*A Polícia Civil de Rondônia começou a investigar ontem (4) o assassinato do líder seringueiro João Batista, presidente da Associação de Seringueiros do Vale do Anari (ASVA), morto no último dia 26. Na terça-feira (2), o delegado Lobo, titular da Delegacia de Machadinho D’Oeste – a mais próxima de Vale do Anari, onde ocorreu o crime – informou à Radiobrás que as investigações ainda não tinham começado porque a único carro da Polícia Civil no município estava quebrado.
*"Mandamos uma viatura de Jaru para Vale do Anari, enquanto a de Machadinho D’Oeste não fica pronta. O delegado Lobo, acompanhado de um escrivão e de três agentes, está no local do crime. Também enviaremos uma equipe da Delegacia Especializada em Homicídios para lá", afirmou hoje (5), à Radiobrás , o secretário de Segurança Pública de Rondônia, Renato Eduardo de Souza.
*Segundo ele, policiais retomarão também as investigações do assassinato do seringueiro Carlos Góes, que ocorreu há cerca de três meses na Reserva Extrativista Estadual Acariquara, a mesma onde Batista atuava. Góes foi morto a facadas e queimado, junto com sua casa – poucos dias antes, ele tinha se recusado a vender sua terra, de acordo com o vice-presidente da Organização dos Seringueiros de Rondônia (OSR), Geraldo Menezes.
*A OSR suspeita também que o assassinato de Batista tenha sido encomendado por grileiros, ladrões de madeira ou garimpeiros que invadiram a reserva.
*Secretário rebate críticas de seringueiros
*O secretário estadual de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, Augustinho Pastore, respondeu à acusação da Organização de Seringueiros de Rondônia (OSR) de que as reservas extrativistas estaduais estão abandonadas.
*Na terça-feira (3), o vice-presidente da OSR e secretário-geral do Conselho Nacional de Seringueiros (CNS), Geraldo Menezes, declarou à Radiobrás que o governo estadual era responsável pela morte do líder seringueiro João Batista, assassinado no último dia 26, porque "não tinha interesse nas reservas extrativistas e só se preocupava com o agronegócio".
*"Os problemas nas unidades de conservação de Rondônia são públicos e notórios, mas existem também nas áreas federais. E nós estamos fazendo todo o possível para resolvê-los", rebateu Pastore.
*De acordo com ele, o governo de Ivo Cassol triplicou o orçamento da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), que, em 2005, foi de aproximadamente R$ 6 milhões e, neste ano, deverá ser de aproximadamente de R$ 8 milhões.