Mais um soldado da borracha morre no estado Rondônia

Mais um soldado da borracha morre no estado Rondônia

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Foto: Divulgação

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No dia 03 de outubro último, faleceu na cidade de Porto Velho/RO, o seringueiro e soldado da borracha Anastácio Saraiva Leão, aos 88 anos de idade. Natural do Estado do Amazonas, esse bravo combatente nasceu em 21 de julho de 1925, descendente de nordestinos, continuou o ofício do pai que outrora participara do Primeiro Ciclo da Borracha. Sr. Anastácio durante muito tempo de sua vida exerceu a profissão de extrativista – seringueiro no Estado de Mato Grosso e também em Rondônia. Em Mato Grosso trabalhou por vários anos no período da 2ª Guerra Mundial no seringal Roosevelt, região cortada por rios e igarapés. Discreto, reservado e calado guardou para si, lembranças, angústias, alegrias, sofrimentos, desilusões e sonhos que vivenciou na época dos grandes seringais.
Vítima de um Derrame Cerebral estava acamado há onze anos, mas consciente de tudo e das lutas que se desenvolviam no Sindicato dos Soldados da Borracha de Rondônia, o qual era filiado, foi também um dos primeiros sócios da entidade, antes de contrair sua enfermidade era atuante e participava dos encontros da categoria. Com a desativação dos seringais, o ofício que exerceu por muitos anos perdeu força, acompanhou o desaparecimento das florestas, castanhais e seringais, no lugar viu nascer grandes latifúndios e fazendas criadoras de gado, sem profissão, viu-se obrigado para sustentar sua família, a trabalhar como peão para os grandes proprietários de terras que ali surgiam. Agora o senhorio e o patrão eram outros, diferente daqueles patrões da época da borracha onde trabalhara e que um dia foi explorado.
Na década de 90, migrou para a capital de Rondônia, lugar onde permaneceu por mais de vinte anos até sua morte. Quando vivo, se queixava aos familiares que só vivia na cidade por causa da família, pois sua paixão estava na mata, no campo e não na cidade. Acompanhando o desenrolar da PEC 556/2002, seu Anastácio esperava ser reconhecido economicamente com a aprovação da matéria, e assim usar um pouco do dinheiro para melhorar seu estado de saúde. Ele morreu deixando poucos pertences além de uma pequena casa, deixou o exemplo de vida, vários filhos, netos e a dor da saudade nos corações de muitos colegas que os admiravam.
Desde que a PEC556/2002 começou a tramitar no Congresso Nacional, dezenas e dezenas de Soldados da Borracha morreram esperando serem reconhecidos e receberem o aumento salarial, já são onze anos de espera, o puxa e encolhe perdura até hoje entre as autoridades do Estado Brasileiro, é preciso um olhar mais humano e com mais seriedade sobre a questão, a final, se demorar muito para aprovação da matéria, não haverá mais soldados da borracha para receber, pois até lá todos já terão morrido.
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