MISTÉRIO: Desaparecimento de rondoniense completa um ano

Agora, esteja onde estiver, Aparecido completou 75 anos

MISTÉRIO: Desaparecimento de rondoniense completa um ano

Foto: Divulgação

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Era 21 de dezembro de 2019, quando Aparecido Pereira, aos 74 anos, desembarcou na rodoviária de Campo Mourão. Carregando sua pequena mala, foi visto sentado num dos bancos da estação. Chegou de Rondônia e, pela manhã, pegaria outro ônibus, agora, com destino a Iretama. Mas a conjugação do futuro, aqui, jamais existiu. Aparecido não apanhou o coletivo. E desapareceu, sem deixar qualquer pista ou vestígios. O caso completa um ano. E o mistério continua. Para a família, um tormento. Uma angústia sem fim. Uma dor sem cura. O que aconteceu? Onde está Aparecido?
 
Aparecido deixou Nova Brasilândia do Oeste, Rondônia, no dia 19 de dezembro. Foram dois dias dentro do busão. Câmeras da rodoviária de Campo Mourão o localizaram no desembarque. Mas foi só. Depois disso, desapareceu no mundo. Conta a família que ele não tinha problemas de saúde. Muito menos Alzheimer. Apesar do pouco estudo – fez até a terceira do fundamental – se virava para ler. E não era um homem ingênuo. Aprendeu com o próprio ser humano, a perceber perigo ao seu redor. Ou seja, sempre conheceu o “homem” e suas armadilhas.   
 
Aposentado e pequeno produtor rural, Aparecido tinha apenas um único objetivo naquela viagem: visitar a mãe. Ela mora até hoje em Iretama. Está com 97 anos. Além dela, queria rever as origens, de um tempo saudoso, quando ali residiu. Aparecido teve 15 irmãos. Vieram de pais agricultores, em terras paranaenses. Sempre foram muito pobres. Ele mesmo, já passou por muitos perrengues. Não é exagero dizer que, em sua vida, já comeu o pão que o diabo amassou. Não bebia. Não fumava. Vício mesmo, apenas o trabalho.   
 
Mais tarde, seguindo os passos dos pais, deixou o Paraná e seguiu rumo a Rondônia. Foi a Cacoal. Era 1978. Levou a esposa, Tereza Maesta Pereira, e a filha, com dois anos. Lá, fixou residência e passou a viver da agricultura. Com o tempo, outros dois meninos nasceram. Leandro é um deles, está com 38 hoje. Conta que os pais sempre lutaram no campo. Um trabalho digno, com muito suor. E foi desta maneira que o casal criou os filhos e foi crescendo financeiramente.
 
No dia da viagem, Aparecido carregava apenas dinheiro e uma mala. Não era valor alto. Mas o suficiente para retornar e deixar uma boa compra de mercado à mãe. Não levava cartões. Muito menos talão de cheques. Passados quase um ano do seu desaparecimento, a família clama por notícias. Leandro conta que, há alguns meses, uma ossada foi encontrada. Por alguns momentos, acreditou ser do pai. Mas não. Em outra ocasião, noticiaram ter encontrado um outro senhor, perdido. Alarme falso. 
 
“É bem doído o que vivemos. Dias desses foi o aniversário dele. Dói visitar minha mãe e vê-la triste. Eu era muito apegado a ele”, disse Leandro. Sem realmente saber o que aconteceu ao pai, Leandro não consegue viver, como deveria. Uma ausência que insiste em permanecer. Dúvidas. Um dilema. Até quando a família viverá sob a tortura da incerteza?          
 
Agora, esteja onde estiver, Aparecido completou 75 anos. A família ainda tem esperanças de que esteja vivo. Mais. Que seja encontrado e volte para casa. Eles acreditam que não há dor que dure para sempre. “Nunca perdemos a esperança”, relata Leandro.   
 
Serviço
 
Se você encontrar Aparecido, ligue para: 
 
Luiz Assis (44) 99718-8263
 
Neno Luiz (44) 99746-7585
Direito ao esquecimento

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