pois segundo ela, trata do estudo de malformações congênitas na população de natos do Hospital de Base de Porto Velho, que vem ao encontro de uma possível relação com um poluidor ambiental extremamente grave presente nas águas e pescado do rio Madeira.
Glaucione citou que o mercúrio tem sido considerado um poluente do mais alto risco à saúde humana, sendo, por isso, um dos mais bem estudados. No entanto, ressaltou a parlamentar, que apesar de tal comprovação, o fato é que nunca se dirigiu a atenção necessária para dados que possam correlacionar as malformações congênitas fetais, principalmente de origem neurológica, à presença de índices elevados de mercúrio na região.
Com base em estudos, a parlamentar informou que se estima que na última corrida do ouro, nas décadas de 80 e 90, a quantidade de mercúrio lançada no ambiente pelos garimpos tenha ultrapassado duas mil toneladas. Somado a isso, cerca de 200 mil toneladas de mercúrio também foram lançadas pelos espanhóis e portugueses durante o período colonial e pós-colonial na América Latina e Central.
“Dessa forma, podemos chegar a um passivo considerável de poluição ainda ativa”, ressaltou Glaucione.
A parlamentar alertou para o fato de que o mercúrio não desaparece no meio ambiente, mas é absorvido pelos peixes e seres humanos, ou entra em ciclo no meio ambiente e retorna aos rios.
“Grandes quantidades permanecem depositadas no fundo dos rios, principalmente no Madeira, alvo de exploração garimpeira durante décadas e que foram novamente retirados devido à movimentação necessária desta parte do ecossistema durante a construção das usinas de Santo Antônio e Jirau”, alertou a parlamentar.
Segundo Glaucione, considerando todos os riscos já existentes e futuros, a realização da coleta de sangue do cordão umbilical de recém-nascidos para dosagem de mercúrio deve ser obrigatória.
A parlamentar enfatizou que o tempo de pesquisa será estimado em um total de cinco anos, porém, a equipe coordenadora poderá realizar intervenção a qualquer momento se os resultados demonstrarem necessidade, através dos meios necessários para a preservação de vidas.
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