POSITIVO: Exportações brasileiras crescem com guerra comercial entre China e EUA

Levantamento mostra que, de janeiro a julho, aumentaram as vendas para esses países de produtos como siderúrgicos, proteína animal e soja

POSITIVO: Exportações brasileiras crescem com guerra comercial entre China e EUA

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

Apesar do pessimismo generalizado em relação à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as barreiras impostas de um lado a outro contribuíram para aumentar as exportações brasileiras para os dois países em alguns setores.

 

Levantamento feito pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) a pedido do Estadão/Broadcast, mostra que, de janeiro a julho, aumentaram as vendas para esses países de produtos como siderúrgicos, proteína animal e soja. Os setores atribuem o crescimento das exportações, em parte, à imposição de barreiras comerciais entre americanos e chineses.

 

Em retaliação às sobretaxas impostas pelos americanos, a China também aumentou as tarifas de importação de produtos dos EUA, o que trouxe um efeito colateral positivo para a venda de produtos brasileiros para aquele mercado. Com isso, de janeiro a julho, houve alta de 18% na venda de soja para a China, o que já é visto como um sinal de que o Brasil pode ocupar o espaço dos EUA no fornecimento do grão ao país asiático. A venda de carne de porco aumentou 199% para a China nesse período.

 

Já a exportação de siderúrgicos subiu 38% no período para os EUA, passando de US$ 1,

 

3 bilhão para US$ 1,8 bilhão. Em volume, as vendas crescem 14,2% no ano, acima do patamar de alta permitido pelos americanos para este ano.

 

Em maio, os EUA estabeleceram tarifas de 25% para a importação de aço de países como China e União Europeia. O Brasil ficou fora da sobretaxa, mas foi estabelecida uma cota anual com base na média das vendas do produto brasileiro nos últimos três anos o que, na prática, permite uma alta de cerca de 7,0% sobre 2017.

 

Nesta semana, os EUA flexibilizaram mais uma vez as importações de aço brasileiro e permitiram que as empresas locais solicitem exclusões da cota de produtos que são insuficientes ou não são produzidos no país.

 

De acordo com o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, o aumento neste ano se deu pelo preço maior do produto e porque houve uma antecipação de embarques nos primeiros meses de 2018, antes das cotas terem sido estabelecidas.

 

Ele acredita que o montante vendido para os EUA convergirá para o total permitido ao longo do ano e prevê uma queda nas exportações totais de siderúrgicos para todo o mundo de 0,6% neste ano. "O mundo siderúrgico está de cabeça para baixo, com uma escalada monumental do protecionismo, por isso a previsão de queda", afirmou.

 

Oportunidades

 

A expectativa da indústria é que a guerra comercial abra oportunidades para a exportação, para os Estados Unidos, de produtos como automóveis, fertilizantes, resinas. Até julho, já houve aumento também nas vendas de químicos inorgânicos, veículos de carga, autopeças e máquinas e equipamentos. A avaliação de técnicos do governo, porém, é que ainda é cedo para atribuir essas altas apenas à guerra comercial.

 

Para a China, já houve alta também nas vendas de produtos como suco de laranja e frutas, e a expectativa de que a briga com os EUA leve ao aumento em produtos como arroz e veículos. Por outro lado, o minério de ferro, insumo da produção siderúrgica, recuou 4,6% para a China, justamente por causa do recuo da produção no país asiático em meio à escalada protecionista.

 

Segundo Ricardo Santin, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a guerra comercial contribuiu para quase triplicar a venda de suínos para a China, principalmente depois de a Rússia ter imposto embargo ao produto brasileiro. "A China é um mercado substituto e já vimos nos últimos meses um início do efeito do guerra comercial", afirmou.

 

Além disso, há uma oportunidade também para os exportadores de frango, já que o mercado chinês está fechado aos EUA por causa da influenza aviária e, com a disputa entre os dois países, ficará ainda mais improvável o fim desse embargo.

 

Para Sérgio Mendes, diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), as restrições impostas aos EUA pela China representam uma janela para que o produto brasileiro ganhe espaço cativo no mercado asiático. Segundo ele, a maior demanda pela soja brasileira representou um "prêmio" sobre o preço do produto de US$ 2 por tonelada acima do preço usual. 

Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?
Você ainda lê jornal impresso?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS