Maurão volta a denunciar cartel da carne e preço do boi prejudica produtor
Foto: Divulgação
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Presidente denunciou que preço da arroba é cada vez menor e causa prejuízos a Rondônia. O presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho (PP), usou a tribuna nesta quarta-feira (2) para denunciar, mais uma vez, o baixo preço da carne bovina pago ao produtor rural pelos frigoríficos em Rondônia.
“A coisa está a cada dia pior. O preço da arroba de boi em Rondônia não para de cair, estando hoje a R$ 121,00, sendo menor do que no Pará, que é de R$134,00; e no Mato Grosso, que é R$ 132,00. Ou seja, estados que pagavam menos do que nós, hoje pagam mais”, denunciou.
Segundo Maurão, os grandes grupos frigoríficos que controlam boa parte do mercado rondoniense acabam impondo preços baixos à carne. “Há um cartel que domina o mercado e determina preços baixos. O pior é que, nos açougues, a carne continua subindo e o consumidor pagando caro”, relatou.
O parlamentar informou que muitos produtores estão levando o gado em pé para abater em São Paulo, onde o preço da arroba é em torno de R$ 150,00. “A que ponto chegamos, pelo efeito prejudicial do cartel da carne em Rondônia. Isso atinge aos grandes, mas principalmente aos pequenos, que não têm estrutura para levar o gado para fora do Estado”, completou.
De acordo com o deputado, estão sendo vendidos bezerros para outros estados, causando perda para toda a cadeia. “Estamos deixando de ser produtores de gado para abate, para produzirmos bezerros, que geram um lucro menor”, completou.
Apoio
Em aparte, o deputado Adelino Follador (DEM) denunciou que o grupo JBS Friboi domina aproximadamente 47% do mercado da carne em Rondônia. “Isso tudo com um benefício de 85% de isenção de imposto. Do jeito que está, estão tendo redução de tributos e em troca controlando o mercado e estabelecendo o preço que querem, prejudicando aos produtores”, alertou.
Ao retomar a palavra, Maurão disse que o grupo JBS Friboi estaria temendo uma investigação dos financiamentos do Bndes. “O Friboi é um grande beneficiário do Bndes e teme uma CPI no Congresso que apure os empréstimos”, denunciou.
Lazinho da Fetagro (PT) disse que, no próximo dia 9, às 17h, os donos e representantes de frigoríficos vão ser ouvidos na Comissão de Agricultura no plenário da Casa. “Se não vierem, vamos criar uma CPI para apurar a existência desse cartel. Mas, o Estado não pode continuar alheio a isso e ainda conceder incentivos fiscais. Nesta Casa, não vamos deixar barato não”, garantiu.
Laerte Gomes (PEN) lembrou que no começo da atual legislatura, foi criada uma CPI para apurar a concessão de incentivos fiscais, mas não vingou.
“Volto a defender: acho que precisa ser revisto os incentivos fiscais para esses grandes grupos, que lucram muito e dão pouco retorno à sociedade. A carne, nosso maior produto, é controlado por um cartel e os produtores estão sendo lesados. No caso do leite não é diferente”, denunciou.
Também em aparte, Hermínio Coelho (PSD) lembrou que o Governo envia projeto aumentando tributos, que segundo ele afetaria diretamente os pequenos, mas concede isenção tributária para um grande grupo frigorífico. “Está errado e não podemos aceitar isso de jeito nenhum. A Assembleia precisa tomar uma posição contra essa aberração”, completou.
Marcelino Tenório (PRP) denunciou que o baixo preço tem levado produtores a venderem bezerros para outros estados, onde conseguem um preço maior. “Daqui a uns seis meses, os frigoríficos vão ter dificuldade em ter boi para abater. Uma média de R$ 27,00 a menos no preço da arroba, em relação ao demais estados, é inviável”, acrescentou.
Jesuíno Boabaid (PTdoB) declarou que, mais importante do que aumentar impostos, é reavaliar os incentivos concedidos a grandes grupos.
Rosângela Donadon (PMDB) afirmou que foi procurada por pecuaristas do Cone Sul, que cobram a melhoria no preço da arroba do boi. “É uma reclamação geral e precisamos defender a quem trabalha e produz. Nosso boi é criado a pasto, com a alta qualidade da carne e não pode ter um preço irrisório”.
Luizinho Goebel (PV) alertou que o setor produtivo precisa ser protegido e apoiado. “Temos a geração de mão de obra e, mesmo com os incentivos, temos uma boa arrecadação da pecuária. É preciso cuidado para não matarmos a galinha dos ovos de ouro. Tudo o que pudermos isentar e apoiar precisamos fazer, sob pena de plantas frigoríficas fecharem as portas”, observou.
“Temos que mostrar que não é viável vender o bezerro para fora de Rondônia, pois vamos continuar perdendo e sendo prejudicados. Quero agradecer aos parlamentares pelo apoio e vamos seguir nesta luta”, finalizou Maurão.
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