De dentro de prisão em Rondônia, milicianos ordenam execuções no Rio

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Foto: Divulgação

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 Presos em celas individuais na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, a 3,4 mil quilômetros de distância do Rio, os ex-

PMs Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, e Toni Ângelo de Souza Aguiar estariam comandando, por meio de correspondências, a sangrenta disputa pelo comando da maior milícia da Zona Oeste. Investigações da Divisão de Homicídios (DH) indicam que as ordens para os recentes confrontos entre membros do grupo paramilitar saíram da prisão de segurança máxima.

Na manhã de sábado, duas pessoas foram mortas e cinco ficaram feridas num ataque ocorrido em um bar de Paciência. A polícia atribui o crime a milicianos. A guerra vem espalhando medo na Zona Oeste, sobretudo entre os 170 mil moradores de Paciência e Cosmos, áreas consideradas redutos da milícia, que passa por uma cisão desde a execução de Ricardo Gildes de Souza, o Dentuço, em outubro de 2014. A DH suspeita que Toni Ângelo encomendou o crime.

O assassinato contrariou Batman, que havia escolhido Dentuço para comandar a quadrilha. A milícia fatura mensalmente cerca de R$ 1 milhão com a cobrança de "taxas de segurança" - impostas a comerciantes e motoristas de vans - e a venda de sinais de TV a cabo, entre outras atividades ilegais.

O uso de correspondências na disputa interna travada pelos dois ex-aliados foi levantado em investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), no início do ano passado. Na ocasião, cartas com orientações de Toni Ângelo acabaram apreendidas na casa de um integrante do grupo. As correspondências foram postadas de uma agência dos Correios em Catanduvas, no Paraná, onde Toni cumpria pena na época.

Para tentar rastrear a troca de mensagens, a DH estuda enviar nos próximos dias uma equipe a Porto Velho. Há indícios de que a ordem para que quatro homens encapuzados abrissem fogo contra pessoas que estavam num bar em Paciência teria partido de Toni Ângelo. A DH afirma que nenhuma das vítimas do crime tinha envolvimento com o grupo paramilitar. O alvo seria um PM aliado de Batman. O policial, que teria sido baleado, ainda não foi identificado.

Neste domingo, parentes de Celio da Silva e Antônio Eduardo da Silva, trabalhadores mortos no ataque ao bar, evitaram fazer comentários na saída do Instituto Médico Legal (IML).

- O clima na região é de total intranquilidade. Todos têm medo de sair à noite e acabar se tornando vítima da guerra da milícia - disse um amigo de Antônio Eduardo, que era porteiro

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