Lataria aos pedaços, pneus carecas e bancos sem assentos, sem extintores e documentação atrasadas alguns são problemas
Ônibus escolar pegou fogo por problemas na parte elétrica e não havia extintor para combater o fogo / Foto: Carlos Caldeira
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A situação do transporte escolar em Porto velho muitas vezes é dramática. Os ônibus escolares que rodam todos os dias levando crianças parecem imagens de filme de terror. A lataria aos pedaços e os bancos sem assentos são de ônibus que transportam estudantes em Porto velho e colocam a vida das crianças em risco.
"O outro ônibus nem a porta dele presta, está todo estragado", contou uma estudante a reportagem do Rondoniaovivo.
Os ônibus são considerados totalmente inadequados para o transporte de passageiros por estarem em péssimas condições de uso. A empresa não tem carros reservas, e o que dizer, dos motoristas que nunca entraram em uma sala de aula para fazer curso para fazer o Transporte Escolar. “Eu nem sou registrado em carteira de trabalho”, afirmou um dos motoristas.
São irregularidades que parecem não ter fim. Como se não bastasse colocar a vida de estudantes, motoristas e funcionários da própria prefeitura, as documentações dos carros estão vencidas. Tudo isso sem nenhuma fiscalização ou vistoria, que normalmente deveria acontecer respeitando o artigo 136 da Lei 9.503 de 23/1997 do Código de Transito Brasileiro.
Veja o vídeo que mostra as condições do ônibus:
Alguns ônibus deixaram de transportar alunos por falta de condições de rodar. Os riscos de acidentes são constantes, já que segundo os estudantes e motoristas que estão insatisfeitos com a situação, dizem que até os pneus dos carros estão carecas e sem condições de uso.
Transportamos bastante crianças pequenas no ônibus, e todos nós corremos grande perigo de perdermos a vida, alertou um motorista que não quis se identificar com medo de ser demitido e perseguido segundo ele. “Ver essa cena perigosa todos os dias assusta muito. É muita responsabilidade", completou outro motorista procurado pela nossa reportagem.
Os ônibus que deveriam oferecer um mínimo de conforto aos estudantes, não tem se quer extintores para o caso de uma emergência. E olha que a maioria da fiação dentro dos carros estão visíveis.
(Pneus dos ônibus utilizados para o transporte escolar estão sem condições de uso/Carlos Caldeira)
"São 20 carros em péssimas condições de uso que transportam em média 50 estudantes e monitores. As vidas dessas pessoas estão em nossas mãos, e se Deus me livre e guarde, acontecer um acidente, quem você acha que eles vão culpar, nós né”, desabafou outro motorista.
Culpa de Quem?
A responsabilidade por fiscalizar e cobrar melhorias no transporte, é da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), mas parecem estar indiferentes a situação que coloca em risco a vida de centenas de pessoas entre estudantes, funcionários públicos e motoristas da empresa.
Enquanto isso a prefeitura trava uma disputa judicial com as empresas que transportam estudantes na capital, e parece não se preocupar com as possíveis tragédias que podem acontecer. Isso sem contar, que a ineficiência no transporte já prejudicou o ensino de quase 2 mil alunos da rede pública que há 10 meses esperam de mochilas prontas que essa briga acabe e o problema seja resolvido.
A grande pergunta, é como a Empresa Freitas Transportes que é do Estado do Acre e que presta o serviço de transporte a prefeitura, ainda está trabalhando nessas condições com tantos órgãos fiscalizadores. Segundo apurou a reportagem, os carros seriam uma herança da antiga empresa Três Marias. Como carros com documentação atrasada e sem vistorias do Detran e de órgãos fiscalizadores, ainda continuam prestando o serviço.
Funcionários Prejudicados
A empresa que luta para continuar transportando estudantes em Porto velho, também é acusada de calote. Segundo funcionários, os salários de motoristas estariam pelo menos 3 meses atrasado e continuam com suas carteiras sem registro. Por conta disso, muitos funcionários estão acionando a empresa na justiça do trabalho contra a Freitas Transportes.
“Eles devem nossos salários, para o posto de combustível e até a borracharia não atende mais a empresa por falta de pagamento” disse um dos motoristas.
Determinação Judicial
Após várias audiências para encontrar solução para o problema que coloca a vida dos estudantes em risco, nada mudou ainda. Já foram diversos encontros após a “OPERAÇÃO CIRANDA” para resolver o problema do transporte rural e fluvial, mas segundo a fiscalização a Empresa Freitas tem tudo em ordem, sem nenhum problema.
Temos que lembrar que uma das determinações em audiência anterior era de que a empresa de ônibus entregasse no prazo de 07 dias toda a documentação referente a regularização da frota que atende a “Semed”, e isso, não aconteceu. Segundo a empresa 9 veículos tiveram a documentação regularizada após serem apreendidos em fiscalizações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ao tentarem passar a estrada do acesso a Rio Pardo.
Confira as imagens abaixo:
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!