Já disse (e repito) que um dos maiores percalços, dentre outros, a incomodar a administração do petista Roberto Sobrinho, é a arrogância com que se comportam muitos de seus secretários.
Essa conduta nefasta, porém, vem contribuindo para complicar cada vez mais os problemas com os quais se debatem o governo, tornando-os ainda mais graves e duradouros.
Ajunta-se a isso a incompetência que domina certos setores, com relevo para a educação, saúde e administração. A exceção fica por conta das pastas da Fazenda, Planejamento e Regularização Fundiária.
Julgando-se acima da lei e do respeito devido aos cidadãos que pagam impostos, ocupantes de cargos comissionados e funções de confiança acabam por perder de vista as expectativas da sociedade.
Sobrinho precisa dialogar com alguns de seus comandados e pedir-lhes para que renunciem a esse comportamento deletério. Assim, estariam concorrendo para a resolução de vários problemas e, de quebra, devolvendo à população um pouco da credibilidade desde há muito perdida no seu governo.
As medidas implantadas pela Secretaria Municipal de Educação, no âmbito do ensino fundamental, dão bem loquaz testemunho do que acima se afirma.
Mesmo sendo criticada em razão dos sacrifícios impostos a grande número de pais, a secretaria Epifânia Barbosa manteve-se inflexível diante das circunstâncias, insistindo na manutenção de procedimento administrativo extemporâneo.
O imbróglio foi parar na Promotoria de Justiça, da Infância e da Juventude, que, prontamente, por meio de Ação Civil Pública, garantiu aos pais o direito de matricularem seus filhos em escolas da rede de ensino municipal.
Epifânia poderia não somente ter absolvido com grandeza as críticas que lhe foram dirigidas, mas, também, desculpar-se com os pais pelo transtorno causado, o que seria mais que a tradução da boa educação doméstica daquela autoridade.
Os fatos têm revelado, contudo, que nada ganha a população, quando a autoridade investe-se de poderes quase divinos, para decidir e agir em completo desacordo com os reclamos e anseios sociais.
Acredita-se que a falta de experiência da titular da Semed, aliada à ausência de sensibilidade para com a realidade que a cerca, têm sido fatores preponderantes para os pífios resultados colhidos pela secretária à frente daquele importante setor municipal.
É de esperar-se que certos colaboradores de Sobrinho sejam capazes de submeter qualquer tendência à arrogância aos legítimos interesses da sociedade, porque, desta, o que eles podem contar é com a compreensão e o apoio que só os incompetentes consideram dispensável.