Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – DANIELA AMORIM Se levado às derradeiras conseqüências o posicionamento das principais lideranças político-eleitorais de Ariquemes neste momento, o futuro prefeito do município – o que deverá ser eleito no ano que vem para governar o lugar de 2009 a 2013 – será o pecuarista Lourival Ribeiro de Amorim (PSDC), adiantando-se que, verificadas as premissas de que se falará, ganhará a corrida sucessória com um pé nas costas. Longe de estar apoiado em alguma consulta aos oráculos ou a pitonisas que os valham, este prognóstico segue amparado apenas em informações para lá de fidedignas, porquanto segundo eles próprios, nem o prefeito Confúcio Moura (PMDB) quer disputar a reeleição e nem a ex-prefeita e deputada estadual Daniela Amorim (PTB) pretende tentar um retorno ao Palácio do Cacau em 2008. Como, segundo a parlamentar, seu pai – o deputado federal Ernandes Amorim (PTB) – também não fala no assunto, por gravidade a Prefeitura cairá no colo de Lourival Amorim, que não tem nada a ver com os “Amorim” tradicionais da região, não obstante o sobrenome coincidente. Mas é, atualmente, o único pré-candidato ao cargo, conforme proclamou em setembro o presidente do seu partido, “Edgar do Boi”, segundo o qual o PSDC definiu ainda, naquela ocasião, os nomes de “Roberto da Farmácia” como pré-candidato em Buritis, o do vereador Vander Emílio em Campo Novo e o de “Joãozinho da Emater” em Itapuã. Informe-se que, mesmo com Confúcio e um representante do clã Amorim na rinha, Lourival já seria reconhecido como aposta considerável em 2008, porquanto o dito cujo vem a ser presidente da poderosa Associação dos Pecuaristas de Ariquemes (APA), titular da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron), não bastasse ser o nome da predileção do governador Ivo Cassol (afastado do PPS) e presumidamente apoiado pelo deputado federal Moreira Mendes (PPS) – que transferiu o domicílio eleitoral para Ariquemes desde que lá obteve a sua maior votação em 2006 - 6 mil 183 votos -, atrás apenas de Ernandes Amorim. Por paradoxal que possa parecer, o que tem levado o prefeito Confúcio Moura a considerar a hipótese de não tentar a reeleição é a preocupação com o seu futuro político. De acordo com a sua tese, em termos da administração da trajetória pessoal, o segundo mandato não serve para outra coisa senão para desgastar irremediavelmente o administrador público, chegando, como regra geral, a torná-lo imprestável para futuras postulações político-eleitorais, obrigando-o, portanto, a encerrar a carreira. De fato. Para não ir muito longe e ficando apenas em exemplos amplamente conhecidos, cite-se por aqui o tucano Fernando Henrique Cardoso (reduzido a uma sombra após dois períodos presidenciais) e, alhures, o colega de infortúnio de Renan e “Cebolinha” Bill Clinton - que não obstante ter chegado à Casa Branca em 1992 na flor dos 46 anos de idade - foi o 3º presidente mais jovem na história americana, atrás apenas de John F. Kennedy e Theodore Roosevelt -, saiu de lá um trapo eleitoral ao final do segundo mandato e, hoje, é apenas o marido da senadora que postula a candidatura democrata à Presidência de seu país. Ainda navegando na faixa dos 50 - e como não pretende pendurar as chuteiras tão cedo -, Confúcio considera que o mais sensato a fazer é trabalhar o máximo que os recursos (financeiros e humanos) permitirem de modo a produzir um mandato suficientemente bom para ser lembrado – muito bem lembrado - passando o cargo adiante ao final da gestão. Até porque o segundo mandato envolve uma disputa, na melhor das hipóteses tensa e exaustiva, não bastasse a desmoralização que pode sobrevir com a sempre factível derrota. Melhor, pois, estimular a alternância, de preferência conduzindo o processo sucessório como magistrado. Nessas condições, sai com a popularidade em alta, ganha uma folga para planejar o próximo passo com serenidade, com tempo suficiente para manter um contato intenso e extenso com o eleitorado. Mas não sabe se vai ser possível fazer isso. O problema atende pelo nome de Amorim. Eis que, ao deixar o segundo mandato de deputado federal pelo meio para disputar a Prefeitura de Ariquemes em 2004, o fez emparedado pelo seu eleitorado, que identificou em sua pessoa o único nome capaz de derrotar o clã Amorim e disse que não votaria mais nele para coisa alguma se não capitanear o empreendimento. Sem opção, decidiu encarar o desafio, mas nem de longe desconfiou que seria uma pauleira. Mesmo com o pai na prisão, por pouco Daniela não o deixou comendo poeira. 3 – OS SEM-PRESTÍGIO Quatro anos depois a pressão se repete. Os adversários dos Amorim não enxergam alternativa para impedir que um deles volte a se instalar na Prefeitura senão a reeleição do prefeito. Considera-se que, sem Confúcio na disputa, não tem para ninguém - Daniela come a parada. Isso no entendimento dos partidários do peemedebista, porque, do outro lado, a certeza é a de que, com ou sem Confúcio, a deputada retoma o comando do município, porquanto a percepção geral é a de que o seu cacife aumentou depois do tropeço de 2004. Pelo sim, pelo não, convém lembrar que Daniela Amorim é só pódio na corrida à ALE – ficou em 3º lugar com 12 mil 861 votos, 10 mil 385 dos quais garantiram-lhe o topo da lista em Ariquemes. Por surpreendente que possa parecer, no entanto, a própria Daniela não pensa assim. Segundo ela, jamais enfrentou um processo de desgaste tão perverso como este pelo qual está passando. Nessa pisada, calcula que chegará às convenções de 2008 com sua popularidade reduzida a um mingau. Ocorre que, como foi apoiada por Cassol em 2004 e sua aliada em 2006, o eleitorado a vê como deputada do governo. Assim, as demandas que lhe são encaminhadas chegam com a certeza de que merecerão prioridade no Palácio Presidente Vargas. Qual o quê! Na quase totalidade das vezes, tem recebido a porta batida na cara. Nem o eleitor acredita e nem adianta perder tempo tentando fazê-lo entender. Como jamais os deputados foram tão desprestigiados pelo governo como agora, o drama é de todos. Mas chega às raias da desmoralização para os que são tidos como governistas e ao limiar da tragédia para os que já foram prefeitos. Não, não disputará a eleição do ano que vem. Tentará, assim, empenhar o melhor de si para cumprir bem o mandato parlamentar e, mesmo com as mãos praticamente atadas, ajudar o prefeito do município – aí incluído Confúcio, porque a população é que está em 1º lugar. O diabo é que não há, na história de Ariquemes, registro de uma eleição municipal sem um Amorim na raia. E não há quem acredite que será desta vez.
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