Acre - Delegado e promotor são acusados de oferecer regalias em troca de falso testemunho

Acre - Delegado e promotor são acusados de oferecer regalias em troca de falso testemunho

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Foto: Divulgação

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* Ás 09 horas e 50 minutos da última segunda-feira, o promotor criminal Rodrigo Curt cometeu um ato suspeitíssimo, que pôs em xeque a investigação de 17 grandes assaltos ocorridos em Rio Branco nos últimos anos - todos com autoria concluída e conhecida pela polícia. Ele solicitou uma "conversa reservada" com o comerciante Nelinho Ferreira Lima, principal acusado pelos crimes, que se preparava para depor na sala da juíza Denise Bonfim, da 2ª Vara Criminal. A magistrada estranhou a atitude do promotor e proibiu que os dois ficassem a sós, alegando que esse tipo de concessão não está prevista em lei". *Nitroglicerina *A partir daí, o depoimento de Nelinho acabou se transformando em nitroglicerina pura: no documento de cinco páginas, ele acusa o promotor e o delegado Silvano Rabelo, titular do Grupo Anti-assalto da Polícia Civil, de oferecer várias regalias e vantagens pessoais para incriminar o policial civil Sebastião Nogueira de Carvalho, o Bá, e o empresário Gualberto Almeida Queiroz, proprietário da Casa das Alianças. Os dois haviam sido denunciados pelo Ministério Público por receptação de produto roubado e formação de quadrilha, mas foram inocentados na semana passada, por insuficiência de provas, num processo pararelo que também corria na 2ª Vara Criminal. *Nelinho diz ter sofrido "um bombardeio de pressões do delegado e do promotor para dizer em juízo o que eles queriam. Em troca, eu seria um homem livre". A última investida, segundo ele, aconteceu na quinta-feira passada, na penitenciária. Várias pessoas já foram condenadas nos dezessete processos em que Nelinho aparece como acusado por assalto. Se a versão dele for provada, poderão ser revistas as denúncias de que muitos sentenciados foram mantidos injustamente na penitenciária, por erro de investigação ou suposta premeditação por parte dos membros do MP e da polícia. *Pelo que se sabe em um outro processo que corre na 4ª. Vara criminal outras pessoas já foram condenadas a 9 anos e por conta disso a juíza encaminhou pedido de apuração dos fatos pela Corregedoria da Polícia Civil e pela Corregedoria do Ministério Público. Questionada sobre um possível corporativismo no MP e na PC, a juíza manteve-se calada, preferindo manter seu ponto de vista de magistrada. *O promotor e o delegado negam as acusações e, embora não apresentem provas, insinuam que Nelinho tenha sido beneficiado de alguma maneira após a soltura de Bá e Gualberto (ver abaixo). *Reviravolta *Bá e Gualberto passaram mais de um ano presos, sob a acusação de assalto. A prisão deles foi decretada a partir de um pedido formal do MP, que se valeu de um depoimento anterior prestado pelo próprio comerciante Nelinho Ferreira, que agora conta uma história completamente diferente. Na frente da juíza, ele afirmou: "eu menti naquele momento por que fui pressionado pelo delegado e pelo promotor para incriminar estas pessoas. Eu não conheço Gualberto, nem Bá", afirmou Nelinho que é apontado como um dos mentores e executores do assalto á residência da advogada Orieta Santiago, no ano passado. Segundo a acusação, o policial Bá também planejou a invasão á casa da advogada e á loja Agroboi, no final de 2005. No caso do assalto á casa da advogada, o empresário Gualberto Queiroz não figura no processo como acusado. *Promessas e regalias *Ainda no depoimento, Nelinho, que ficou 22 dias preso na Polícia Federal, diz que já contava com a idéia de ser posto em liberdade e ir morar na cidade de Natal (capital do Rio Grande do Norte), onde teria dois salários mínimos por mês (pagos pelo Estado), os filhos matriculados em escola de classe média, emprego garantido para esposa e uma nova identidade (também teriam lhe prometido mudar de nome). *Decepção *A juíza, visivelmente decepcionada com a reviravolta do caso, fez um desabafo: "eu não sei mais em quem confiar". As tais regalias são permitidas, mas somente mediante o perdão judicial e só pode ser decidido por ato do Poder Judiciário. "Esta tal delação premiada é um dos piores crimes que existem", disse ainda a juíza Denise Bonfin. *Pressões na delegacia *Insistentemente, Nelinho se dizia pressionado a manter o depoimento anterior, para incriminar Bá e Gualberto. "O promotor chegou a levar roupas e colchão para mim quando eu estava preso. Até me deu um gravador para que eu arrancasse depoimento deles. A toda hora ele e o delegado Silvano Rabelo estavam na minha cela, no GAP, me interrogando e me aperreando para eu incriminar os outros", afirmou em depoimento. Enquanto tomava o depoimento, a juíza emitia um mandado de busca e apreensão do gravador, que foi localizado na casa de Nelinho, mas não havia conversas registradas no aparelho. *"Ele é um assaltante cotumaz e mentiroso", regiu Silvano Rabelo *O delegado Silvano Rabelo, tido como um dos bacharéis mais íntegros da polícia acreana, disse que "Nelinho é um assaltante costumas, um mentiroso que responde a dezessete processo e, por isso mesmo, não tem moral para atacar a dignidade de uma autoridade policial e um membro do Ministério Público", reagiu. Rabelo disse que todo o interrogatório de Nelinho no Gap foi gravado e filmado. "A fita está em poder do MPE e tudo aconteceu na presença do advogado dele", disse. Ainda segundo o delegado, há provas suficientes de que Nelinho planejou e executou vários assaltos na capital. "Ele mesmo levou a mim e ao promotor Rodrigo nos locais onde estavam escondidas as jóias roubadas", disse. *Promotor nega envolvimento e pede prisão de Nelinho *Aparentando tranquilidade, o promotor Rodrigo Curt confirmou haver pedido a prisão preventiva de Nelinho sob a alegação de que "ele pode prejudicar a instrução criminal (curso das investigações). Sobre as acusações registradas no depoimento, o promotor reagiu da seguinte forma: "ele tem todo direito de falar o que quiser. Está revoltado. Me estranha que ele mude o depoimento somente depois da soltura do Bá e do Gualberto. Todas as conversas que eu mantive com esse cidadão estão gravadas", afirmou o promotor. "A última vez que eu estive no presídio foi em novembro do ano passado", concluiu
Direito ao esquecimento

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