Estamos ainda engatinhando para combater toda a violência – Por Sérgio Pires
Foto: Divulgação
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Há informações vitais para se entender um pouco mais das razões da absurda violência e impunidade que campeiam no Brasil. O primeiro dado é assustador: apenas 10% dos crimes de homicídio são solucionados. Em alguns estados, esse percentual é bem menor. No Rio, apenas 4,5% dos crimes são esclarecidos e os autores, identificados. Os dados indicam que entre 60% e 70% dos inquéritos policiais são arquivados por falta de provas. Já nos Estados Unidos, a maioria dos crimes é desvendada, atingindo índice de 70% a 80% dos casos. Também importante: a probabilidade de um assassino ser condenado e cumprir pena até o fim no Brasil é de apenas 1%. Nos Estados Unidos, supera os 35% e em casos mais graves, pode chegar a 64%. Está dando para entender, não é? A cada 12 minutos, uma pessoa é assassinada no Brasil. Por ano, são registrados 45 mil homicídios no País. Isso representa que, na média geral, apenas 4.500 crimes são devidamente esclarecidos e os culpados punidos, mesmo com penas leves e facilidades para deixar a prisão, às vezes em tempo recorde.
Tem mais. Dados do Ministério da Justiça revelam que o Brasil é o país que mais criou vagas no sistema carcerário nos últimos 25 anos. De 1990 para cá, a capacidade nos presídios brasileiros saltou de 60 mil para 298 mil vagas, uma expansão de 396%. Em segundo lugar estão os Estados Unidos, com 67% de aumento. Os americanos tem 2, 3 milhões de presos, sete para cada 100 mil habitantes. O Brasil tem perto de 500 mil presos, 0,26 presos para cada 100 mil habitantes. O problema aí é que nossas prisões são faculdades do crime e recuperam quase ninguém. Nos Estados Unidos, além das penas pesadas, a reintegração à sociedade é forçada e os índices de recuperação muito maiores. São apenas algumas comprações, nessa complexa situação trágica da violência que vivemos.
DIVIDIDO AO MEIO
A vitória de Fátima Cleide como pré-candidata do PT racha de vez o partido, como racharia se Cláudio Carvalho vencesse. Há muito tempo que os petistas dividiram-se em alas. Quando vivos, Odair Cordeiro e Eduardo Valverde conseguiam segurar as pontas e manter a paz. Mas, depois que os dois, conciliadores e propensos ao diálogo se foram, o abismo entre as lideranças se aprofundou. Fátima vai para a disputa sem apoio da atual administração. Se não houver alguma novidade, a ex-senadora correrá sozinha. Metade do PT não irá com ela. Como metade não iria com Claudio.
CERTOS E INCERTOS
Com Fátima, o quadro começa a se formar, para o primeiro turno da disputa em Porto Velho. Já estão também certos: Mauro Nazif, do PSB; Lindomar Garçon, do PV; José Augusto, do PMDB e Miguel de Souza, do PR. Ainda a confirmar: Mário Sérgio, do PMN; Dalton di Franco, do PDT; Mariana Carvalho ou Ivo Benitez, do PSDB; Amado Rahaal, do PP; Edgar do Boi. do PSDC e outros nomes, constantemente citados. Só em junho se saberá, com certeza, quem vai mesmo para a reta final.
A HISTÓRIA PERDE
Walderedo Paiva foi outra figura importante da história que de Rondônia perdeu. Morreu levando consigo muitas informações vividas no meio político, policial e social. De uma fase em que viver nessa região era mais que uma aventura, era risco de vida. Ele e outros pioneiros estão indo embora e nos deixando sem memória. Está na hora de pensarmos num Museu da Imagem e do Som, para guardarmos passagens e personalidades que não podem ser perdidas, sob pena de esquecermos quem somos.
MORTES E MORTES
Um cavalo foi morto a tiros, na BR 364, por um policial. A cena foi filmada e causou muitos protestos. Uma mulher, ligada aos movimentos de preservação da floresta, foi friamente assassinada. Protestos de parlamentares e partidos de esquerda. Nenhum deles, aproveitou para sequer lamentar as mortes de 29 garimpeiros, assassinados dentro da Reserva Roosevelt, há oito anos. Matar um animal causa tristeza e comoção. Já os 29 mortos, nada tem a ver com a comunidade, ao que parece.
AGRESSÃO EM AULA.
Pais e alunos agredirem professores passou a ser comum, graças à legislação burra e corrupta e a política de lava mãos das autoridades, que fazem de conta que não é com elas. Em Porto Alegre, dias atrás, a triste cena de repetiu. Um estudante que queria colocar fogo nos cabelos de uma coleguinha foi admoestado pela professora. O menino, com veia de criminoso, foi em casa e pediu ajuda à mãe e à irmã. O trio voltou à escola e agrediu a professora, covardemente. Não aconteceu nada com os agressores. É o horror...
QUATRO INIMIGOS
Anunciado como um pacote de incentivo à indústria, programa do governo federal vai trazer muito pouco de concreto. A queda da indústria nacional é visível, sem chances de concorrer com a de outros países. Temos quatro inimigos mortais, que, se não combatidos, não há ajuda que resolva: custos trabalhistas dos mais caros do mundo; energia das mais caras do Planeta; telecomunicações e internet caríssimas e ruins e, o pior de tudo, a carga de impostos que só serve, como sanguessuga, para se alimentar de quem produz. Com tudo isso, o problema não tem solução.
PERGUNTINHA
Com tantos ministros caindo, com a crise com o Congresso, com as obras do PAC quase paradas, qual o segredo da presidente Dilma Rousseff para ter 77% de aprovação?
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