Podre, fétido, nauseante, são várias as palavras que podem ser utilizadas para descrever o odor que emanava do piso do Mercado Central de Porto Velho na tarde da última terça-feira (9). Reaberto no dia 18 de abril de 2010, após passar aproximadamente dois anos de portas fechadas devido uma obra de revitalização que custou R$ 1.299.231,31 (Um milhão, duzentos e noventa e nove reais, duzentos e trinta e um reais e trinta e um centavos), fora os aditivos que contabilizaram no total da obra um gasto do dinheiro público de quase dois milhões de reais, o mercado continua causando transtorno e trazendo prejuízo para os feirantes.
No período em que o mercado esteve em obras, contabilizando o atraso de mais de um ano, os feirantes ficaram em condições de trabalho acachapantes, as barracas ficaram em plena via pública, o sistema de eletricidade era precário e o pior era a falta de torneiras e pias. Segundo um comerciante, o local mais parecia uma feira vietnamita em plena guerra separatista.
REABERTURA E PROBLEMAS
Mesmo assim os feirantes, turistas e toda a sociedade portovelhense aguardaram a reabertura do mercado com toda a paciência possível, para que enfim pudessem ter um local do qual todos se orgulhariam. No dia da reabertura toda “pompa e circunstância” possível foi utilizada, todas as autoridades do município se aglomeravam em um pequeno palanque para que pudessem sair na foto ao lado do alcaide maior de Porto Velho, o prefeito Roberto Sobrinho. O clima de festa estava tão contagiante que fez com as pessoas esquecessem-se dos quase dois milhões de reais gastos dos bolsos do contribuinte portovelhense e do “pequeno” atraso de quase dois anos na entrega da obra.
Porém no dia seguinte a realidade surge e o trabalho realizado por aqueles que gastaram tanto dinheiro e tempo para terminar a obra começa a não agradar. Logo no primeiro mês um impasse relacionado aos medidores de energia do mercado deu início a primeira indisposição entre feirantes e poder público.
Agora, com pouco mais de seis meses da reabertura do mercado, uma situação mais grotesca levou a paciência dos feirantes ao limite. A tubulação do esgoto
do mercado simplesmente não consegue se desfazer dos detritos que escoam, fazendo com que uma água podre surgisse dos ralos. O odor é tão insuportável que chega a causar náuseas e mal estar, todo o trabalho dos feirantes fica comprometido, principalmente os que trabalham nas barracas de carne e peixe, pois o cheiro de podridão literalmente expulsa os clientes.
“Nós pedimos já pedimos à todos os responsáveis possíveis para que nossa situação fosse solucionada, porém eles sempre se eximem da culpa e passam a responsabilidade de um para outro, já falamos com o secretário, engenheiro e até pedimos para falar com o prefeito, mas não teve jeito a imundíce continua”, afirmou uma feirante que preferiu não se identificar.
A falta de um contato maior entre os feirantes do Mercado Central e os representantes do município de Porto Velho é uma das principais reclamações dessas pessoas que trabalham no mercado há várias décadas.
Dessa forma um mercado que teve o investimento de grande porte deveria estar sendo um cartão postal para aqueles que não conhecem a cidade, porém se transformou em motivo de vergonha para qem desejam mostrar a cidade de forma positiva.