Época de eleição é sempre a mesma coisa: fariseus, travestidos de políticos, danam-se a usar o santo nome de Deus em vão, em suas aparições burlescas, nos programas eleitorais de rádio e televisão (que, ao contrário do que muitos pensam, não têm nada de gratuito), comícios e nas reuniões com moradores.
Tudo isso, evidentemente, faz parte de um jogo cujo objetivo essencial é engambelar a consciência de desavisados eleitores e, destarte, passar, o postulante, a imagem de cristão, temente a Deus e fiel aos princípios das Escrituras.
Há, entre eles, os que não perdem uma reunião por nada nesse mundo. Outros, não dispensam nem festinha de aniversário, principalmente na periferia da cidade. Assim, sentem-se mais à vontade para contarem suas lorotas, longe das câmaras e dos microfones, que poderiam desmascará-los.
Durante suas apresentações, muitos enchem a boca para falar de uma suposta religiosidade, que nunca tiveram e jamais terão. Se duvidar, são capazes de sair pelas ruas, carregando um andor, ou, então, um terço no pescoço e uma vela acessa, queimando os dedos. São, verdadeiros artistas, nada devendo aos atores de comédia pastelão.
Em passado não muito distante, conseguimos varrer do mapa rondoniense alguns desses fariseus. Mas ainda há muitos deles espalhados pelos quatro cantos do estado, especialmente na capital.
É hora, pois, de procedermos a uma faxina, de alto a baixo. Não uma faxina superficial. É preciso ir além. Até porque é blasfêmia tomar o santo nome de Deus em vão. E o Pai Celestial não quer acordo com essa gente, nem permite que sanguessugas da carótida social saiam por aí dizendo asneiras para alcançar prerrogativas pessoais e eleitoreiras.
Vai ver esses falsos messias nunca foram à missa, nem sabem onde fica a Igreja mais próxima de suas confortáveis mansões, construídas com dinheiro desviado da saúde, educação e segurança pública.
Mas esses canalhas não perdem por esperar. Logo, o relho popular cortar-lhes-á os costados, para aprenderem a respeitar o nome de Deus, nem utilizá-lo como instrumento à conquista de interesses menores, que em nada se coadunam com as legítimas aspirações da sociedade.
A população não pode continuar queimando mirra com esses falastrões, capazes de quaisquer sacrifícios para salvaguardar seus privilégios menores, até de um gesto de honestidade.
Não vamos permitir que esses ladravazes continuem surrupiando o dinheiro público, frustrando os nossos sonhos e, o que é pior, cometendo blasfêmias. Às favas os fariseus da politicalha.