COMPORTAMENTOS: Pessoas que cresceram sem a atenção dos pais na infância

A falta de afeto pode apresentar esses 6 comportamentos na pessoa adulta

COMPORTAMENTOS: Pessoas que cresceram sem a atenção dos pais na infância

Foto: Shutterstock

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Crescer sem a atenção necessária dos pais pode gerar traumas que vão além das lembranças da infância. A ausência de apoio, carinho ou até mesmo gestos de reconhecimento pode influenciar o comportamento de um adulto de maneiras que, muitas vezes, passam despercebidas.

Isso pode se refletir em dificuldades para estabelecer vínculos afetivos ou em comportamentos que demonstram insegurança. O MinhaVida entrevistou as especialistas Larissa Fonseca (psicóloga) e Tatiana Cicerelli (pediatra), que esclareceram os comportamentos mais comuns de pessoas que cresceram sem a atenção dos pais na infância.

 

1. Dificuldade em estabelecer relacionamentos saudáveis

Crescer sem um ambiente afetivo pode gerar medo de rejeição e dificuldade em confiar nos outros. "Alguns adultos desenvolvem um apego excessivo, buscando proximidade constante, enquanto outros evitam vínculos afetivos para não se machucar", explica a Dra. Tatiana. Ambos os extremos refletem em uma luta para equilibrar proximidade e proteção emocional.

 

2. Baixa autoestima e insegurança 

A sensação de não ser "bom o suficiente" é recorrente. Muitas dessas pessoas precisam de validação externa para se sentirem valorizadas. "A autoestima fragilizada costuma ser fruto de anos sem receber o reconhecimento ou carinho esperado na infância", destaca a pediatra.

 

3. Busca excessiva por aprovação

Para compensar a falta de atenção parental, muitos adultos tentam agradar aos outros a qualquer custo. Isso pode incluir assumir mais responsabilidades do que conseguem lidar ou sacrificar suas próprias necessidades em busca de aceitação.

 

4. Dificuldade em lidar com as emoções

Sem um modelo saudável de regulação emocional, é comum haver dificuldade em expressar ou entender os próprios sentimentos. Episódios de raiva descontrolada, ansiedade ou tristeza profunda são frequentes. "Muitos não aprenderam a nomear suas emoções, o que torna o autocontrole mais desafiador", ressalta Tatiana.

 

5. Padrões de autossabotagem

O medo de fracassar pode levar à procrastinação ou ao perfeccionismo extremo. Em ambos os casos, a autossabotagem impede o progresso pessoal e profissional. "É como se o medo de não ser suficiente fizesse com que evitassem até mesmo tentar", explica a especialista.

 

6. Comportamentos impulsivos como forma de fuga

A instabilidade emocional pode levar a comportamentos impulsivos, como gastos excessivos, abuso de substâncias ou outras formas de automedicação. Essas ações, embora prejudiciais, funcionam como tentativas de aliviar o sofrimento emocional.

 

Formas de reparar essas questões na vida adulta, segundo a psicóloga

Na vida adulta, é necessário lidar com várias questões emocionais e, segundo a psicóloga Larissa Fonseca, elas podem ser trabalhadas através da psicoterapia. A chave do tratamento está em reconhecer e modificar padrões de pensamento autossabotadores e, ao mesmo tempo, ressignificar experiências passadas.

 

Larissa explica que "o processo de ressignificação das experiências passadas é essencial para a reparação emocional, pois permite que o indivíduo recupere aspectos importantes de si mesmo que foram danificados ao longo do tempo". Isso envolve, por exemplo, a construção de novos vínculos mais seguros e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, que são fundamentais para uma convivência saudável consigo mesmo e com os outros.

 

Nesse contexto, a psicoterapia ajuda a reorganizar a percepção que a pessoa tem de si mesma e do mundo ao seu redor, promovendo o fortalecimento da segurança emocional. "Ela contribui para que o adulto se reconecte com suas próprias emoções de forma mais saudável e equilibrada, aprendendo a lidar com situações difíceis sem se deixar dominar pelos medos ou inseguranças do passado", afirma Larissa.

 

Outro ponto importante é o ambiente familiar, que desempenha um papel central no desenvolvimento emocional desde a infância. A psicóloga ressalta que "o ambiente familiar é o pilar inicial para a regulação emocional, autoestima e para aprender a se relacionar de forma saudável". Quando os pais não oferecem atenção ou afeto suficientes, a criança pode desenvolver a crença de que não merece cuidado, o que, mais tarde, impacta suas relações e sua própria autopercepção na vida adulta.

 

Por outro lado, quando o ambiente familiar é acolhedor e amoroso, ele oferece uma base sólida para a criança, preparando-a para enfrentar os desafios da vida com mais resiliência. "A criança que recebe amor e atenção é capaz de aprender a lidar com as dificuldades de forma mais equilibrada e com maior confiança em si mesma", afirma Larissa.

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