Além do cacau, agricultoras projetam futuro com artesanato e costura

Além do cacau, agricultoras projetam futuro com artesanato e costura

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Foto: Divulgação

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Criação recente, o salaminho de chocolate despontou entre os produtos da agroindústria espalhados sobre a mesa. O freguês também escolheu produtos em pó e castanhas caramelizadas no cacau, tudo natural e sem substâncias conservantes.
Das vendas paroquianas, a Associação das Agricultoras e Agricultores Familiares de Teixeirópolis (Aaafat) adquiriu freezer, liquidificadores, e projeta agora o futuro de suas atividades com melhor tecnologia. Quer ofertar produtos de artesanato, corte e costura e aves, no que contará inicialmente com pelo menos mais 20 integrantes.
“Começamos a trabalho no pilão artesanal e chegamos ao atual estágio”, comentou Ilma José Alves Lopes. Ela e outras 23 sócias da entidade venderam a linha de achocolatados mais solicitada por clientela de diferentes padrões em visita aos pavilhões de produtos alimentícios, na 4ª Feira Rondônia Rural Show [no Parque de Exposições Hermínio Victorelli]. A unidade custava R$ 2, mas com R$ 10 a freguesia levava até sete doces.
“Vamos ver no que vai dar. A gente pensava assim e entregava boa parte dos bombons para o tratamento homeopático feito pela Paróquia de Ouro Preto do Oeste. Depois, criamos o chocobom, um creme de chocolate com castanha, servido com torrada, biscoito e queijo”, contou Ilma.
Mulheres agricultoras de Teixeirópolis [na região central de Rondônia, 4,8 mil habitantes, a 350 quilômetros de Porto Velho], não se limitaram ao principal produto, originário dessa lavoura formada em meados dos anos 1970 na região de Ouro Preto do Oeste. Há algum tempo já fabricam doces de frutas diversas e de castanha. Agricultura familiar reúne 20% da mão de obra feminina no município, aponta pesquisa do IBGE.
Irene Araújo Cavalcanti cultiva três mil cacaueiros em três hectares. Produziu clones e ingressou na associação em 2014, depois de uma onda de abandono que por pouco não causou desânimo geral no grupo. “Entre nós, a força do entusiasmo é assim: uma vê o sucesso da outra e se pega no trabalho”.
Ao participar pela primeira vez da Rondônia Rural Show e registrada em cartório depois de curso básico, a associação apoiada pelo Projeto de Fortalecimento da Organização Social e Produtiva da Agricultura Familiar já vislumbra êxito semelhante ao do Projeto Reflorestamento Econômico Consorciado Adensado (Reca), que funciona no Km 1071 da rodovia BR-364, no Distrito de Nova Califórnia.
 
“Experiências de sucesso devem ser repetidas, e acho que estamos em condições de alcançar esse êxito”, comentou a técnica da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Fátima Janones.
O estatuto da associação prevê diversificação de atividades. Assim, do cacau para o artesanato e corte e costura será um pulo. Pelo menos na visão e na expectativa de Fátima, cuja gratidão ela manifesta a cada apoiador, seja pelos cursos até então promovidos, pela entrega do barracão de produtos, e pela gerência de empreendimentos da Emater, Ceplac e prefeitura. “Confiaram em nosso trabalho, deram-nos a devida autonomia, e assim caminhamos”, ela frisou.
 
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