O autor mandou esse soneto em homenagem a comemoração dos 92 anos de Porto Velho. Data que será comemorada hoje pela Prefeitura com evento cultural na Praça das Caixas D'Águas"
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*Na Estação Caiari da Madeira-Mamoré,
*Onde os trilhos anglicanos de Farquhar deitam em rosário
*Sobre dormentes ensangüentados que Rondon fez estuário
*Do telégrafo, ali nasceste seringueira-guaporé...
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*As barrancas do Rio Madeira no velho porto escutaram
*O teu choro na cachoeira e o pranto dos Caripunas,
*Quando vieste ao mundo, e em santas águas brumas
*Batizou-te Santo Antônio nas pedras que te forjaram.
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*Já não marca o grande relógio da Maria Louca o imortal grito,
*Nem se agitam no armazém vagões tisnados de borracha,
*Mas aos pés da Candelária e das Caixas d`águas eu insisto...
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*Pra te rever e te abraçar, ó minha cidade-mãe-querida,
*Fênix que, em mim, fez renascer com amor e graça
*De minha madre Porto Velho feliz saudade dolorida.
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* José Pedro Frazão nasceu em Belém e aos cinco anos veio morar em Porto Velho, onde passou grande parte de sua vida. Vive hoje no Mato Grosso do Sul, onde é jornalista, escritor e Vice-Presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras. Entre suas obras, em verso e prosa, destacam-se contos amazônicos e os romances “Nas águas do Aquidauana eu andei” e “Tuiuiú my Brother”. Brevemente, esse escritor rondoniense estará lançando, em Porto Velho, a história romanceada do saudoso pároco do Areal, o Padre Mário, livro prefaciado pelo escritor Viriato Moura, da Academia de Letras de Rondônia..