NOTA CONSTRUNIR - Abaixo o terror contra os camponeses de Rondônia

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Foto: Divulgação

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Na madrugada do dia 29 de junho cerca de 20 jagunços encapuzados e munidos de pistolas, revolver calibre 38, espingardas e outras armas de grosso calibre adentraram por volta das 3 horas da madrugada o acampamento Flor do Amazonas, localizado no município de Candeias do Jamari, distante cerca de 35 km de Porto Velho. Estavam sendo transportados em cinco carros, sendo que posteriormente conseguiu identificar dois dos carros que transportavam os jagunços: uma Toyota Hillux, que tem como proprietário Salim Jones, sargento aposentado da PM e um Fiat Strada de propriedade de Teodoro Ferreira de Brito. Os camponeses a mais de 5 anos ocuparam a área, que era cedida à Madeireira Urupá, para que desenvolvesse atividades de exploração e de manejo florestal. As atividades de manejo nunca foram executadas, toda a madeira foi comercializada e posteriormente serviu como local de especulação, inclusive com a participação de funcionários do INCRA que vendiam lotes na área e entregavam “cartas de ocupação”. Ao ocuparem a área os camponeses denunciaram que esta era utilizada para especulação, além de constatarem que o local era de propriedade da União Federal. Os camponeses exigiam que a terra fosse repassada às famílias. Com a pressão dos camponeses, a União Federal iniciou um processo para que área fosse destinada ás famílias que a ocuparam. Em virtude da morosidade do processo e por não mais suportarem as condições de sobreviverem apenas com um cesta básica distribuída a cada família, os camponeses iniciaram o processo de distribuírem os lotes em agrovilas para iniciarem a produção de seu sustento. Gastaram o pouco que tinham e investiram na produção de arroz, milho, café, mandioca, feijão, banana, hortaliças, leite e alguns víveres. Com apoio de estudantes e professores universitários iniciaram um diagnóstico sobre as condições de saúde das famílias da área e construíram em mutirão seis escolas para que no mês de abril se iniciassem as aulas de Educação de Jovens e Adultos (PRONERA) executado pela Universidade Federal de Rondônia. Há menos de um mês os camponeses foram surpreendidos com uma notificação de reintegração de posse (?) dada pelo judiciário estadual em favor de fazendeiros especuladores. A decisão foi considerada nula, considerando que área é comprovadamente de propriedade da União Federal. Na região do acampamento há inúmeros fazendeiros que se dizem proprietários e, segundo os camponeses, dentre esses estão juízes, policiais, oficiais de justiça. A não efetivação da reintegração de posse causou a ira de fazendeiros grileiros da região. Diante dessa realidade mais uma vez a população do Estado de Rondônia é surpreendida com mais uma noticia de conflito agrário que preenche o quadro de injustiças causadas pelo latifúndio e pela ausência de uma política agrária em nosso País, colocando o Estado de Rondônia no topo dos índices de violência no campo. Esse ataque no Acampamento Flor do Amazonas deixou cerca de 60 camponeses feridos. Foram espancados cruelmente. Os jagunços atiraram nos camponeses (homens, mulheres e crianças) que se refugiaram no mato próximo dos lotes. Um dos camponeses foi ferido na perna. Além disso, uma criança teve seu braço fraturado na hora da ação. Em torno de 150 barracos foram queimados, restando apenas 20 barracos em todo o acampamento. Os camponeses acampados estão desalojados, sem nenhum mantimento e medicamentos e aguardam que as autoridades tomem as providencias cabíveis para punir os agressores. Além das perdas de cada família as escolas e todos os materiais pedagógicos do PRONERA tiveram perda total. Já basta de injustiças! Exigimos que a área seja destinada aos camponeses para que possam garantir o sustento de suas famílias. Terra para quem nela trabalha! Cacoal/RO, 1º de julho de 2007. Educadores e Educadoras do PRONERA dos Municípios de: Porto Velho, Nova Mamoré, Theobroma, Mirante da Serra, Nova União, Candeias do Jamari, Alta Floresta, Nova Brasilândia, Distrito de Tarilândia, Machadinho D’Oeste, Vale do Anari, Cerejeiras, Cabixi, Colorado D’Oeste, Corumbiara, Campo Novo, Monte Negro, Ariquemes e Urupá. Profª. Drª Maria Ivonete Barbosa Tamboril – Vice-Reitora da UNIR e Formadora do PRONERA Profª. Ms. Josélia Gomes Neves – Pró-Reitora de Cultura e Extensão da UNIR e Formadora do PRONERA Profª. Ms. Marilsa Miranda de Souza – Professora da UNIR, Coordenadora Pedagógica do PRONERA e Pedagogia da Terra Prof. Ms. Nelbi Alves da Cruz – Professor da UNIR e Coordenador Administrativo do PRONERA Profª Flávia Pansini – Mestranda em Lingüística/UNIR e Formadora do PRONERA. *VEJA TAMBÉM: * Terror no assentamento Flor do Amazonas; confira depoimentos e imagens do local - Veja o vídeo * Pistoleiros promovem madrugada de terror no assentamento Flor do Amazonas * Mais de 60 acampamentos da Fazenda Urupá são destruídos na madrugada desta sexta * Confira fotos da munição e veículos usados em tiroteio no Flor do Amazonas
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