TRISTEZA - Um Ser Humano chamado Paulo Queiroz – Por João Paulo Viana

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Foto: Divulgação

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Paulo Queiroz foi sem dúvida um dos seres humanos mais fantásticos que conheci na vida. O humanismo, a simplicidade, aliado à reconhecida competência como um dos mais brilhantes jornalistas políticos brasileiros fizeram de Paulo um dos homens mais respeitados e admirados da história do nosso jovem e amado Estado de Rondônia.
Minhas lembranças de Paulo remontam ao longínquo ano de 1990, quando costumava a encontrá-lo sempre passando em frente à residência de meus pais na av. Presidente Dutra. A imagem daquele senhor amistoso, de barba então grisalha, ficou registrada na memória daquele garoto de oito, nove anos de idade. No colégio, a amizade com sua querida filha Paula Morena fez aumentar ainda mais minha admiração pelo jornalista e ser humano Paulo Queiroz. Nessa época, então adolescente, costumava ver meu pai vibrando ao ler sua coluna no Jornal “O Estadão do Norte”.
 
Entretanto, tive a oportunidade de estreitar os laços com Paulo em 2006, logo após meu retorno à Rondônia. Na ocasião, recém formado, fui agraciado com o privilégio de sua interlocução sobre os meandros da política rondoniense, além de oportunos conselhos a um jovem que se iniciava no estudo da política local. A partir daí, freqüentemente visitava Paulo na Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Rondônia. Lá, sempre na companhia do jornalista, e também assessor da Unir, Juliano Araújo, procurei aproveitar o máximo de sua convivência intelectual.
 
No plano intelectual, sua humildade o fez retornar aos bancos da universidade, cursando Filosofia na Faculdade Católica em 2007, oportunidade em que meu irmão, Otávio Viana, além de seu colega de turma, foi seu constante interlocutor. Posteriormente, aprovado no vestibular para a primeira turma de Filosofia da Unir, o politólogo Paulo Queiroz vibrava com o estudo da Teoria Política Clássica. Por vezes, chegamos a discutir questões ligadas ao pensamento político clássico e seus eternos dilemas da igualdade, liberdade, justiça, cidadania, ética, entre outros. Imaginar o mestre Paulo aluno do curso de Filosofia é sem dúvida um desafio e um privilégio para qualquer professor.
 
Do ponto de vista profissional, Paulo foi um leão. Dotado de extrema genialidade, construiu um dos mais belos textos do jornalismo político brasileiro. Sua coluna “Política em Três Tempos” fonte de rica análise crítica sobre o debate político rondoniense, como bem argumentou em primoroso artigo o jornalista Lúcio Albuquerque, foi capaz de fazer com que “O Estadão” ganhasse ainda mais leitores. Embora aposentado da universidade há cerca de um ano e meio, dedicou-se a inúmeras atividades nesse período. Nos últimos meses, Paulo estava empolgado com o novo desafio à frente do site Rondoniasim.com.br, além da coluna Momento Político, no programa Viva Porto Velho, ao lado de Viriato Moura e Anísio Gorayeb.
 
Lembro-me que a última vez que conversamos ao telefone, há pouco mais de um mês, Paulo falou com propriedade sobre as relações do governo Confúcio e a eleição para a mesa diretora da ALE, além de demonstrar entusiasmo ao relatar a parceria com o amigo e jornalista Alan Alex, na revista Painel Político. Naquele momento, me confidenciou seu sonho antigo em montar uma revista impressa e ao saber da empreitada de Alan ligou imediatamente para parabenizá-lo, ocasião em que recebeu de pronto o convite para colaborar diretamente com o projeto. Notei ali uma enorme felicidade em meu amigo.
 
Graças ao incentivo e o apoio de Chico Lemos e Leo Ladeia, tive a honra de escrever em sua homenagem para o periódico eletrônico gentedeopiniao.com.br.  Na ocasião, dei as boas vindas à Paulo pela estréia de sua tão prestigiada coluna “Política em Três Tempos”. Pouco depois, fui novamente agraciado por ele e sua amizade, ao aceitar o convite para prefaciar o livro “O Sistema Político Brasileiro”, organizado por mim e pelo sociólogo Gilmar dos Santos Nascimento. O belíssimo texto, mais parece uma aula de Teoria Clássica da Democracia.
O celular tocou no início da noite desta quarta feira de cinzas, 09 de março de 2011, era meu compadre Eduardo Abílio. Ao saber do acontecido, senti-me num enorme abismo. Era o vazio deixado pela partida de Paulo. Encerro, em meio a lágrimas de saudade, com um trecho do artigo intitulado “Ao mestre Paulo Queiroz”:
 
“A coluna "Política em três tempos" assinada por ele há quase 30 anos, no Estadão do Norte, e reproduzida nos principais sites de notícias de Rondônia, é o texto político mais lido, respeitado e de maior qualidade do jornalismo rondoniense. Marcada por um estilo próprio, "três tempos", constitui-se em leitura obrigatória para aqueles que se importam com a política, e, sobretudo, com o jornalismo ético e imparcial. Em tempos de mensalões e sanguessugas, sua percepção, e lucidez política, têm com sua crítica o papel fundamental de levar aos cidadãos rondonienses a verdade efetiva dos fatos, contribuindo, e muito, para manter viva a esperança de dias melhores na política rondoniense e brasileira.
 
O Procurador de Justiça do Estado, Dr. Jackson Abílio, colega de Paulo nos tempos da Universidade em João Pessoa, em conversa comigo há alguns dias, o definiu como uma das pessoas mais geniais que conheceu durante toda sua vida, destacando seu enorme carinho com aquele que foi seu grande companheiro de república estudantil. Para um dos mais brilhantes cientistas políticos brasileiros da atualidade, Prof. Fabiano Santos, do IUPERJ, sua coluna é digna dos maiores jornais do trecho Rio-São Paulo. A Juíza Flora Ribas, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Trabalho em Rondônia, referiu-se a Paulo como um dos mais dignos e honrados profissionais da área da comunicação, em nosso país, demonstrando inquestionável competência e legitimidade de propósito em tudo que realiza, constituindo-se em motivo de orgulho para nosso Estado. Para mim e para muitos cidadãos rondonienses, Paulo Queiroz, é sem dúvida o maior pensador político de toda história de Rondônia”.
           
Descanse em paz meu amigo Paulo.
 
João Paulo S. L. Viana é cientista político; Professor da FARO e da UNIRON.
 
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