Rádio Patrulha da Polícia Militar é sempre acionada para socorrer pacientes do distrito.
Foto: Divulgação
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Distante 57 km de Vilhena, o distrito de Nova Conquista tem se tornado manchete de jornais nas últimas semanas, pela má qualidade do serviço público prestado à população daquela localidade.
Na manhã desta terça-feira, 26, a reportagem foi acionada novamente pela população, que desta vez denunciou a falta de ambulância para atender os moradores de Nova Conquista e adjacências.
Socorro em viaturas da Polícia Militar
A técnica em enfermagem Joelza Albuquerque, que reside na localidade há 15 anos, e é servidora pública municipal na função de agente de saúde, informou a reportagem às 9h20 sobre o caso de uma criança com problemas de saúde que estava sendo socorrida em uma viatura da Polícia Militar, em decorrência da falta de ambulância.
Com os pais, o paciente, uma criança de um ano e um mês, apresentava problemas de reação alérgica após ter inalado uma substância, segundo informou Edivaldo de Souza, 36, pai do menino.
Edivaldo, que trabalha na prestação de serviços gerais, conversou com a reportagem. “Eu sou de Pimenta Bueno e há 30 dias me mudei para Nova Conquista a trabalho. Hoje pela manhã o meu filho que tem uma saúde frágil, apresentou uma reação alérgica grave após ter entrado em contato com uma substância. Nós fomos às pressas até o posto de saúde, mas eu e minha esposa fomos informados que a ambulância estava ‘quebrada’. Não temos muitos recursos e quem nos socorreu foi a PM”, disse Edivaldo. Ele deverá arcar com as despesas de um táxi para retornar com a família até o distrito.
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À reportagem, a Polícia Militar de Nova Conquista, confirmou que a falta de ambulância já completa 10 meses. “Lá tem uma ambulância que está quebrada há 10 meses, e já foram várias as vezes em que socorremos pessoas em viaturas. É o único recurso que a população de lá tem”, disse o militar.
Ambulância completa 10 meses parada
A agente de saúde, Joelza disse à reportagem que 80% dos moradores do distrito podem ser classificados na faixa de pessoas vulneráveis; idosos com problemas cardiorrespiratórios, diabetes e de hipertensão e crianças que em sua maioria apresentam algum problema de saúde.
“O posto de saúde apresenta diversas fragilidades, principalmente em relação à falta de uma equipe permanente de saúde para atender a população. Eu sou formada como técnica em enfermagem e sou concursada como agente de saúde, mas aqui, eu acabado desempenhando uma função para a qual não fui contratada, mas como tenho a formação profissional não vou deixar de atender as pessoas”, conta Joelza.
Segundo ela, a ambulância do distrito, parada há 10 meses, começou a apresentar alguns problemas, como baixar o óleo e a água do radiador e desde então foi encostada embaixo de um pé de árvore ao lado do posto e dali nunca mais foi removida para que fosse levada até uma oficina. “O motorista informou que a ambulância estava baixando muito a água e o óleo e por isso foi interrompido o seu uso. Nós buscamos por diversas vezes junto ao secretário de saúde uma solução, mas a resposta é sempre a de que o município não tem dinheiro para o reparo do veículo”, comentou Joelza Albuquerque.
Moradores de Nova Conquista, preocupados com a situação e temendo que casos mais graves de pacientes possam resultar em mortes pela falta da unidade móvel, se propuseram a pagar o reparo do veículo, mas segundo a agente de saúde, o secretário municipal de saúde, Adilson Bernardino disse que por se tratar de um veículo oficial, a população não pode custear o conserto da ambulância. A falta de ambulância no distrito poderá ser levada ao Ministério Público caso uma solução imediata não seja tomada pela prefeitura de Vilhena, informou alguns moradores.
A reportagem tentou por diversas vezes contato com o secretário de saúde de Vilhena, mas ele não respondeu às chamadas.
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