Prevenir acidentes de trânsito é uma obrigação da prefeitura de Porto Velho, através do órgão criado para essa finalidade, que é a esquálida Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SEMTRAN).
E o que precisa fazer a SEMTRAN? Muitos simples: promover campanhas educativas e melhorar a sinalização da cidade. O problema é que a secretaria comandada (?) pela senhora Fernanda Moreira não faz nem uma coisa nem outra.
É claro que os elevados índices de acidentes de trânsito não resultam apenas da ausência desses dois fatores. Há outros, envolvendo aspectos sócio-econômicos, estruturais, enfim. Mas se a SEMTRAN fizesse o dever de casa, com certeza, a situação seria completamente diferente.
Matéria postada num site local revela que, até maio deste ano, foram registrados mais de dois mil e novecentos acidentes. Isso significa uma média de quinhentos e sessenta e sete por mês e dezenove por dia, o que coloca Porto Velho no ranking das capitais mais violentas do país na modalidade.
Ora, se a SEMTRAN não tem competência para fiscalizar e punir as empresas de transporte coletivo, que abusam da legislação e da paciência do usuário, quanto mais elaborar e implantar políticas públicas consistentes, voltadas à realidade do caótico trânsito da cidade.
E não adianta querer jogar a responsabilidade nos ombros dos coitados dos servidores. Muitos até que se têm esforçado, mas faltam-lhes as mínimas condições necessárias para realizar suas tarefas, com eficácia e celeridade.
A população, por seu turno, precisa conscientizar-se de que, não será, jamais, com agressividade que se irá conter a irresponsabilidade de muitos motoristas e, destarte, reduzir os elevadíssimos índices de acidentes e mortes no trânsito de Porto Velho.
Por outro lado, o pedestre também precisa aprender a respeitar as regras de trânsito. Muitos atravessam uma rua como se estivessem nos quintais de suas casas, não respeitam os sinais e vão passando no meio dos carros. Preferem arriscar a própria a terem que esperar alguns minutos.
Já que estamos às vésperas de novos pleitos eleitorais, o eleitor deveria aproveitar a ocasião para perguntar aos candidatos quais são as suas propostas, os seus projetos e planos de governo para mudar esse panorama tétrico e retirar a nossa cidade dessa lista negra.
Entretanto, é preciso (e mais que isso, imprescindível) que a sociedade readquira, rapidamente, o perdido senso de solidariedade e amor ao próximo, engajando-se, em forma de colaboração, sob todos os aspectos, no trabalho realizado pelos organismos envolvidos na questão do trânsito. Caso contrário, mais vidas continuarão sendo brutalmente ceifadas no trânsito louco da capital.