O princípio do respeito - Valdemir Caldas

O princípio do respeito

O princípio do respeito - Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Mais avança a consolidação do estado de direito, mais sentimentos a necessidade de buscar o entendimento. Os altos interesses públicos, numa democracia, devem superar todos os demais, porque somente assim o bem público estará assegurado.
Quando, porém, questões cuja solução deveria repousar, sobretudo na adequada audiência das partes, têm seu equacionamento entregue a certo tipo de manifestação que em nada se coaduna com os princípios democráticos.
Muitas vezes, movidos pela emoção e a pressão dos fatos cotidianos, dirigentes públicos, autoridades e políticos, acabam desviando da trajetória que os tem feitos respeitados pela comunidade.
A ansiedade que então se estabelece na cabeça do político (seja ele presidente da República, senador, governador, prefeito, deputado ou vereador) chega a remetê-lo a condutas que a um só tempo desmerecem a imagem cuidadosamente construída e a adoção de alternativas mais consentâneas aos problemas.
A recente greve de policiais militares, além dos problemas causados à sociedade, levou alguns políticos a perderem as estribeiras e partirem em tropelia contra o governador Confúcio Moura, com adjetivos que soam bem na boca de assíduos freqüentadores de botequim de quinta categoria, mas incompatíveis quando proferidos por representes do povo.
O primeiro petardo veio da Assembléia Legislativa de Rondônia. E foi disparado por um integrante da base aliada do governo, o deputado petista José Hermínio Coelho, que chamou o governo de sem-vergonha.
O outro missel do tipo tomarock foi disparado também daqui mesmo, mas quem apartou o botão do equipamento veio da Bahia. Trata-se de um suplente de deputado estadual e policial militar daquele estado, que, sem titubeios, chamou o governador de “bundão e sem palavra”.
Quer queira quer não, Confúcio Moura, com seus acertos e defeitos (mas defeitos do que acertos) é o governador do estado de Rondônia, escolhido em processo democrático e, como tal, merece ser respeitado (não confundir respeito com bajulação).
Pode-se até discordar de suas idéias e do seu estilo de governar. Pode-se, também, dizer que ele está cercado de assessores enrolados com a Justiça e que, por essas e outras, seu governo ainda não conseguiu decolar. Mas daí atacá-lo de maneira grosseira, é uma atitude inconcebível, com a qual não se pode concordar sem protestos.
 
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