Na madrugada de segunda-feira, Leonice Gomes da Rocha, 42, tentou passar com duas mulheres no posto de fiscalização da Polícia Federal na cidade de Bonfim, fronteira com a República da Guiana, em um ônibus. Natural do Estado de Minas Gerais, a acusada foi presa e disse que reside atualmente em Boa Vista. Foi autuada em flagrante no crime de Tráfico Internacional de Pessoas, que prevê pena de três a oito anos de prisão.
*Segundo o delegado Alexandre Carvalho, a investigação que culminou com a prisão de Leonice foi resultado da prisão de outra cafetina que ocorreu nas mesmas circunstâncias e local dias atrás. “Os policiais receberam a informação que as mulheres passariam na fronteira em direção à Guiana e, durante o procedimento de migração, que se consiste na verificação dos documentos e o carimbo do passaporte, elas demonstraram nervosismo, despertando as suspeitas que seriam elas”, informou o delegado.
*Houve uma entrevista e as duas vítimas contaram que foram cooptadas (aliciadas) para trabalhar como cozinheiras para Leonice e que ganhariam em ouro. Elas e a acusada foram trazidas para sede da PF em Boa Vista, onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante. Em seu interrogatório, Leonice contou que estava levando as duas mulheres para trabalhar em Paramaribo, no Suriname, onde possui um estabelecimento comercial em uma região de garimpo e negou que fosse para fins de prostituição.
*No entanto, uma das mulheres contou que sabia do trabalho sexual que se submeteria e tinha sido orientada a mentir. “Era para eu dizer que ia trabalhar como cozinheira”, declarou a vítima. A outra afirmou que não sabia do trabalho de prostituta que seria obrigada a fazer quando chagasse ao destino final. As duas explicaram que a acusada custeou todas as despesas com os passaportes e passagens, pagamento que deveria ser restituído por meio da prostituição.
*Conforme dados da investigação, as mulheres cooptadas com promessas de emprego e ganho fácil no país vizinho ficam reféns. Quando chegam ao destino final têm seus passaportes confiscados pela cafetina e são obrigadas a se prostituir.