Corrupção é tema de debate na Assembleia Legislativa
Foto: Divulgação
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Em apoio à campanha do Ministério Público Federal, o deputado Ribamar Araújo (PR), realizou audiência pública na manhã desta sexta-feira (18) para discutir o combate à corrupção. Os debates aconteceram no plenário da Assembleia Legislativa.Ribamar ressaltou que diante dos fatos divulgados nos últimos meses e em especial nesta semana, “mais do que justificam o debate e que todos devem buscar combater este mal que corrói a estrutura de todos os governos”.
Os políticos, como representantes do povo, afirma Ribamar, devem estar atentos aos apelos que vem das ruas. “É preciso moralizar o país, antes que a corrupção acabe com ele”.Representantes dos poderes estadual e federal expuseram a indignação pela situação vivida no país e da necessidade de atitudes enérgicas por parte da sociedade. Muitos ressaltaram a necessidade de investimentos constantes em educação e em leis mais enérgicas como alternativas, para a tentativa de erradicação da corrupção.
Depoimentos
O representante da OAB, Gustavo Adolfo, disse ser uma honra participar deste oportuno debate que corrói todas as esferas do poder no Brasil. Disse que a Seccional Rondônia é favorável ao impeachment e que não possuem partido, “nosso partido é o Brasil”.O Grão Mestre das Grandes Lojas Maçônicas (Glomaron), Aldino Brasil, disse que o momento em que vive a sociedade passou por três crises: política, financeira e a principal que é a moral. “A Maçonaria não poderia se esconder neste momento e participar das ações contra a corrupção”.Teríamos mais dinheiro para investimentos na saúde, educação e estradas, sem a corrupção, afirmou Aldino. Ela está dentro de todos os políticos e partidos. A Lei de iniciativa popular, defendida pela Maçonaria, seria um escudo a defender o Brasil deste grande mal.
O delegado geral da Polícia Civil, Eliseu Muller de Siqueira, afirmou que este é um momento de instabilidade social, especialmente a quem conhece a história. Já ouço falar de um pré-64. “Isso é preocupante”. Afirmou que é preciso punir severamente aqueles que se corrompem e tiram dos mais necessitados as oportunidades, pois desviam os recursos.Disse que desde 2011 trabalha na Polícia Civil diretamente no combate à corrupção, sendo a entidade republicana e livre, sem sofrer interferência do Executivo e Legislativo para que não investiguem este ou aquele. “Todos são investigados”, afirmou, citando várias operações policiais realizadas no âmbito estadual.A Polícia Civil de Rondônia está fazendo sua parte e que ela está “entre as quatro menos corrupta do país”, finalizou Eliseu.
O delegado de Polícia, representando a Sesdec, Lindomar Bezerra lembrou o seu tempo de faculdade quando um colega fez uma monografia com o tema da corrupção, realizando um registro histórico até os dias atuais. Disse não existir no país o rumo do uso da força.Afirmou que as operações policiais em todas as esferas têm surtido efeito com prisões e o ressarcimento ao Estado do que foi desviado. Ressaltou o trabalho da inteligência policial que presta assistência aos delegados de todo o Estado.Trabalho conjunto em todas as esferas envolvendo investigações policiais e judiciárias, reafirmando que o instituto da delação premiada é uma das melhores formas de obter informação e agilizar as investigações. “Espero que tenha vindo para ficar”, argumentou.
A gestora da Sugespe, Isis Queiroz, disse que o órgão que trabalha veio para aprimorar o controle dos gastos administrativos, aperfeiçoando a gestão, evitando os desvios e consequentemente, gerando economia aos cofres públicos.O processo tem evoluído especialmente nos gastos essenciais como telefonia e frota de veículos. Precisamos educar nossas crianças e explicar que a corrupção começa em pequenos atos, que nos acostumamos no dia a dia e que muitas vezes é vista pela sociedade como aceitável. O procurador da República, Reginaldo Trindade, disse que vivemos em um paradoxo, e que esta Casa, que já passou por tantos problemas envolvendo a corrupção, possa, a partir deste momento, discutir o tema de forma sincera e evolutiva.
