O cineasta amador e artista plástico Jair Rangel ( Pistolino), 39, que já foi destaque do programa dominical Fantástico, no quadro “Me leva Brasil” como uma das pessoas mais criativas e de boa fé do estado de Rondônia, está passando por uma situação financeira delicada, após ser vítima de uma conta não paga, adquirida pelo ex-secretário de esportes do estado, Paulo de Tarso.
*Pistolino visitou a redação do
Rondoniaovivo onde fez uma grave denúncia de desrespeito ao trabalhador rondoniense. O cinema, verdadeira paixão do nosso “destaque nacional”, não lhe dá a renda necessária para sobreviver. Pistolino tem esposa e três filhos.
*Dono de uma criatividade excepcional e muito hábil com as mãos, vendo uma oportunidade de negócio, Rangel fez pequenas réplicas das locomotivas que foram destaque da mini-serie Mad Maria, da Rede Globo de Televisão.
*Produzida com ferro e cola plástica, adaptando diversos itens reciclados na máquina, Rangel começou a vendê-las por R$ 500 em média.
*Em outubro de 2005, Jair Rangel recebeu o telefonema de uma funcionária da Secretaria Esportes, Cultura e Lazer do Estado (Secel), que na seqüência passou para o secretário em exercício na época, Paulo de Tarso.
*Tarso disse que tinha interesse em adquirir três réplicas das locomotivas para presentear autoridades que visitavam o estado. E assim foi feito. Pistolino confiando na palavra do secretário, na sua simplicidade de pessoa humilde, desconhecendo os trâmites burocráticos para se efetuar uma compra governamental, fez as “Mad Maria” para a Secel.
*O valor combinado foi de R$1.500 para as três peças. Passado uns dias, mais uma locomotiva foi entregue. Subiu para R$ 2.000 o valor da dívida. Até hoje Jair Rangel não recebeu.
*Segundo Pistolino, ele fez as compras da matéria prima “fiado”, não tendo honrado os compromissos pela falta de pagamento, ficando com o “nome sujo na praça”.
*No dia 23 de novembro, Paulo de Tarso fez uma cautela, prometendo que se não pagasse o serviço em 40 dias, seria devolvido as obras de arte à Pistolino.
*Acontece que as locomotivas foram usadas para presentear diversas autoridades, entre elas o embaixadores do Irã, da França e ainda o cônsul do Japão.
*Desde então, o artesão vem tentando receber o serviço. Rangel alega que fez mais de 80 viagens de “cobrança” ficando de plantão na Secel das 8h até às 12h.
*Em julho deste ano, Pistolino tentou receber via justiça, através do juizado especial de pequenas causas, na avenida Amazonas.
*No dia da audiência, 20 de julho de 2006, Paulo compareceu ao fórum, mas no corredor disse para Rangel que não iria lhe pagar. Virou as costas e foi embora.
*Paulo de Tarso foi condenado à revelia pelo juiz José Torres Ferreira a pagar R$ 2.900 para Rangel. Também não pagou.
*Agora o artesão procura o endereço de Paulo de Tarso para entregar ao juiz. De posse do endereço o juiz pode pedir penhora dos bens do ex-secretário.
*Jair Rangel disse que não vai descansar enquanto não receber pelos serviços ou ter as locomotivas de volta. Pistolino convive diariamente com cobradores na sua porta.
*“Tive muito trabalho para produzir as locomotivas, levo quase 30 dias para fazer uma, fui ludibriado pelo secretário do Cassol” afirmou indignado o artesão.
*Tocado pela sua veia artística/humorística, muito presente nos seus filmes, Pistolino ainda consegue rir da situação afirmando que a “via crucis” de suas tentativas de receber, suas desavenças e o vai vem interminável de se fazer justiça vão ser tema do seu próximo filme.
*“Parece novela mexicana” disse Jair Rangel.
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