A gigante da agricultura, a AMaggi, projeta comprar um “mundaréu” de terras no Estado de Rondônia. Lembrando que a empresa já é a terceira maior em volume de terras no Brasil.
Segundo as primeiras informações, obtidas pelo site “Compre Rural” junto a fontes próximas, o Grupo AMaggi, que atua na produção agrícola de soja, milho e algodão em grande escala e investe no desenvolvimento da Agricultura de Precisão (AP), tem pesquisado e buscado aumentar a sua atuação em Rondônia, agora com a compra de novas áreas agrícolas. Além desse ramo, o Grupo tem outras atuações no mercado.
Sendo considerado um dos maiores grupos do agro brasileiro, pertencendo à família do ex-ministro da agricultura, Blario Maggi, a AMaggi possui diversas áreas de atuação no mercado nacional e internacional. Dessa forma, a empresa busca agora as terras férteis do Estado de Rondônia, região conhecida pela forte atuação no agro. Para se ter uma ideia, Estado saiu de um Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de R$ 9,8 bilhões, chegando no final de 2020 com R$ 15 bilhões.
Ainda segundo as informações obtidas por fontes próximas, que preferiram se manter em sigilo devido ao valor e andamento da negociação, quem esteve presente no local foi o Neto de André e sobrinho de Blairo, Leonardo Maggi Ribeiro, que faz parte do conselho do Grupo AMaggi.
Segundo essas informações, ele ficou encantado com algumas das propriedades que foram visitadas na região. Não seria para menos, já que as terras em Rondônia possuem grande qualidade e são excelentes para o desenvolvimento da agricultura e pecuária. Em uma conta simples, realizada pela equipe do site Compre Rural, com base nas informações locais, ainda sem confirmação da concretização da negociação e qual seria a área comprada efetivamente, o valor por hectare seria de R$ 50.000,00.
Dessa forma, pouco mais de 30.000 hectares chegariam a um valor médio de R$ 1,6 bilhões pelas áreas visitadas. Algumas pessoas da região ainda chegam a brincar que “para calcular o valor da negociação tem que virar a tela do celular para caber o tanto de zero”. Pois bem, as informações da concretização da negociação ainda não foram oficializadas, mas segundo as fontes, as escrituras já estão em andamento.
Segundo comunicado e confirmado, o Grupo já havia realizado a aquisição do Grupo O Telhar Agro no Brasil, em 2021. “Hoje, contamos com 259 mil hectares de áreas produtivas, considerando primeira e segunda safras. Com esta aquisição, conseguiremos aumentar em aproximadamente 34% nossa capacidade anual de grãos e fibras, considerando ambas as safras, chegando a quase 350 mil hectares”, estimou o presidente na época da aquisição das novas áreas.
Dessa forma, o Grupo AMaggi iria somar a nova área aos seus já pertencentes 350 mil hectares, totalizando uma área de 380.000 hectares. Lembrando que o grupo ainda fica em terceiro lugar quando o quesito é área utilizada no agro. As empresas SLC Agrícola e o Grupo Bom Futuro, estão em primeiro e segundo lugares, respectivamente.
Leonardo Maggi Ribeiro faz parte de uma dinastia do agronegócio brasileiro. Entre os integrantes da terceira geração da família, ele virou sinônimo de produção de soja no Mato Grosso nas últimas quatro décadas e é o único com assento no Conselho de Administração do Grupo AMaggi, que engloba os diversos braços de negócios do clã – nenhum deles tem função executiva nas companhias, conforme determina o estatuto do grupo.
Mas Leo, como é chamado, tem um papel relevante para o futuro das empresas. “Sou o chefe da provocação”, resume, com humor, a função de Head de Inovação que lhe foi conferida pelo comando da companhia. Para se ter ideia da magnitude do grupo, na safra 2020, eles foram responsáveis por mais de 1 milhão de toneladas de grãos e fibras produzidos em aproximadamente 258 mil hectares.
OUTRA MEGACOMPRA REALIZADA PELO GRUPO
Foi em 2018 que a Amaggi, comprou por 2,2 bilhões de reais a fazenda Itamarati Norte, que pertencia ao empresário Olacyr de Moraes, o “Rei da Soja”, que morreu em 2015 aos 84 anos de idade.
Com 105.000 hectares, a propriedade se tornou um símbolo do desenvolvimento de Mato Grosso e do potencial agrícola do Centro-Oeste. Do total, 55 .000 hectares são destinados à agricultura e o restante é dividido entre pecuária e reserva ambiental. A área total da propriedade equivale a 147.000 campos de futebol iguais ao do estádio paulistano do Pacaembu e a dois terços do tamanho da cidade de São Paulo, que tem 152.000 hectares.