Afirmou que as propostas do Ministério Público Federal (10 medidas contra a corrupção) já superaram a meta de assinaturas para que seja transformado em Lei.Reginaldo Trindade lamentou a pequena participação popular na audiência pública, apesar da maciça divulgação e do grande debate que passa o país. O fim da corrupção não será fruto do juiz Sergio Moro, da Polícia Federal ou do Ministério Público. “Isso depende de todos nós, da participação popular para acabar com este mal que tanto prejudica a sociedade”.Engana-se, que por termos conseguido o número de assinaturas de apoio às medidas contra a corrupção a luta já está ganha. “É só o início de um processo”.
Falou da formação em 2010 do Cerco (Comitê Estado de Rondônia Contra Corrupção), coordenado pelo TCU e foi interessante, pois unia vários órgãos contra a corrupção e que resultou na Carta do Povo de Rondônia Contra a Corrupção assinada por vários gestores públicos incluindo o governador Confúcio Moura (PMDB) e prefeitos.Trindade enfatizou que o sistema eletrônico para registro de ponto de servidores seria uma alternativa para acabar com os fantasmas, que segundo ele é a maior praga do serviço público. “Assim teríamos de forma on line onde este funcionário está, que horário ele trabalhou e daria a transparência necessária”.
Os discursos precisam corresponder às ações, finalizou Trindade, sugerindo um encaminhamento concreto da audiência pública. Ressaltou a necessidade de investimentos em educação para formar um povo mais consciente. E aos que acham que a volta da ditadura vai resolver a situação do país falou que nunca, em lugar algum, calar e restringir a liberdade das pessoas resolveu a questão da corrupção. “Não podemos retroceder, mas sim evoluir e sair deste vendaval mais fortalecidos democraticamente”.O presidente da Associação dos Moradores do Bairro Lagoinha, Edilson Matias Freire, falou da sua indignação quanto à situação do país. Afirmou que o exemplo vem da família para a formação do caráter do indivíduo. Destacou os casos de corrupção em Rondônia pedindo providências para acabar com este corporativismo.
Representando a Ordem Demoley, Rikeller Gehre, pediu que todos os cidadãos cobrem, não querendo ser melhor que os demais e fazer mais uns pelos outros, de forma colaborativa.O blogueiro, Carlos Caldeira, ironizou a citação de Lula que não havia pessoa mais honesta que ele e que hoje se tornou chacota. Lamentou a ausência de representantes do município à audiência e relatou exemplos de corrupção por parte de servidores de secretarias municipais e dos casos ocorridos na Casa de Leis.O presidente regional do Psol, Pimenta de Rondônia, disse que a era da corrupção faz com que várias obras não aconteçam no estado. Afirmou não aceitar a pecha de que toda pessoa é corrupta, “pois eu não sou”. A corrupção, disse, “está dentro do corrupto”.O combate à corrupção depende da pessoa e precisamos acabar com isso para “poder dar um futuro melhor as novas gerações”. Conclamou a sociedade para fazer valer os três poderes.
O advogado Breno Mendes, diz se ressentir pelo momento pelo qual passa o país. Informou que a maioria das seccionais do país aprovou o apoio ao impeachment da presidente Dilma.É preciso fortalecer os poderes para que tenham e mantenham as investigações. No entanto interceptações telefônicas entre advogados e clientes jamais poderiam ser divulgadas, pois esta é uma prerrogativa da profissão.George Hamilton, da Ordem Demoley, salientou que o trabalho realizado pela ordem com os jovens, ressalta os laços familiares, tão necessários para a formação do cidadão mais honesto e justo.O assessor do deputado Aélcio da TV, Márcio Poeta, falou da importância da educação na formação dos cidadãos.
O auditor fiscal do Estado, Armando Mário, disse que pessoas que detém o poder tendem a se corromper. Lamentou afirmando que a corrupção não vai acabar porque depende de pessoas e estas são falhas, mas que as leis podem ajudar a diminuir e muito, aumentando a punição, sendo mais rígidas. “As pessoas devem temer a Lei. Enquanto isso não acontecer, estaremos perdidos”, concluiu Armando.O deputado Aélcio da TV (PP) lamentou a existência deste “câncer” no seio da sociedade e que o seu fim, apesar de ser o desejo de todos, é muito difícil, pois “chega a chocar ao se ouvir isso”. Em alguns lugares é menor que em outros, mas ela está presente em todos, afirmou.A pessoa não vira corrupto ao virar político. Muitos, afirma não o são por falta de oportunidade. Citou exemplo pessoal em que recusou doação de campanha para não dever favores futuros.
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