TCU vê irregularidades em decretos assinados por Temer e Dilma
Foto: Divulgação
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Parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) vê "relevantes indícios de irregularidades" em decretos assinados pela presidente Dilma Rousseff que abrem créditos suplementares de R$ 95 bilhões ao Orçamento de 2015. Essas operações embasam o pedido de impeachment da petista por suposto "crime de responsabilidade" sob avaliação da Câmara.
Análise preliminar do TCU, obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo, identifica potencial ilegalidade em sete decretos editados no ano passado, o que seria uma reincidência. Ao dar parecer rejeitando as contas de 2014, a corte havia considerado irregulares outros sete atos, cinco subscritos por ela e dois pelo vice Michel Temer. O TCU está dividido quanto à responsabilidade de Temer, que rompeu com Dilma e tem atuado pelo impeachment, embora assine parte dos decretos.Nos dois anos, as aberturas de crédito ocorreram quando o governo havia enviado ao Congresso projetos para reduzir a meta fiscal, pois já reconhecia queda na arrecadação e no superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida). Quando os decretos foram editados, o Legislativo não havia votado as alterações. Ou seja, os atos ampliariam despesas num cenário de comprometimento das contas públicas.
A Lei Orçamentária só permite abrir créditos suplementares compatíveis com a meta vigente. Além disso, a Constituição veda esse tipo de operação sem autorização do Legislativo. Os juristas Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo e Janaina Paschoal, autores do pedido de impeachment, dizem que houve crime de responsabilidade fiscal por violação a esses dispositivos.Os decretos de 2015 foram editados entre 28 de julho e 3 de setembro, período em que a proposta de alteração da meta sugeria apertar os cintos. Em dezembro, como mostrou o Estado, o tribunal já havia aberto inspeção na pasta e na Presidência para levantar documentos que embasaram a edição dos decretos. Se confirmado o entendimento em relação a 2015, o governo poderá ter as contas do ano rejeitadas
'Legalidade'
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