Embrapa Rondônia alerta para o controle da verminose em bovinos

Embrapa Rondônia alerta para o controle da verminose em bovinos

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Foto: Divulgação

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A verminose nos bovinos tanto de leite como de corte é uma doença silenciosa que confunde o produtor, pois os sintomas só aparecem entre os 06 meses e um ano. O produtor deve sempre ter em mente que o recomendável para o controle da verminose não é o tratamento curativo, quando o animal está com sintomas severos de emagrecimento, pêlo arrepiado, diarréia. O comprometimento não é agudo, mas a perda de peso e de leite é alta, oscilando entre 20% e 30%, diz o pesquisador, Francelino Goulart, da Embrapa Rondônia (Porto Velho), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Por isso, deve-se utilizar o controle estratégico da doença, vermifugando os animais nas épocas mais adequadas e não apenas distribuir a ação três vezes ao ano, sem considerar a época ou simplesmente utilizar no final da seca e no início das chuvas. Para o Estado de Rondônia, os produtores devem aplicar a primeira dose de vermífugo em abril ou maio. A segunda, no mês de julho e a última entre agosto e setembro. Francelino ainda ressalva que se houver necessidade, deve-se fazer uma quarta vermifugação em dezembro, tanto para gado de leite como de corte, a partir do desmame até os dois anos e meio de idade, utilizando sempre medicamento de largo espectro de ação. Trabalhos de pesquisa demonstraram que neste período a presença dos vermes adultos nos órgãos internos dos bovinos é bem maior, sugando sangue e concorrendo com o alimento ingerido pelos animais. É na época da seca que as pastagens estão decadentes e com menor valor nutritivo, conseqüentemente os animais perdem peso, e diminuem sua resistência, tornando-se mais sensíveis ao ataque de vermes. Além disso, com as aplicações recomendadas eliminam os vermes que estão concentrados dentro do animal, evitando um surto da verminose no próximo período chuvoso. Nas pastagens bem manejadas ocorre um aumento da quantidade do alimento melhorando o valor nutritivo durante o período chuvoso. Além disso, normalmente os animais ganham peso e apresentam boa resistência orgânica. De acordo com Francelino Goulart, uma das dúvidas mais freqüentes dos produtores é com relação a aplicação nos bezerros até o desmame e no gado adulto depois dos 30 meses. Ele explica que com relação à bezerrada de leite deve-se vermifugar a partir de dois meses de idade de 60 em 60 dias ou de 90 em 90. No gado de corte, como são criados extensivamente, têm mais dificuldade de contaminarem-se, podendo ser, portanto implementada a vermifugação estratégica do rebanho, com alguns ajustes. O que pode ocorrer é a contaminação dos bezerros pelas vacas mães, principalmente as de leite. Ressaltando que o gado adulto tem mais resistência à verminose. Dependendo do manejo, estes animais podem receber somente uma vermifugação ou nenhuma, considerando a situação dos animais e da pastagem adequando o manejo para o controle da verminose, preservando a sanidade animal e o recurso financeiro do criador. Para facilitar, a vermifugação pode acompanhar os períodos de vacinação, e como está ocorrendo a da Febre Aftosa, pode-se realizar a primeira dose. CICLO DA VERMINOSE A verminose causada por parasitos internos localiza-se principalmente no estômago, intestino delgado e intestino grosso. Tratando-se de doença que pode atacar os animais principalmente os bovinos de leite. Esta referência, diz o pesquisador, não quer dizer que outros rebanhos, como de corte e outras espécies de animais, também não sejam atacadas pelos vermes, o fato é, que sendo o gado leiteiro manejado em áreas mais restritas, com acúmulos de bovinos, exigida pelas práticas de ordenha ao redor das instalações, têm uma maior facilidade de contaminação. No gado de corte, a contaminação torna-se mais difícil devido à utilização de grandes áreas, onde permanecem mais espalhados e muitas vezes com rotação de pastagens. É importante o produtor saber que os vermes têm duas fases de vida, durante o seu ciclo evolutivo, ou seja, uma fase de vida livre que dura de 7 a 10 dias. Durante esta fase ocorre a transformação do ovo, resultado da postura das fêmeas que estão nos órgãos internos e saem através das fezes, quando então passam a serem larvas. Após o desenvolvimento saem do bolo fecal e permanecem na pastagem, movimentando-se nas folhas para baixo e para cima de acordo com a temperatura, até serem ingeridas pelo animal. Logo após a ingestão inicia-se a outra fase do ciclo evolutivo, caracterizando como fase de vida parasitária que terá a duração de 18 a 28 dias, e aí passar ao verme adulto, com fecundação e início de um novo ciclo de vida. Para este desenvolvimento, os vermes necessitam de altas temperaturas aliadas a alta umidade, o que é excelente nesta região. Devido a esta fase de vida livre é que se deve pensar em realizar um manejo dos animais na pastagem aproveitando a vulnerabilidade dos vermes, ou seja, associando ao tratamento com vermífugos as práticas de manejo como a rotação dos animais na pastagem, pois se as larvas estão ali, após a vermifugação os animais devem retornar para outro piquete evitando assim, as reinfecções, sugere o pesquisador. O repouso deve ser em média de 30 dias, pois muitas larvas não sobreviverão devido à ação de raios solares, predadores e a falta de alimentação. A utilização de outras espécies de animais como ovinos, caprinos e eqüinos na mesma área e, a associação lavoura pecuária também é alternativa de controle da verminose. Além da vermifugação tradicional, existe o controle biológico por meio de fungos, utilizados em diversos países, sendo que no Brasil já existem alguns trabalhos. Também, estão sendo desenvolvidos experimentos com o Besouro Africano Digitontonphagus gazella, que poderá ser distribuído no bolo fecal de bovinos, onde o mesmo constrói as galerias no interior do solo até 25 a 30 cm, realizando o enterrio das fezes, para sua alimentação e preparo das peras utilizadas para a sua reprodução. Neste procedimento, os ovos e larvas dos vermes ficam desprotegidos sofrendo ação dos raios solares e alagações pelas chuvas tornando o ambiente desfavorável para o desenvolvimento dos vermes ainda na fase de vida livre.
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