A reunião ocorrida no Campus da Universidade Federal de Rondônia na manhã da última segunda feira (17/10/2011) transcorreu dentro do previsto: centenas de estudantes e professores, em greve há mais de um mês, lotaram o Auditório Paulo Freire, demonstrando que não há o menor sinal de enfraquecimento ou desânimo por parte do movimento grevista, que mantêm o Prédio da Reitoria da UNIR ocupado há cerca de 02 semanas, como forma de exigir o afastamento do Reitor Januário do Amaral, envolto em uma avalanche de denúncias de favorecimento em concursos públicos, improbidade administrativa, malversação do dinheiro público e irregularidades junto a Fundação RIOMAR.
O Ministério da Educação (MEC) foi representado na ocasião, pelo ex-Reitor da Universidade Federal de Viçosa, que agora, ocupa o cargo de Secretário de Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, reafirmando a legitimidade das reivindicações dos grevistas e garantindo o aporte de recursos financeiros adicionais a Universidade.
“Minha presença aqui se justifica pelo respeito que o Ministério da Educação possuiu por esta Universidade. De antemão, estaremos garantindo um edital para a contratação de cerca de 49 servidores técnicos-administrativos para a UNIR; verba de custeio para ampliação dos contratos de limpeza dos Campi da UNIR; ampliação das bolsas de alimentação, até que se concluam as obras já licitadas o Restaurante Universitário; compra de computadores e equipamentos para laboratórios em caráter emergencial, além de celeridade nos trabalhos que envolvem a construção e implementação do Hospital Universitário”, destacou Luiz Cláudio.
No entanto, a ausência injustificada do Reitor da UNIR, José Januário de Oliveira Amaral, que não compareceu a reunião (que havia sido marcada em Audiência em Brasília com o MEC e com o Comando de Greve dos Professores e Alunos), se constituiu em uma afronta para professores e alunos.
“A ausência do Reitor em nossa reunião deve ser lamentada”, destacou o Prof. Carlos Silva “Papagaio”. Reafirma apenas, algo que denunciamos desde o início da greve – “não há, por parte do atual Reitor, o menor interesse e disposição em dialogar de forma aberta e franca com o conjunto do movimento de greve”, concluiu o Prof. Carlos.
Segundo Talyta Soares, do Comando de Greve dos Estudantes, “a ausência do Reitor em nossa reunião comprova o esgotamento da capacidade institucional do Sr. Januário do Amaral tem de estar à frente da direção de nossa Universidade”.
“Ao invés de dialogar com os estudantes, o Reitor, de forma covarde e infantil, se furta ao debate, enviando Pró-Reitores sem a menor condição política de representar os anseios da comunidade acadêmica”, destaca a estudante, em uma nítida referência a presença dos Pró-Reitores Joel Bombardelli e Aparecida Zuin, que representaram a Reitoria na reunião.
Quando ao afastamento do Reitor, o Secretário de Educação Superior do MEC destacou que será instaurada, em caráter emergencial, uma Sindicância pelo Ministério da Educação, que irá apurar as denúncias de irregularidades apresentadas por estudantes e professores, junto com a instalação do “Gabinete de Crise da UNIR”, no âmbito do Ministério da Educação, para fins de apresentar até a próxima semana, uma contraproposta, com ações efetivas e com prazos estabelecidos para as pautas de reivindicação apresentadas pelos cursos da UNIR.
“Posso garantir aos senhores, que a Sindicância Externa que será constituída pelo Ministério da Educação será composta de pessoas idôneas e com elevada experiência na apuração de irregularidades. Na existência da comprovação da menor irregularidade, afirmo publicamente aos senhores, que o Reitor da UNIR será afastado”, conclui o Secretário da SESU/MEC, Luiz Cláudio Costa.
Em caráter exclusivo, o Site Rondônia Ao Vivo teve acesso a fotos do Reitor da UNIR, Prof. Dr. José Januário de Oliveira do Amaral, se encontrando no Aeroporto Governador Jorge Teixeira, acompanhado de vários Pró-Reitores, com o Secretário do MEC, Luiz Cláudio Costa, na ocasião do retorno do representante do MEC à Brasília, momentos após a conclusão da reunião, em que o Reitor da UNIR não compareceu e não justificou sua ausência.
Sem dúvidas, o impasse entre Reitoria, estudantes e professores, está longe de ser resolvido, e dado a disposição de luta de estudantes e professores, o afastamento do Reitor parece ser a única forma de garantir o fim da greve e o término da ocupação do Prédio da UNIR.