Intereclesial confirma presença em Porto Velho de líder indígena guatemalteca que foi Prêmio Nobel da Paz

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Foto: Divulgação

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O bispo emérito de São Félix do Araguaia dom Pedro Casaldáliga e a ex-ministra e senadora Marina Silva (PT-AC) confirmaram presença em Porto Velho no dia 24 de julho, ocasião em que participam do12º Encontro dos Representantes das Comunidades Eclesiais de Base - ou 12º Intereclesial das CEBs –, evento que será realizado na capital entre os dias 21 e 25 do mês que vem. Embora ainda sem confirmação, está prevista também a participação da líder indígena guatemalteca Rigoberta Menchú, Prêmio Nobel da Paz de 1992.
 
A informação é do secretariado do12º Intereclesial de Porto Velho, acrescentando que, entre outras ações, a programação prevê essas pessoas como protagonistas da atividade “Testemunho de Pessoas Proféticas”, que acontece das 14h às 17h do dia 24, na Plenária do Porto, no auditório do Serviço Social da Indústria (Sesi).

 

De acordo com a coordenação do 12º Intereclesial, por se tratar de três vidas comprometidas com a defesa do meio ambiente e com as lutas por soluções de alguns dos mais agudos e aflitivos problemas da região amazônica, a confirmação destas presenças se reveste de grande importância para enriquecer e assegurar a autenticidade do encontro, uma vez que nesta sua 12ª versão o evento terá como tema: "CEBs: Ecologia e Missão" e como lema: "Do Ventre da Terra, o Grito que vem da Amazônia".

Criador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Pedro Casaldáliga foi o primeiro a denunciar trabalho escravo no Brasil, em 1971, ano em que divulgou a primeira carta pastoral "Uma Igreja da Amazônia", em conflito com o latifúndio e a marginalização social.A partir dessas denúncias, tornou-se referência para os movimentos de oposição à ditadura, sendo preso e torturado pelos militares. Aos 81 anos, Casaldáliga segue firme em suas reivindicações pela reforma agrária e pela defesa dos indígenas.

Originária de uma família de camponeses índios e pobres, ainda adolescente Rigoberta Menchú envolveu-seem atividades de reformas sociais promovidas pela Igreja católica e destacou-se no movimento das mulheres. Perseguida, fugiu para o México e tornou-se organizadora da resistência contra a opressão na Guatemala e da luta pelos direitos humanos dos índios camponeses. Defensora da reconciliação étnico-cultural, recebeu reconhecimento mundial e vários doutorados “honoris causa”.

 

A jovem professora Maria Osmarina Silva Souza, a Marina Silva, chamou a atenção nacional ao eleger-se para o Senado com a maior votação da história do Acre, em 1994, aos 38 anos, tornando-se a senadora mais jovem da história da República. O combate ao desmatamento da Amazônia, cujas florestas estão sob o olhar atento de todo o mundo, foi seu grande desafio enquanto esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Entre os organizadores locais do 12º Intereclesial a expectativa é a de que o conjunto de relatos produzidos por Dom Pedro Casaldáliga, Marina Silva e Rigoberta Menchú resultem num testemunho com qualidades proféticas, humanas e éticas, de forma a não permitir que o passado seja esquecido e apagado da memória pela pressa e pela superficialidade impostas pela modernidade do cotidiano. “Reviver e narrar são formas de resistência à brutalidade e injustiças de um passado que não se quer ver no futuro”, lembra um dos responsáveis pela organização do evento.

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