A Justiça Eleitoral tornou o atual prefeito de Vilhena, Flori Cordeiro de Miranda Junior, oficialmente investigado por suposto abuso de poder político, econômico e conduta vedada na campanha municipal para prefeito da cidade, atualmente em curso. A denúncia, com mais de mil páginas, motivou a juíza Christian Carla de Almeida Freitas a afirmar que “as condutas descritas” estão “aparentemente revestidas de gravidade” e aceitar o recebimento da acusação que pede a cassação e inelegibilidade de Flori e Aparecido Donadoni, vice na chapa.
Na denúncia são elencados vários fatos que, se confirmados pela Justiça, podem tirar Flori da cadeira de prefeito e da disputa pela reeleição. Com cerca de 50 páginas de petição inicial e mais de 1.000 páginas de provas com fotos, capturas de tela, vídeos e verificações virtuais de URL, a acusação, feita pelos advogados da coligação Unidos por Vilhena, envolve: participação do prefeito em inauguração de obras públicas, uso da comunicação institucional da Prefeitura e da Santa Casa de Misericórdia de Chavantes de maneira abusiva, aumento de remuneração de centenas de servidores acima do permitido em ano eleitoral, aumento no número de comissionados em ano eleitoral, distribuição gratuita de passes-livres em quantidade maior no ano eleitoral, uso do gabinete de prefeito para fazer campanha a candidatos, uso de candidato a vereador como assessor de comunicação institucional, entre outras acusações.
Robusta, a acusação foi feita acompanhada de checagens virtuais da plataforma Verifact, que atesta a existência dos conteúdos denunciados. Considerando que seria necessário mais informações para comprovar ainda outros crimes eleitorais em suspeita, a coligação Unidos por Vilhena pediu liminar de investigação em diversas secretarias, o que foi negado. No entanto, a ação foi aceita e agora abriu-se prazo para a coligação Vilhena nos Trilhos, o Trabalho Continua apresentar sua defesa, em até 5 dias, após a notificação.
Pairando sobre a cidade, o medo de ter mais um prefeito eleito, porém cassado assim que assumir o mandato, pode começar a voltar com esta ação. Vilhena vem de uma sequência de trocas de prefeitos inédita no Estado: José Luiz Rover (2016), Célio Batista (2016), Rosani Donadon (2017), Adilson Oliveira (2018), Eduardo Japonês (2018), Ronildo Macedo (2022), Flori Junior (2023 em diante). Foram três prefeitos cassados e sete prefeitos diferentes comandando a cidade entre 2016 e 2023.