Apesar de alardear que a operação policial tem conotação política, o presidente da Assembléia Legislativa deve explicações sobre a presença de supostos integrantes da Orcrim, nomeados como pessoas de sua confiança.
Foto: Divulgação
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Fruto de um efetivo trabalho de investigação de mais de 1 ano e meio, a operação Apocalipse desencadeada pela Polícia Civil do Estado de Rondônia, levou a desarticulação de uma organização criminosa, suspeita de tráfico de drogas e associação ao tráfico com tentáculos nas esferas privada e pública. A Operação também trouxe a tona, tênues e explicitas ligações entre parlamentares e líderes de uma conhecida ORCRIM (Organização Criminosa) instalada no estado de Rondônia. Entre os narcotraficantes e estelionatários, destaca-se a atuação dos principais lideres, Fernando da Gata e Beto Babá.
O pedido dos mandados de busca e apreensão e prisão contra mais de setenta suspeitos encaminhado à Desembargadora Zelite Andrade Carneiro do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia por intermédio do inquérito presidido pelos delegados de Polícia Thiago Araújo Laiola, Francisco Borges Neto Marcos Vinicius Alves e Silva Filho, lotadosno GCCO/PC (Grupo de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil de Rondônia) relata todos os indícios que levaram à prisão dos envolvidos na operação “Apocalipse” no último dia 04 de julho de 2013. Um relatório bem embasado e conclusivo sobre a infiltração de suspeitos como funcionários comissionados, contratados sem concurso público.
Apesar de alardear que a operação policial tem conotação política, o presidente da Assembléia Legislativa deve explicações sobre a presença de supostos integrantes da Orcrim, nomeados como pessoas de sua confiança. Isso porque durante as investigações, a Polícia Civil chegou até funcionários comissionados lotados no gabinete do deputado estadual Herminio Coelho (PSD), presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, que utilizavam de seus altos contra-cheques públicos para, sob a supervisão dos chefes da quadrilha realizarem saques, empréstimos, financiamentos, entre outros crimes de estelionato.
Entre esses envolvidos está o nome de Jamila Quênia de Araújo Silva, acusada de integrar a OrCrim com participação nas fraudes e apontada pela polícia como Laranja de cartões de crédito.
Outro suspeito de integrar a quadrilha e que faz parte do “staff” de Hermínio é Bruno César Pinto, também acusado de ser servidor “fantasma” e com possíveis relações financeiras com Márcio César Silva Gomes, apontado como um dos lideres da ORCRIM. Ambos possuíam cargos comissionados no Gabinete da Presidência. No caso de Márcio, este contava com a total confiança de Hermínio, sendo apontado como amigo de longa data.
Além desses nomes já citados, também está envolvido o servidor do gabinete de Herminio Coelho, José Maria Carneiro da Silva, conhecido pela alcunha de “Batata”. Ele é acusado de ser fantasma e de possuir ligações com integrantes da quadrilha e ainda Elieudo Peixoto Gomes, também acusado de ser fantasma e ter ligações com os acusados.
Durante entrevista o próprio deputado Herminio Coelho afirmou que não tinha controle da vida dos funcionários lotados em seu gabinete. Porém, essa desinformação de Hermínio Coelho custou seu afastamento da cadeira de parlamentar. E ainda aguardam-se explicações plausíveis do presidente da casa de leis sobre como estas pessoas com ligações factuais com o crime organizado, estavam trabalhando ao seu lado.
“Não tem como cuidar da vida de cada um desses servidores. Agora se eles fizeram algo de errado eles tem de pagar pelo crime”, afirmou Herminio durante uma entrevista onde esclarecia o envolvimento de seu nome com a quadrilha de Fernando da Gata e Beto Babá.
De acordo com a assessoria do deputado, todos os funcionários de confiança do presidente do poder legislativo foram exonerados após serem presos.
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