ECONOMIA: Expectativa é que construção civil em Rondônia continue crescendo

Mesmo com ritmo lento na retomada da economia pós-pandemia, animação no setor é alta

ECONOMIA: Expectativa é que construção civil em Rondônia continue crescendo

Foto: Divulgação

O mercado imobiliário e a construção civil são dois segmentos que conseguiram continuar em alta mesmo durante a pior fase da pandemia da Covid-19. 
 
Em Rondônia, movimentado pelo crescimento da indústria e do agronegócio, o setor também teve um forte crescimento, mesmo com as restrições no comércio e circulação de pessoas.
 
“Se o Brasil teve um PIB de menos 4,1% em 2020, se não fosse a construção civil, esse número seria de 6 ou 7%. Foi um setor importante em 2020 e permaneceu importante em 2021. Em Rondônia foi muito importante. Com a ajuda de uma taxa de juros de 2%, a mais baixa da história”, explicou o professor de Economia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Otacílio Moreira. 
 
A opinião é compartilhada por um empresário do setor:
 
“Minha empresa não sofreu tanto impacto, pois atuamos no setor de construção e reforma. Na verdade, foi um dos melhores momentos que já tivemos. Na correria do dia a dia, a pessoa chega em casa apenas para dormir e não repara muita coisa. Com o fechamento de empresas e restrição de locomoção, o pessoal teve que ficar em casa”, afirmou Fábio Sphera, dono de uma construtora de Porto Velho. 
 
O professor explicou ao Rondoniaovivo como foi todo esse processo de crescimento:
 
“As pessoas que tiveram a estabilidade de seus empregos e renda, aproveitaram a pandemia para ampliar sua casa, reformar. Quem não tinha, pegou dinheiro emprestado para fazer a sua. Aqui em Porto Velho vimos muitas construções. Vários condomínios que tinham vendido seus lotes há anos e não tinham obras, as pessoas aproveitaram”.
 
Subida
 
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em 2020 as vendas de unidades residenciais novas cresceram 9,8% no Brasil.
 
Para este ano, as previsões são de crescimento entre 5% e 10% diante de uma alta de 3% do PIB. Entretanto, alguns especialistas também acreditam que, nos próximos dois anos, o mercado não continuará nesse processo de crescimento.
 
“Em 2021, o setor deu uma segurada por causa dos juros do Copom [responsável pela taxa de juros], principalmente por causa da inflação. Saímos de uma taxa de juros de 2 para 10,75%. Mesmo assim, com um bom desempenho. Inclusive com níveis acima da pré-pandemia, em 2019. Em 2021 ajudou no PIB de 4,6% positivo”, destacou Otacílio Moreira. 
 
Em 2021, construção civil cresceu de 8 a 9% em Rondônia; Este ano, a expectativa é de 5% - Foto: Daiane Mendonça/Secom-Governo de RO
 
Estabilidade
 
Segundo alguns especialistas, um dos maiores incentivos, inclusive em época de pandemia, foi a viabilidade de crédito proporcionada pelo Governo, que incentiva o mercado em taxas junto com os bancos. Neste cenário, sabemos que o mercado não terá crédito para sempre e talvez o crescimento se atenue um pouco.
 
“A construção civil em Rondônia, durante a pandemia, foi classificado como essencial. A gente não aglomerava os funcionários. Reduzíamos e continuávamos com a obra. Não chegamos a parar. Com equipes menores, aumentavam os prazos. A vacinação ajudou a normalizar o mercado como um todo. Já retomamos inclusive as contratações de funcionários”, explicou Sphera.
 
Depois de quase dois anos de pandemia, as pessoas estão se reestruturando e replanejando para começar a investir de volta. Estão começando a ter mais segurança, então as obras devem acontecer. Esse é o aspecto positivo do cenário para o futuro do mercado, mas também pode ser algo negativo.
 
Porém, durante a pandemia, a cadeia de produtos, insumos e equipamentos para a construção civil sofreu e ainda sofre muito com a falta de materiais. Se a demanda represada for solta de uma vez, a escassez de material pode ser uma das consequências. 
 
O professor da UNIR, Otacílio Moreira, comentou ao Rondoniaovivo, que os preços mantiveram até relativa estabilidade. 
 
“Se a gente for pegar a época das usinas em Porto Velho ou das Olimpíadas na China, com o Brasil exportando muito cimento para lá, estamos com preços praticamente iguais. Lá atrás, a saca de cimento de 50 kg, chegou a custar R$ 40. Hoje é 38. As empresas e casas de materiais de construção têm procurado manter preços bons ao consumidor”.
 
Segundo números repassados ao Rondoniaovivo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, Porto Velho tinha 116.863 domicílios.
 
De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (PNAD) Contínua, Porto Velho ainda está crescendo, pois tinha 132 mil unidades em 2012 e teve um salto para 164 mil imóveis em 2019, dado do último ano do levantamento. Um aumento de 32 mil unidades em oito anos.
 
“Um dos indicadores desse crescimento são os pedreiros. Hoje é muito difícil conseguir um. Outro ponto são os montadores de móveis planejados. Você tem que aguardar alguns dias para conseguir um para ser atendido e outros dias para ter esse móvel instalado na sua casa. São indicadores importantes para a gente ver que o setor segue aquecido em Rondônia”, pontuou Otacílio Moreira.
 
Preços
 
O custo médio da construção civil em Rondônia ficou em R$ 1.558,31, segundo dados do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) divulgado em outubro do ano passado. 
 
No geral, o índice foi de 0,88% em setembro, a menor taxa de 2021 e 0,11 ponto percentual abaixo da taxa do mês anterior (0,99%).
 
Houve altas em todas as regiões e a mais intensa foi no Centro Oeste (2,03%), devido ao aumento na parcela dos materiais em todos os estados e ao acordo coletivo em Goiás.
 
O acumulado nos últimos 12 meses foi de 22,06%, pouco abaixo dos 22,74% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. Já o acumulado no ano foi de 15,62%. Em setembro de 2020 o índice havia sido de 1,44%.
 
O custo nacional da construção, por metro quadrado, passou de R$ 1.463,11 em agosto para R$ 1.475,96 em setembro, sendo R$ 877,35 relativos aos materiais e R$ 598,61 à mão de obra.
 
A parcela dos materiais subiu 1,21%, queda de 0,41 ponto percentual em relação ao mês anterior (1,62%). Considerando o índice de setembro de 2020 (2,55%), a queda foi mais significativa, 1,34 ponto percentual.
 
Já a parcela da mão de obra, com taxa de 0,40% e três dissídios coletivos observados, apresentou alta de 0,32 ponto percentual frente ao índice de agosto (0,08%). Frente a setembro de 2020 (0,20%), houve alta de 0,20 ponto percentual.
 
No final do terceiro trimestre, os acumulados no ano são 23,51% (materiais) e 5,75% (mão de obra), sendo que em doze meses ficaram em 35,89% (materiais) e 6,25% (mão de obra), respectivamente.
 
Centro Oeste
 
A Região Centro-Oeste, com alta observada na parcela dos materiais em todos os estados, e acordo coletivo observado em Goiás, ficou com a maior variação regional em setembro, 2,03%.
 
As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 1,76% (Norte), 0,55% (Nordeste), 0,58% (Sudeste), e 1,15% (Sul).
 
Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.438,32 (Norte); R$ 1.386,06 (Nordeste); R$ 1.535,22 (Sudeste); R$ 1.565,49 (Sul) e R$ 1.452,91 (Centro-Oeste).
 
Preços dos materiais de construção e insumos pode frear um pouco a vontade de investir no setor - Foto: Roni Carvalho
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