No final da tarde de quarta-feira (28) o CFM (Conselho Federal de Medicina) acabou por divulgar uma nota pública de repúdio após o Rondoniaovivo ter divulgado um vídeo que mostra o descaso dentro do Hospital e Pronto Socorro João Paulo II. Quando as imagens fortes mostram um homem deitado no chão, aparentemente agonizando, com tapurus dentro da boca.
O governo do Estado ainda não se pronunciou sobre o assunto.
VEJA NOTA NA ÍNTEGRA:
Nota do Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia
A saúde pública em Rondônia vivencia período de crise por conta de sucessivos equívocos na esfera de sua gestão. Um exemplo concreto dos desmandos veio a tona com a operação Termópilas, conduzida pelo Ministério Público Estadual, pelo Tribunal de Justiça do Estado e pela Polícia Federal. A ação concluída no fim de 2011 culminou com a denúncia de envolvimento e a prisão de gestores públicos, políticos e empresários que desviavam recursos da saúde em benefício próprio.
Apesar disso e de outras várias denúncias feitas pelas entidades médicas, da sociedade civil e da imprensa, o descaso e a indiferença ainda campeiam comprometendo a vida e o bem estar dos cidadãos rondonienses. Infelizmente, o caos ultrapassou todos os limites.
Nesta quarta-feira (28), imagens chocantes veiculadas pela internet mostram o sofrimento e a tortura a qual os pacientes estão sendo submetidos no Estado. As cenas mostram um homem abandonado dentro do hospital João Paulo 2º, em Porto Velho. Seu sofrimento é visível e sua agonia choca ainda mais ao percebermos que de sua boca saem larvas (tapurus), que o devoram vivo.
O Conselho Federal de Medicina e o Conselho Regional de Medicina do Estado de Rondônia (Cremero), inconformados com o quadro atual e com a indiferença do governador Confúcio Moura [PMDB] – lamentavelmente médico –, tomarão medidas enérgicas para que situações semelhantes não voltem a acontecer.
Este caso exemplifica o desrespeito aos direitos humanos e a Constituição brasileira, que determina que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado, sendo a dignidade dos indivíduos fundamental para a vida em sociedade. Os conselhos conclamam todos os rondonienses, todas as entidades da sociedade civil organizada, os tomadores de decisão, o Ministério Público, o Poder Legislativo e o Poder Judiciário a unir forças contra a iniquidade.
O silêncio significa cumplicidade com os desmandos. Os médicos não assinarão este pacto.
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE RONDÔNIA
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA