Informações recebidas pelo
Rondoniaovivo dão conta que pacientes que com entrada no Hospital João Paulo II, em Porto Velho, estão sendo transferidos para o Hospital Regional de Guajará-Mirim. Conforme informações de servidores da saúde, as condições hospitalares na capital são bem melhores, e que os traslados para Guajará-Mirim oferecem riscos aos pacientes, considerando que apenas três médicos trabalham naquela unidade hospitalar, sendo um ginecologista e dois cirurgiões que trabalham com revezamento.
Pelo que relatou um servidor, as transferências acontecem principalmente nas madrugadas. Em alguns casos são dispensados os serviços de ambulâncias e os pacientes são levados em caminhonetes normais. Ele acredita que as transferências vêm ocorrendo para gerar demanda no Hospital Regional de Guajará-Mirim, por não ter volume de pacientes para cumprir o volumoso contrato de terceirização. “Até pacientes de outros municípios mais longe estão sendo levados para Guajará-Mirim”, relatou.
Transferências com complicações
Os acidentes fatais ocorridos recentemente envolvendo ambulâncias e carros da saúde aumentam a tensão de servidores que fazem deslocamentos nas madrugadas. As jornadas longas e sem condições de repouso são consideradas ameaças às vidas. Outro risco observado são as complicações causadas nos pacientes que são submetidos a remoções consideradas desnecessárias.
Nesta semana, faleceu um paciente de ortopedia que estava no Hospital João Paulo II e foi transferido para Guajará-Mirim. O caso era uma fratura no punho esquerdo. De acordo com informações, o quadro clinico não justificava a transferência. No Relatório Individual de Transferência Hospitalar consta que “o paciente vítima de queda de altura, vindo a sofrer trauma contuso no punho esquerdo, evolui dor e limitação funcional”. O paciente deu entrada numa UPA e depois foi transferido para o Hospital João Paulo II, de lá foi encaminhado para Guajará-Mirim, onde ocorreu o óbito.
Em outro caso, um paciente com fratura no cotovelo esquerdo, foi submetido a cirurgia ortopédica com colocação de placa metálica, adquiriu infecção hospitalar durante a internação no Hospital Regional de Guajará-Mirim. O caso que era considerado simples, se tornou um complicador para a vida do paciente.
Gestão relapsa
O gerenciamento da saúde pública estadual vem sendo bastante questionada pelos servidores e profissionais do setor. A falta de condução especializada na gestão e o distanciamento com o corpo técnico são vistos como fragilização que vem comprometendo a qualidade do serviço entregue à população.
Outro alerta de serviços é que a terceirização na forma como vem ocorrendo deve provocar aumento de demandas nas unidades de saúde municipal.