Agência de Vigilância em Saúde de Rondônia alerta doentes para que não abandonem o combate à tuberculose

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Foto: Divulgação

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É alto o índice de interrupção do tratamento de tuberculose em Rondônia. O Ministério da Saúde estabelece em 5% o percentual de abandono e o estado alcançou índices entre 10% e 13%.

Só em Porto Velho há 48 pessoas – de um total de 63 no estado – que reingressaram no tratamento dessa doença causada pelo bacilo de Koch, depois de abandoná-lo por conta própria.

“Isso é preocupante”, lamentou a coordenadora do controle de tuberculose na Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa), enfermeira Nilda de Oliveira Barros, nesta quinta-feira (16). “Em 2012, Rio Branco (AC) obteve o melhor índice de cura no País, enquanto Porto Velho fez o contrário”, ela disse.

Quarta causa de mortes entre as doenças transmissíveis, a TB (assim é conhecida a doença na linguagem médica) tem cerca de 70 mil casos por ano no Brasil. Dados estatísticos que serão fechados em setembro deste ano revelam: Rondônia é o terceiro estado brasileiro em casos de TB entre os povos indígenas, situando-se atrás dos estados de Tocantins e São Paulo (1º). Cacoal e Guajará-Mirim têm o maior número de casos.

Em 2013, a TB levou à morte 14 pessoas em Rondônia e, em 2014, mais oito: Alta Floresta do Oeste (1), Cacoal (2), Cerejeiras (1), Porto Velho (3) e Vilhena (1). No entanto, alguns municípios obtêm índices positivos, entre os quais Cacoal e Ji-Paraná, cidades onde as pessoas perceberam que essa doença não é gripe comum.

Na investigação de 594 casos novos em 2014, Ariquemes teve 37, Cacoal 28, Vilhena 16, Ji-Paraná e Rolim de Moura 13 cada, e Porto Velho, 321. São 39 as pessoas que tiveram a doença, trataram, mas voltaram a contraí-la, sendo 29 da capital. O item denomina-se recidiva (recaída).

O tratamento gratuito dura seis meses e pode ser feito nos centros de saúde ou em casa. “Quando a pessoa começa a se tratar, sai da fragilidade e melhora, pensa que está curada e deixa de cumprir o calendário; aí, a interrupção provoca a volta da doença”, alertou Nilda Barros.

PALIATIVOS NÃO RESOLVEM

Especializada em pneumologia sanitária e gestão de programas com ênfase em TB, a coordenadora constatou que muitos doentes usam xaropes e visitam o pronto atendimento do SUS, e não saem dos paliativos: “Quando faz nebulização, que alivia a falta de ar, seja no SUS ou em clínica particular, a pessoa precisa se convencer que a TB nunca deixou de existir”.

Situações de TB ocorrem quando a pessoa tosse com escarro por três semanas ou mais – às vezes com sangue -, perde o apetite, emagrece, se cansa facilmente, tem dor no peito e nas costas e febre baixa, geralmente à tarde.

A TB ataca principalmente os pulmões, rins, olhos e ossos. O risco de adoecer é geral, porém é maior entre as pessoas que convivem com doentes de TB pulmonar, sem tratamento, em lugares fechados, e aquelas em condições precárias de saúde, alimentação, habitação, alcoólicos, portadores de AIDS ou de diabetes.

Segundo Nilda Barros, a situação melhora se as equipes de saúde seguirem rigidamente as recomendações do Ministério da Saúde para o tratamento diretamente observado (TDO).

OFICINA EM ARIQUEMES

A maior causa de óbito é o diagnóstico tardio. Assim, a Agevisa promoverá nos próximos dias 23 e 24 em Ariquemes uma oficina cujo tema é TB em populações mais vulneráveis. Semelhante evento ocorreu em novembro do ano passado, em Porto Velho.

A TB é transmitida pelo ar, de pessoa doente sem tratamento para outra sadia. Ela ocorre por tosse, espirro e pela fala.  Não se pega a doença quando se usa os mesmos pratos, talheres, roupas de cama, toalhas e vaso sanitário que o doente usa. Se a pessoa descobre o sintoma e o profissional de saúde também, tudo fica mais fácil. E se tiver hábitos saudáveis, eles funcionam como preventivo para que ela não adoeça.

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