“Falta orientação para o setor madeireiro em Rondônia”, diz Fátima Cleide em entrevista
Na opinião da senadora Fátima Cleide o setor madeireiro em Rondônia atravessa uma grave crise por falta de orientação por parte do governo estadual aos trabalhadores e empresários desse segmento. Em entrevista a rádio Verdes Matas, de São Miguel do Guaporé, a senadora explicou que as polícias que vem sendo desenvolvidas atualmente geram empregos em outros estados e deixam para Rondônia apenas o prejuízo social, “um extrator de madeiras, popularmente conhecido como toreiro, ganha em média R$ 40 por dia e não tem nenhum benefício social. *Se ele se acidenta ou morre, sua família fica desamparada. Atualmente essas pessoas retiram a madeira, vendem para serrarias que cortam as pranchas e as envia para outros estados, onde são beneficiadas e revendidas a nós mesmos por um preço altíssimo. Falta em Rondônia uma política séria para esse setor e para que isso aconteça é necessário que aja uma mudança estrutural no setor. Hoje nós temos instrumentos legais para isso, como o plano de gestão de florestas públicas e o zoneamento do Estado, que deverá ser assinado pelo presidente Lula em breve.* Com esses marcos legais, além de projetos de manejo, já é possível para os madeireiros trabalharem dentro da legalidade. Aí é tempo de se começar a pensar na industrialização do setor, ao invés de mandarmos pranchas de madeira para outros estados, vamos mandar móveis. Mas para que isso aconteça é preciso qualificar os profissionais. Dessa forma vamos poder gerar empregos e renda para todos os trabalhadores e conseguiremos que eles se fixem em suas regiões, evitando a migração”, explicou a senadora.
*Fátima Cleide lembrou ainda que outro setor que precisa de mudanças estruturais é a agricultura. A senadora alertou para os perigos da monocultura na Amazônia, “diversos estudos comprovaram que o solo amazônico não é propício para a monocultura. Sem contar que a produção de uma só espécie favorece apenas os grandes produtores e os pequenos mais uma vez serão expulsos de suas terras, como aconteceu em estados como Rio Grande do Sul e Paraná. Esses pequenos vieram para Rondônia porque perderam suas terras para os grandes plantadores de soja e agora estão sendo incentivados a plantar soja novamente.* Para se ter uma idéia, alguns milhares de hectares de soja, com a mecanização, podem ser administrados por cinco pessoas apenas, ou seja, não gera empregos. A agricultura familiar e a diversidade são a saída para essas famílias, mas elas precisam de orientação por parte do poder público. *Atualmente o Governo Federal disponibiliza diversas linhas de crédito para os pequenos produtores e eu recomendo que eles procurem as agências do Basa e do Banco do Brasil para se informarem a respeito dessas linhas”, explicou a senadora.