Por causa de problemas mecânicos enfrentados por jipeiros que saíram de Porto Velho a previsão pra chegar em Manaus é nessa terça (09). Saiba mais.
*Devido a problemas de ordem mecânica em dois veículos a viagem que um grupo de jipeiros está realizando pela BR-319, rumo a Manaus, atrasou e a previsão é que a viagem encerre nessa terça a noite e não na segunda-feira (08) como planejada.
*Os aventureiros da estrada estão na comunidade de Gapó-açu, a 320 km de Manaus. O grupo é formado por Sérgio Freita, Paulo Brito ?Batman?, Clemente de Almeida e João Forbes, que estão numa Toyota Hilux (2001), Pery Thury e Paulo Motta, todos do eixo Rio-São Paulo.
*Acompanhando a troupe nessa incrível aventura estão jipeiros de Porto Velho, que servem como guia do trecho estabelecido. Participam Valdir Nunes (Jipe, 1948), Vanderley Mozzini (Engesa, 1980), Enrique Pacheco (Land Rover, 2005) e Paulo Andreoli, do Rondoniaovivo.com, que está registrando a aventura.
*De acordo com Paulo a estrada está muito ruim, com trechos no meio da selva em que é possível andar sobre um asfalto perfeito por até dois quilômetros. Para dosar melhor a distribuição de carga pessoal um jeep ficar responsável pelo transporte de alimentação e o outro de equipamentos.
*Na primeira noite, sábado, dormiram perto de Humaitá, na segunda, às margens do rio Puruzinho.
*BR 319 ? OBRAS DE RECUPERAÇÃO SUSPENSA
*Durante a expedição um dado notável verificado pelos jipeiros foi que as máquinas e patrolas, que até um tempo atrás estavam providenciando as primeiras limpezas para a realização de estudos para a recuperação da BR-319 através do DNIT, não se encontram mais ao longo da estrada. Ou seja, as chances da rodovia voltar a seus dias de glórias como um dos principais elos de ligação para o escoamento de produtos e mercadorias entre os dois Estados (Amazonas e Rondônia) ainda está longe de se concretizar.
*Apesar da beleza amazônica encontrada em muitos pontos da estrada e das dificuldades prazerosas que os jipeiros estão encontrando nessa jornada, muitos lamentam que a recuperação da BR-319 esteja parada.
*O Ministério do Meio Ambiente tinha autorizado a recuperação da Br 319 nos trechos que compreendem Manaus-Humaitá-Porto Velho. O Governo Federal já havia se comprometido a fazer a recuperação total da rodovia, com 860 quilômetros de extensão, e pavimentar outros 150 quilômetros, o início da obra, segundo informação do Ministério, estava previsto para esse semestre.
*Mas a paralisação das obras de recuperação da estrada obedece uma Liminar pedida através de Ação Cautelar de julho de 2005 do Ministério Público Federal e impetrado pela Procuradoria-Geral da República do Amazonas, que suspendeu de imediato as obras de recuperação da BR-319, de acordo com o documento há necessidade de aprovação de Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e licenciamento do IBAMA.
*RECUPERAÇÃO POSSÍVEL
*Apesar de ser uma alternativa para quem pratica esporte radical e de aventura, com um caminho cheio de percalços e um alto grau de dificuldade para quem pratica rally ou expedição, a BR-319 permanece como uma das grandes vias de acesso da região Norte, e que na sua criação e auge na década de 70, foi um corredor alternativo para suprir a necessidade de escoamento entre Rondônia e Amazonas, interligando outros Estados da região.
*Estagnada e apta como pista de ?corrida de aventura? a BR-319 pode ainda ter a sua chance de ser recuperada, mesmo que as obras anunciadas com afinco pelo governo amazonense estejam momentaneamente interrompidas devido a um pedido de liminar.
*O pedido de liminar foi acatado pela juíza da 2ª Vara da Justiça Federal, Marília Gurgel, que ressaltou a falta da apresentação do licenciamento ambiental e que todo tipo de ?obra de engenharia?, principalmente em estradas, interferem no meio ambiente, tornando sua recuperação praticamente impossível. Ela acentuou que nem a Portaria Interministerial nº 273/04 garante a recuperação pois, de acordo com a juíza, o Ministério não cumpriu algumas exigências, entre ela o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o DNIT (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte) e IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
*Porém o Ministério do Transporte já entrou com um recurso judicial para cassar os efeitos da liminar. De acordo com assessoria do Ministério, o DNIT não faltou com as exigências da Portaria Interministerial, um dos pontos de conflito que estabeleceram a suspensão da recuperação, uma vez que, de acordo com o artigo 5º, o Ministério tem autorização para continuar as obras, visto que foi estabelecido um prazo de 360 dias para que realizasse o estudo e apresentasse o TAC, que irá vencer somente em outubro.
*A assessoria do Ministério ressaltou que a BR-319 não necessita de licenciamento ambiental, já que é uma estrada construída na década de 1970 e, que, portanto, já possui um EIA-RIMA.