Porto Velho conta hoje com sete câmeras instaladas na região Central e o número de Câmeras subirá para 80
Aliado ao crescimento populacional, o número de ocorrências policiais é crescente em Porto Velho, conforme estatísticas das policias Militar e Civil. Para “frear” a onda de crimes que assola a Capital rondoniense, a Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec) implementa uma série de ações que vão desde a capacitação das policias até instalação de câmeras filmadoras nos quatro cantos da cidade e da implantação de um Batalhão de Fronteiras com bases nos municípios de Guajará-Mirim, Costa Marques e Pimenteiras.
Para se ter idéia do aumento no índice de criminalidade em Porto Velho, do dia 1º de janeiro a 9 de abril deste ano, foram registradas 53 ocorrências de assassinato na Delegacia de Homicídios, com o total de 57 mortos. No mesmo período dos anos de 2008 e 2009 foram anotados no mesmo período apenas 21 homicídios.
A servidora pública Aldira de Medeiros Ribeiro, entrevistada pela equipe de reportagem, acredita que o sistema de vigilância com câmeras inibirá a atuação de criminosos, pois serão identificados com maior facilidade. “Tenho acompanhado os noticiários e vejo que a onda de criminalidade é grande na Capital e fico satisfeita em saber que o Estado está desenvolvendo ações para combater a marginalidade”, destacou.
Câmeras
Porto Velho conta hoje com sete câmeras instaladas na região Central e na avenida Jatuarana, centro comercial da zona Sul. A boa notícia é que o número de câmeras instaladas subirá de sete para 80 em toda a cidade, o que representa um aumento superior a mil por cento, explicou o secretário da Sesdec, tenente-coronel Evilásio Sena.
O novo sistema de vigilância deve ficar pronto em até 90 dias. Das 80 câmeras, 20 delas têm movimentação de 360 graus horizontalmente e 180 graus na vertical (sobe e desce). As outras 60 são fixas.
As câmeras - disse o secretário - são instaladas em pontos estratégicos, definidos conforme o número de ocorrências. Para a Sesdec, o sistema de vigilância facilitará a investigação da Polícia Civil, pois os policiais terão, na maioria dos casos, as imagens dos bandidos.
Helicóptero
Entre as principais ações no combate ao crime, em especial na Capital, Sena enfatizou a aquisição de um helicóptero usando em apoio às guarnições, com buscas e acompanhamento tático. “Podemos ir a qualquer ponto da cidade em apenas dois minutos”, ressaltou Sena, acrescentando que, “a intenção é colocar a aeronave sobrevoando a cidade nos horários de maior movimentação na cidade”.
Sesdec projeta Batalhão de Fronteira
Um dos principais fatores para o aumento da criminalidade na região de Porto Velho – na visão dos organismos especializados em Segurança Pública – é a extensa área de fronteira com a Bolívia, local onde criminosos compraram drogas e armas com facilidade. Além disso, veículos furtados e roubados nos quatro cantos do Estado são usados como moeda de troca no país vizinho.
Para tentar impedir a entrada de ilícitos oriundos da Bolívia, a Sesdec viabiliza junto ao Ministério da Justiça a implantação de um Batalhão de Fronteiras e recursos para a aquisição de mais um helicóptero, este para o deslocamento de policiais (no mínino de seis homens), para facilitar a ação da polícia. O convênio para a compra do helicóptero deve ser firmado até o final do ano, afirmou o coronel Sena.
De acordo com o secretário, a implantação do Batalhão de Fronteiras está em fase de levantamento em torno do uso de equipamentos e pessoal. Disse também que a pareceria com o Ministério da Justiça prevê toda a preparação de policiais do Estado para atuar nesse serviço, que será feito aéreo, terrestre e pelos rios, com o objetivo de fechar a área de fronteira. As bases militares seriam instaladas em Guajará-Mirim, Costa Marques e Pimenteiras.
Benefícios através de convênios
O secretário da Sesdec destacou entre as ações no combate ao crime, convênios firmados com o Ministério da Justiça nas áreas de tecnologia, inteligência, prevenção e capacitação dos policiais.
Na visão do secretário, a polícia pode ter equipamento tecnológico de última geração, porém, se não houver inteligência para executá-los, todo o trabalho será prejudicado. “Por isso temos buscado convênios para a capacitação de nossas forças armadas”, afirmou Sena, lembrando que, “a Sesdec já tem convênios firmados com o MJ e está implementando, ainda mais essas ações”.
Destacou que na última semana foi assinado convênio para o re-aparelhamento da Delegacia Ambiental e a capacitação de policiais daquela unidade. Lembrou também que recentemente da Secretaria adquiriu (numa parceria com o MJ) um aparelho para interceptar escutas telefônicas.
“Nosso setor de convênios pouco é falado, mais tem uma importância de extrema importância dentro da segurança pública. Através dele buscamos recursos para desenvolver nossas ações do dia a dia”, enfatizou o tenente-coronel.
Habitação
A Gerência de Convênio viabiliza também para este ano o crédito habitacional para a casa própria a policiais, no projeto denominado Plano Habitacional. Sena disse que o convênio deve ser firmado até o final do ano. “Todas as exigências feitas ao Estado já foram cumpridas. Agora é só aguarda a decisão do MJ”, declarou.
Simulador coloca policiais em situação real
Uma tecnologia virtual de treinamento que oferece simulações nas mais diversas situações de risco. As informações são do novo estande de tiros da Secretaria de Segurança do Estado, que entrou em funcionamento no início deste ano. Os policiais de Rondônia já estão em fase de treinamento e a nova aquisição coloca os profissionais da Segurança numa sensação de realidade em situações como seqüestro, assaltos com troca de tiros e disparos à longa distância.
Para o secretário, o Sistema de Simulação Virtual de Tiro é um método inovador, prático seguro e econômico, que só vem a acrescentar na melhoria da segurança pública e preparo das forças policiais e ainda diminuir custos expressivos com treinamento de pessoal.
Rondônia é o segundo Estado a implantar o uso do equipamento, já que o Estado do Amazonas possui um sistema semelhante.
CIOP - trotes
O delegado Antônio Carlos dos Reis, adjunto da Sesdec, afirmou que o Centro Integrado de Operações (CIOP) terá sua capacidade de atendimento dobrada, pois a população aumentou desproporcionalmente nos últimos anos e por isso o CIOP não tem condições, hoje, de atender a demanda de chamados.
“Temos cinco atendentes para receber chamados das policias Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)”, explicou.
No entanto – afirma o delegado – o problema maior não é o número de atendentes, mas sim o alto índice de trotes, que chega a 30% dos chamados. Ele lembra que, “muitas vezes a polícia ou ambulância demora a chegar numa situação real, porque saiu para atender um trote, colocando em risco a sociedade”.
Conforme Reis, a intenção da Sesdec é terceirizar o serviço do CIOP, com exceção a gerência, que continuará a cargo da polícia. Disse que o Rio de Janeiro terceirizou esse serviço e houve a melhora no atendimento, reduzindo o tempo de espera da população.