Dois camaroneses foram presos pela Polícia Federal acusados de participar de uma quadrilha que aplicava o golpe da “multiplicação de dinheiro”. Ahmed Abauyack Monzan e Erick Didie Kwayep, naturais de Yaoundé, Capital da República dos Camarões, foram presos com cerca de R$ 80 mil. Em duas semanas, eles fizeram pelos menos duas vítimas em Roraima.
Segundo a polícia, eles estavam agindo como simples turistas estrangeiros e procuravam empresários roraimenses. Depois de ganhar a confiança deles, propunham um verdadeiro “negócio da China”. A idéia era duplicar o valor investido através de uma suposta multiplicação de dinheiro. Para dar realismo ao golpe, os acusados promoviam um show de ilusionismo, com notas de real pintadas de preto e uma mistura química que serviria para a multiplicação das cédulas.
A Polícia Federal explicou que o golpe vinha sendo aplicado em vários lugares do país e que as investigações devem continuar. A dupla de golpistas fazia um mapeamento dos empresários mais ricos do Estado e que teriam condições de investir dinheiro, em espécie, para fazer a suposta duplicação das cédulas, através de um processo supostamente secreto e desenvolvido por eles.
O GOLPE - Para seduzir as vítimas, os camaroneses informavam que tinham um milhão de notas em papel moeda, adquiridas no Banco Central do Brasil, por intermédio de uma organização não-governamental (ONG), e que seriam capazes de transformar esses papéis em R$ 5 milhões.
Os golpistas pegavam uma cédula verdadeira e a envolviam com alguns produtos químicos e depois passavam ferro a vapor. Posteriormente, retiravam a nota verdadeira com sua respectiva duplicação. O dinheiro duplicado, na verdade, já estava previamente colocado dentro do material para dar a falsa impressão de multiplicação.
Seduzidas pela demonstração, as vítimas entregavam dinheiro para ser duplicado. Porém, como se tratava de um processo “caro e secreto”, os acusados exigiram que o trabalho não fosse presenciado pelas vítimas e sumiam com o dinheiro.
Porém, todos os passos dos golpistas já estavam sendo observados pela Polícia Federal de Roraima. Quando se preparavam para deixar o Estado, eles foram presos em flagrante por estelionato tentado e encaminhados à Penitenciária Agrícola de Monte Cristo.
O golpe conhecido em outros estados como Mandrake – alusão ao ilusionista das histórias em quadrinhos – já vinha sendo aplicado em vários locais do país e até em outros países como Chile, Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Porto Rico. No Brasil, além de Sergipe, eles teriam enganado empresários da Bahia, Alagoas e Minas Gerais, além de estados do Nordeste e Sudeste.