A violência com aspectos de guerra civil que tomou conta do estado do Rio Janeiro, já pode ser considerado um problema de crise nacional. Rondônia é um dos estados que faz parte dessa crise e já está inserida diretamente na batalha do Estado contra os traficantes.
Presídio Federal
Com a inauguração do Presídio Federal em Porto Velho, o estado passou a fazer parte do chamado “intercâmbio” de presos de alta periculosidade. No ultimo dia 25 de novembro, após solicitação do próprio Governo do Rio de Janeiro, dois presos acusados de comandar o tráfico carioca, Elias Maluco e Marcinho VP, foram transferidos do Presídio Federal de Catanduvas para Porto Velho.
O fato é que a transferência foi solicitada após escutas autorizadas pela justiça terem sido colocadas para gravar as conversas desses presos com seus advogados no presídio de Catanduvas, provando que apesar de estarem dentro de um presídio de segurança máxima, continuavam comando as facções criminosas através de intermediários.
Apesar de todo o forte esquema de vigilância dentro de um Presídio Federal, os detentos recebem visitas de parentes e de advogados, fator que facilita as negociações e que pode permitir que mesmo com todo gasto financeiro para realizar essas transferências as coisas continuem na mesma situação. Sem contar que os familiares, advogados, funcionários e amigos próximos desses “chefões” do tráfico migram para a cidade onde fica o presídio, no caso em questão, Porto Velho.
A fronteira
A Bolívia é um dos maiores produtores de folha de coca do mundo, vários narcotraficantes estão instalados dentro da selva do país e muitas vezes recebem apoio do próprio Exército Boliviano. O país tem uma grande área de fronteira com Rondônia que transformou o estado na porta de entrada de armas e drogas para o resto do Brasil.
Uma matéria divulgada no programa Conexão Repórter, exibida nacionalmente pelo SBT, mostrou a facilidade que existe na compra ilegal de armas de grosso calibre na fronteira que divide as cidades de Guajará-Mirim no Brasil e Guayarámerin na Bolívia. A matéria mostrou que bolivianos cobram preços relativamente baixos para realizarem a travessia de armas e drogas que vão parar nas mãos das milícias e facções criminosas do Rio de Janeiro.
Operação Sentinela
Após deflagrada a guerra contra os traficantes dos morros cariocas, o Governo Federal ampliou o policiamento de fronteira. Barreiras e cercos policiais estão sendo montados por todos os lados para evitar a entrada de armas e drogas e também impedir que os traficantes foragidos dos morros cariocas consigam atravessar para esses países fronteiriços.
A operação não tem data para terminar e terá como sua meta inicial cercear o tráfico de drogas no estado do Rio de Janeiro.
Porém, caso o efetivo da Polícia Federal na fronteira do estado de Rondônia com a Bolívia não seja fortemente ampliado, será uma missão quase impossível impedir que o estado continue servindo de rota para o tráfico de armas e drogas que abastecem as facções criminosas dos morros cariocas e de traficantes de todo o país.
Confira trecho do programa CONEXÃO RERPORTER (SBT), onde o repórter Roberto Cabrini mostra a rota do tráfico internacional de armas e drogas, via Rondônia: