DIVERSÃO – Canal TCM encerra sessão nessa quinta-feira (25) com os clássicos “Spartacus” e “Frankenstein” – Confira críticas
Foto: Divulgação
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O canal TCM (Canal 56/Sky - Via a Cabo/Canal 46) encerra hoje a sua maratona de filmes intitulada: “50 Filmes Que Você Deveria Ver Antes de Morrer”, 2ª edição. Do dia 1º dezembro até essa quinta-feira, 25, se completam os 50 filmes programados (era exibidos dois filmes por dia, sempre a partir das 22h00 - horário de Brasília - – aqui em Rondônia, em vista do horário de verão, a programação tem início às 20h00). Durante esse período foram escritas 50 críticas inéditas dos filmes que constavam na programação. Apesar de trabalhoso, para apaixonados por cinema, como eu, Marcos Souza, e Humberto Oliveira, o TCM proporcionou uma revisitação aos grandes clássicos e trazer à memória as emoções dos filmes que ainda nos provocaram como da primeira vez que os assistimos – quando não no cinema nos velhos VHS (ainda antes da geração DVD). Para fechar esse ciclo espetacular nessa quinta-feira são dois grandes clássicos a serem exibidos: o épico “Spartacus” e o terror “Frankenstein”. Se puder, confira os dois e aguarde que no final do ano que vem tem mais, a 3 ª edição de “50 Filmes Que Você Deveria Ver Antes de Morrer”. Até lá e boa diversão.
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SPARTACUS – Por Humberto Oliveira
Spartacus (1960) é a combinação perfeita de história e espetáculo para criar um drama emocionante de amor, compromisso e a eterna luta do homem pela liberdade À primeira vista o filme dirigido por Stanley Kubrick parece um daqueles épicos antigos dirigidos por Cecil B. De Mille. No entanto, um olhar mais atento, revela que este épico, para os padrões de Hollywood, é altamente político.
Um dos roteiristas era Dalton Trumbo que, por muitos anos assinou seus scripts usando pseudônimo. Seu nome constava de uma famosa lista negra, conhecida como “Os dez de Hollywood” à época da caça às bruxas. Trumbo foi preso, acusado de comunista e por se negar a delatar seus companheiros e assim ficou impedido de exercer sua profissão. Mas Kubrick não quis nem saber e o chamou para escrever o roteiro baseado na obra de Howard Fast.
Spartacus (Kirk Douglas), um homem que nasceu escravo, luta como gladiador para o Império Romano enquanto sonha com o fim da escravidão. Ele lidera uma revolta de escravos, que atinge metade da Itália. Inicialmente as legiões romanas subestimaram seus adversários e foram todas massacradas, por homens que não queriam nada de Roma, além de sua própria liberdade. Até que, quando o Senado Romano toma consciência da gravidade da situação, decide reagir com todo o seu poderio militar.
Extraordinário clássico, a principio dirigido por Anthony Mann (despedido pelo astro e produtor do filme Kirk) ficando a cargo de Stanley Kubrick que havia trabalho com Douglas no excelente Glória feita de sangue (Paths of Glory, 1957), um dos melhores filmes de guerra da história do cinema. Spartacus deixa Gladiador no chinelo. Enquanto o “oscarizado” filme de Ridley Scott usa e abusa de efeitos de computador, Kubrick utilizou mais de 8500 extras nas cenas de batalha entre o exército romano e a rebelião liderada por Spartacus.
O filme ganhou quatro Oscars: Ator Coadjuvante (Peter Ustinov), Fotografia, Direção de Arte e Figurino. Foi ainda indicado nas categorias de Edição e Trilha Sonora. Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme (Drama). No elenco nomes como Kirk Douglas, Laurence Olivier, Jean Simmons, Peter Ustinov e Charles Laughton.
Kubrick considerava Spartacus um filme menor. Segundo ele, os produtores teriam alterado a montagem final para tornar a obra mais palatável. A verdade é que o diretor, com sua falsa modéstia, não gostava de reconhecer os muitos méritos do filme. A história real do escravo rebelde Spartacus, Kirk Douglas numa interpretação marcante, rendeu um filme denso e emocionante, talvez o melhor épico já feito. O roteiro do socialista Dalton Trumbo enfatiza a importância social do herói. Atenção para os créditos iniciais do mestre Saul Bass, autor das inesquecíveis aberturas de Um Corpo Que Cai, Psicose, Cassino e O Homem do Braço de Ouro.
Como todo grande clássico, Spartacus foi muito bem recebido tanto pela mídia estrangeira como pela brasileira. Leonard Maltin aprovou a produção, destacando a magnífica trilha sonora de Alex North, as marcantes cenas de batalha e as deliciosas performances de Laurence Olivier, Charles Laughton e Peter Ustinov.
Em 1991 foi lançada uma versão restaurada de Spartacus, que continha 13 minutos a mais que o original. Nesta nova versão, o ator Anthony Hopkins dublou a voz de Laurence Olivier na cena de banho entre seu personagem, Crassus, e Antoninus (Tony Curtis). Spartacus foi refilmado para a TV e estrelado por Goran Visnjic no papel principal. Fique com o original.
Spartacus é um dos filmes que encerram nesta quinta-feira (25) a partir das 20h00 a sessão “50 Filmes Que Você Deveria Ver Antes de Morrer” que o Canal TCM vem exibindo desde o dia 1º de dezembro. O TCM finaliza a programação com um clássico de terror Frankenstein (1931) cuja exibição acontece também nesta quinta-feira a partir das 23h15. Dois grandes filmes. Dois gêneros diferentes. Mas diversão garantida. Não esqueça a pipoca.
Humberto Oliveira é jornalista e cinéfilo, mantém o blog ALMANAQUE
FRANKENSTEIN – Por Marcos Souza
Dos filmes de “monstros”da Universal “Frankenstein” (Idem/1931) é o meu favorito, apesar de algumas alterações na adaptação do famoso livro de Mary Shelley que não chega a comprometer de todo a essência da obra, um dos grandes clássicos da literatura fantástica. À saber, a mudança do nome original do cientista que dá vida ao monstro, enquanto no livro ele se chama Victor, no filme virou Henry, e outro detalhe interessante é que na obra escrita o monstro fala e tem até consciência, já no filme ele se torna uma figura que apenas grunhi, sendo ainda mais patética, e aí está a visão notável que o diretor James Whale deu a sua versão, tornando o filme um marco do gênero.
Realizado logo após a criação do cinema falado, “Frankenstein”é uma obra singular, feita com grande talento e cuja figura central transformaria o ator Boris Karloff (que faria outro “monstro”, a múmia) em um ícone do cinema mundial, de referência pop.
A história já é conhecida e fora revisitadas outras vezes, mas nada tão contundente quanto essa transposição para a película. Um cientista, Henry Frankenstein (Colin Cive, em excepcional interpretação), resolve levar as últimas conseqüências seus experimentos em criar vida a partir de tecidos humanos inanimados, para tanto ele constrói uma criatura com restos de cadáveres, roubados de um cemitério de uma pequena cidade alemã, e revivê-la através da energia concentrada dos raios de uma tempestade.
Quando o cientista consegue ser bem sucedido em sua experiência e consegue com que a criatura viva, ele se equipara a Deus numa célebre frase: “It's alive! It's alive! Now I know what it feels like to be God!” ("Está vivo! Está vivo! Agora eu sei o que é se sentir como Deus!"). Porém como tudo aquilo que é desconhecido ao homem, a criatura, que recebe o nome de seu criador, Frankenstein, desencadeia uma série de ações inesperadas quando foge do castelo e resolve seguir caminhos antes nunca percorrido.
Ele acaba encontrando um cego, uma menina por quem vai estabelecer uma relação fraternal delicada, mas acaba sendo refutado e perseguido pelos aldeões que entendem que a criatura é maldita e precisa ser destruída, assim como o seu criador.
É um filme de horror gótico por excelência e que estabeleceu parâmetros para filmes que vieram depois. Da influência do expressionismo alemão, com a excelente fotografia em preto e branco, até os cenários bem arrumados e criativos, algumas seqüências são célebres, como a primeira aparição do monstro costurado com restos de cadáver, assim como os dramáticos closes do seu rosto. Há de destacar a excelente maquiagem (do expert Jack Pierce) aplicada no ator Boris Karloff, que virou referência no gênero, até transformá-lo num ícone.
Difícil não se impressionar com a bestialidade quase infantil do monstro, seja em seus momentos de fúria ou de pureza, afinal se trata de uma criatura renascida, com uma mentalidade reduzida. O filme fez um grande sucesso na sua época e quase foi impedido de ser exibido em alguns cinemas, pois os censores acreditavam que o filme era por demais assustador, até mesmo por causa da sua narração inicial (feita de forma dramática por Edward Van Sloan, que no filme é o mentor do cientista), situando o espectador a entrar em um espetáculo de horror e medo – claro, uma jogada inteligente dos produtores – e pela falta de uma trilha sonora constante, ela só surge no início e no fim, tornando o clima tenso e sugestivo todo o tempo.
Quatro anos depois o diretor James Whale faria o também excelente “A Noiva de Frankenstein” (Bride of Frankenstein/1935), que repercutiu tão bem quanto o original. Homossexual assumido, Whale foi um diretor talentoso e que teve parte da sua vida contada no filme, “Deuses e monstros”(Gods and monsters/1998), que capta justamente os momentos em que ele rodou os dois filmes de Frankenstein – mostrando o que foram os bastidores, num belíssimo trabalho de interpretação do ator Ian McKellen (que se consagraria como Magneto na série cinematográfica dos X-Men e como Gandalf na trilogia “O Senhor dos Anéis”).
Marcos Souza é editor-chefe do Rondoniaovivo e mantém os blogs Nada a Declarar e Transcosmopolitanationmix.
PROGRAMAÇÃO:
1. "O expresso de Xangai" (Shanghai Express, 1932) - Segunda (1), 20h
2. "Juventude transviada" (Rebel without a cause, 1956) - Segunda (1), 21h25
3. "Um dia de cão" (Dog day afternoon, 1975) - Terça (2), 20h
4. "Diabo a quatro" (Duck soup, 1933) - Terça (2), 22h10
5. "O show deve continuar" (All that jazz, 1979) - Quarta (3), 20h
6. "O que terá acontecido a Baby Jane?" (What ever happened to Baby Jane?, 1962) - Quarta (3), 22h10
7. "Rio vermelho" (Red river, 1948) - Quinta (4), 20h
8. "Perseguidor implacável" (Dirty Harry, 1971) - Quinta (4), 22h15
9. "O ocaso de uma lenda" (This is Spinal Tap, 1984) - Sexta (5), 20h
10. "Vampiros de almas" (Invasion of the body snatchers, 1956) - Sexta (5), 21h30
11. "O barco – Inferno no mar" (Das boot, 1981) - Sábado (6), 20h
12. "O poderoso ch1efão" (The godfather, 1972) - Sábado (6), 22h30
13. "Os dez mandamentos" (The ten commandments, 1956) - Domingo (7), 20h
14. "Aventuras de Robin Hood" (Adventures of Robin Hood, 1938) - Domingo (7), 23h45
15. "Matar ou morrer" (High noon, 1952) - Segunda (8), 20h
16. "Confidências à meia-noite" (Pillow talk, 1959) - Segunda (8), 21h30
17. "Todos os homens do presidente" (All the president's men, 1976) - Terça (9), 20h
18. "Grande Hotel" (Grand Hotel, 1932) - Terça (9), 22h25
19. "Pacto de sangue" (Double indemnity, 1944) - Quarta (10), 20h
20. "A princesa e o plebeu"(Roman holiday, 1953) - Quarta (10), 21h55
21. "O enigma do outro mundo" (The thing, 1982) - Quinta (11), 20h
22. "Amargo pesadelo" (Deliverance, 1972) - Quinta (11), 21h55
23. "Agonia e glória" (The big red one, 1980) - Sexta (12), 20h
24. "O iluminado" (The shining, 1980) - Sexta (12), 22h
25. "Três homens em conflito - O bom, o mau e o feio" (The good, the bad & the ugly, 1966) - Sábado (13), 20h
26. "Os doze condenados" (The dirty dozen, 1967) - Sábado (13), 22h50
27. "A marca da maldade" (Touch of evil, 1958) - Domingo (14), 20h
28. "Os pássaros" (The birds, 1963) - Domingo (14), 21h40
29. "A força do destino" (An officer and a gentleman, 1982) - Segunda (15), 20h
30. "Noivo neurótico, noiva nervosa" (Annie Hall, 1977) - Segunda (15), 22h10
31. "Meu amigo Harvey" (Harvey, 1950) - Terça (16), 20h
32. "Um dia em Nova York" (On the town, 1949) - Terça (16), 21h50
33. "A conversação" (The conversation, 1974) - Quarta (17), 20h
34. "Galante e sanguinário" (3:10 to Yuma, 1957) - Quarta (17), 21h55
35. "O terceiro homem" (The third man, 1949) - Quinta (18), 20h
36. "No calor da noite" (In the heat of the night, 1967) - Quinta (18), 21h45
37. "Tootsie" (Tootsie, 1982) - Sexta (19), 20h
38. "Se meu apartamento falasse" (The apartment, 1960) - Sexta (19), 22h
39. "Os irmãos Cara-de-Pau" (The Blues Brothers, 1980) - Sábado (20), 20h
40. "O selvagem" (The wild one, 1954) - Sábado (20), 22h15
41. "Por quem os sinos dobram" (For whom the bell tolls, 1943) - Domingo (21), 20h
42. "O sol é para todos" (To kill a mockingbird, 1962) - Domingo (21), 22h40
43. "Entre dois amores" (Out of Africa, 1985) - Segunda (22), 20h
44. "Cupido é moleque teimoso" (The awful truth, 1937) - Segunda (22), 22h45
45. "O planeta proibido" (Forbidden planet, 1956) - Terça (23), 20h
46. "Dr. Fantástico" (Dr. Strangelove or: How I learned to stop worrying and love the bomb, 1964) - Terça (23), 21h45
47. "A felicidade não se compra" (It's a wonderful life, 1946) - Quarta (24), 20h
48. "A roda da fortuna" (The band wagon, 1953) - Quarta (24), 22h15
49. "Spartacus" (idem, 1960) - Quinta (25), 20h
50. "Frankenstein" (Frankenstein, 1931) - Quinta (25), 23h10
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