Agricultores de Rio Pardo ameaçam fechar BR 364

Agricultores de Rio Pardo ameaçam fechar BR 364

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Foto: Divulgação

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O fechamento da BR 364 sentido Acre foi cogitado durante a Sessão Popular realizada em Rio Pardo, distrito de Porto Velho, pela Câmara de vereadores na última quarta-feira (25).

Os agricultores e moradores do distrito aguardam uma resposta dos vereadores até o dia 15 de maio, data em que o parlamento municipal se prontificou em pedir ajuda aos deputados federais e senadores de Rondônia para as questões energética, recuperação da estrada, educação e saúde em Rio Pardo.

Chegar ao local não é tarefa fácil. O distrito fica a 160 quilômetros de Porto Velho, sendo que 95 quilômetros são de estrada de chão. Apenas veículos grandes e camionetes traçadas conseguem trafegar devido os atoleiros em vários trechos da estrada.
O trajeto que poderia ser percorrido no máximo em 2 horas, é feito em quase 5 horas. Toda essa aventura os vereadores e funcionários da Câmara de Porto Velho enfrentaram para realizar a Sessão Popular.

E esse é o caminho mais curto, porque Rio Pardo faz divisa com o município de Buritis que fica a aproximadamente 87 quilômetros de estrada também de chão, e o estado de conservação não é diferente. Leva-se menos tempo, porém de Buritis a Porto Velho o caminho é longo, totaliza cerca de 360 quilômetros.

De acordo com os pequenos agricultores de Rio Pardo, o escoamento da produção tem sido praticamente impossível. “Essa vinda dos vereadores ao nosso distrito foi muito boa, porque eles tiveram coragem de ver de perto nosso sofrimento. Nossas estradas são uma tristeza e isso dificulta escoar nossa produção que abastece 80% da população de Porto Velho. São tantos descasos com nossa comunidade, que acreditamos que Rio Pardo é o distrito mais abandonado do município”, desabafou Luis Pires, vice-presidente dos agricultores de Rio Pardo.

A Secretaria Municipal de Obras iniciou o trabalho de recuperação da estrada, mas acabou sendo limitado porque a região de Rio Pardo está numa Área de Proteção Ambiental (APA), de responsabilidade do Estado de Rondônia. A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam) recomendou que os trabalhos parassem para que técnicos da Sedam pudessem fazer o cadastramento das famílias na região.

Por outro lado os serviços de recuperação das estradas é do Departamento de Estradas de Rodagem (DER). “A gente sabe que a estrada é importante e as famílias necessitam e segundo a secretária Miriam Saldanha, a Semob vai continuar com as máquinas na estrada, e só devem parar quando o DER assumir”, explicou o vereador Mario Sergio.

Mario Sergio ficou sensibilizado com a situação das crianças e dos jovens que moram nas linhas de Rio Pardo que ainda não iniciaram o ano letivo, por que o ônibus escolar não consegue entrar devido as condições das vias. “Pude constatar que existem crianças de 11 e 16 anos que nunca frequentaram a escola. Serviços primários que a comunidade da linha 90 e outras linhas do distrito pedem. Segundo os pais desses alunos, este ano cerca de 400 crianças da zona rural vão perder o ano letivo. Isso é um absurdo!”, salientou o vereador.

Moradores usam velas e lamparinas
O distrito tem cerca de 1.500 famílias, mas a maioria não tem energia elétrica em casa. Velas, lampião e lamparinas são métodos antigos para quem quer ter iluminação. A rede de energia existente foi feita pelos moradores, mas é precária e não consegue atender todas as casas. “Quem quiser ter luz na residência para assistir a programação na TV ou beber água gelada tem que comprar gerador que custa de R$ 8 mil a R$ 10 mil, que é o mais potente, porém a capacidade de funcionamento é de apenas 3 horas”, comentou o agricultor Paulo Pinto Neto que reside no distrito há 12 anos. Neto disse ainda que à noite é um tormento, devido o barulho dos geradores.

A solução definitiva para a questão energética de Rio Pardo é a instalação da rede de distribuição, um serviço da Eletrobrás.O representante da Eletrobrás João Picanço, que participou da Sessão Popular, disse que esse ano não tem condições, para frustração dos moradores e agricultores que compareceram em massa ao evento. “A Eletrobrás já formalizou um processo que será protocolado junto a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com o projeto de instalação de um grupo gerador, porém a Aneel só deve autorizar em 2013”, justificou Picanço.

Ao sentir a decepção das famílias e de agricultores de linhas distantes do distrito, o vereador Mario Sergio conclamou os demais colegas do parlamento municipal para uma atuação mais forte em favor da comunidade de Rio Pardo. “Não adianta vir aqui e criar expectativas, temos que agir. Os vereadores de Porto Velho precisam se unir e definir uma data e uma resposta a essas famílias. Vamos nos reunir com os representantes de Rondônia em Brasília para que possam ajudar na liberação da construção de uma usina térmica, sugestão da vereadora Mariana Carvalho, que não precisa licitação e que será a forma mais rápida para resolver a questão energética de Rio Pardo. Agora, se os nossos representantes não nos ajudarem até o dia 15 de maio, estamos prontos para engrossar o movimento dos agricultores em fechar a BR 364”, observou Mario Sergio.

No encerramento o presidente da Câmara, Eduardo Rodrigues criou uma comissão formada pelos vereadores Mario Sergio, Mariana Carvalho, Ramiro Negreiros e Jurandir Bengala para se reunir com a bancada federal para dar uma resposta a população de Rio Pardo até 15 de maio.
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