“Sou mãe do Thiago e tem sido uma corrida contra o tempo em busca das provas de sua inocência e contra essas inverdades publicadas. A Monalisa era uma garota com sérios problemas de drogas e várias tentativas de homicídio. A última em agosto conforme já consta no processo o laudo do PS JP II”, escreveu ela.
Comentários de Eutália Alves na publicação do Facebook sobre a reportagem com a mãe de João Paulo Prudêncio - Reprodução
Diante disso, o Rondoniaovivo a procurou para saber o que ela teria para falar sobre o caso do seu filho e como era o relacionamento do filho com a vítima de feminicídio, de acordo com a acusação da Polícia Civil e Ministério Público Estadual.
“O Thiago namorava a Monalisa há um ano e pouco. Ela tinha muitos problemas. Perdeu o pai com 12 anos, foi expulsa de casa aos 15, ficou na rua. A partir daí, ela teve tentativas de suicídio. Inclusive em agosto de 2021, ela deu entrada no João Paulo II, onde conseguimos o laudo que informa a tentativa. A mãe dela alegou ao psiquiatra que ela já tinha tentado outras vezes”, explicou Eutália Alves.
A então sogra revelou à reportagem que Monalisa sempre expressava essa vontade de tirar a própria vida e que a fatalidade aconteceu ainda na companhia do namorado e do amigo.
“Sempre que ela bebia, falava ao Thiago que queria descansar, acabar com tudo. O Thiago e o João Paulo eram amigos, dependentes, viciados. Então eles se reuniam, bebiam, usavam drogas, os três juntos. Nesse dia, saíram cedo. Não sei porquê, orientado pela mãe e o advogado, o João Paulo começou a construir uma nova história. Seria mais fácil ele sair acusando o Thiago”, lamentou ela.
Laudo citado pela mãe de Thiago, com parecer de psiquiatra, relatando que Monalisa tinha tendências suicidas, além de usar drogas - Foto: Reprodução
Mais detalhes
Segundo a mãe de Thiago da Cunha Alves, conhecido como “Cidão”, a versão divulgada pela família de João Paulo Prudêncio de que o filho teria matado a namorada, era falsa.
“Arranjaram dois presos, que disseram que o Thiago tinha confessado e onde eles teriam assinado essas cartas divulgadas pela imprensa. Na audiência de instrução foi comprovado que eles mentiram. Tanto que o advogado do Thiago está os processando por mentir em juízo”.
Eutália Alves afirmou que após tanto tempo, enfim, parece que a versão de que Monalisa teria se suicidado ganha força e será provada no processo judicial, apesar das versões criadas pela família e defesa de João Paulo Prudêncio.
“A justiça obstruiu e sete meses depois, com muita luta estamos conseguindo os laudos. A versão de feminicídio foi estampada pela imprensa. Mas, os documentos comprovam que eles não têm nada. O processo está caminhando bastante para provar que realmente foi um suicídio. Infelizmente o João Paulo foi muito mal orientado juridicamente e isso foi ruim para todos. O processo poderia estar mais adiantado e criou-se essa confusão”, pontuou ela.
Próximos passos
O advogado de Thiago, Márcio Oliveira, aproveitou a oportunidade e conversou com o Rondoniaovivo, onde afirmou que a hipótese de suicídio de Monalisa foi comprovada por meio de uma perícia independente.
“Foram três sessões de instrução, pelo número de testemunhas. Ficaram pendentes alguns documentos, como exame de corpo de delito do João e do Thiago, além de exames periciais na Monalisa. A questão de suicídio ficou muito clara após uma perícia feita em outro estado, no Rio Grande do Sul, com peritos especialistas, com livros escritos sobre o assunto”.
Advogado de Thiago diz que laudo de exame de corpo de delito realizado no dia 06 de dezembro do ano passado, só foi assinado na última quarta-feira (27) - Foto: Arquivo Pessoal
O representante da defesa ainda destaca que “tratam-se de dois inocentes. A questão é que faltam apenas alguns documentos serem juntados, mas esses dois rapazes serão julgados pelo júri. A decisão da pronúncia deve sair muito em breve. A tendência é que o judiciário coloque o júri para decidir e não o juiz colocar em liberdade”.
Para Márcio Oliveira, falta pouco para acontecer uma definição do futuro de João Paulo Prudêncio e Thiago da Cunha Alves:
“Quando concluírem essas diligências e essa semana devem vir esses documentos aos autos. Depois tem um prazo para as alegações finais. O Ministério Público vai produzir essa peça antes e os dois advogados que estão atuando pela defesa do João e do Thiago vão fazer as suas alegações. Para a defesa do Thiago há várias nulidades como quebra de cadeia de custódia”.
E ele finaliza a conversa explicando:
“O que é isso? É a forma que a polícia zela ao chegar no local e preservar. Essa cena não foi preservada. Um exemplo específico é o fio de nylon enrolado no pescoço dela e depois fixado no braço dela para provocar asfixia. Ele foi perdido. Os peritos estiveram no local e não levaram o fio. Só fizeram fotos. Eles só alegam que esse mesmo fio foi usado pelos acusados para estrangular a Monalisa, dentre outras nulidades”.
Negativa
Na manhã desta sexta-feira (29), o Tribunal de Justiça de Rondônia, por meio da 2ª Câmara Criminal, por decisão unânime,
negaram o pedido de revogação da prisão preventiva, assim como medidas cautelares diversas da prisão a Thiago da Cunha Alves, em habeas corpus (HC). Confira detalhes clicando aqui.