ALMANAQUE - TV, anos 70, Noel Rosa e lembrança de Guarnieri

ALMANAQUE - TV, anos 70, Noel Rosa e lembrança de Guarnieri

ALMANAQUE - TV, anos 70, Noel Rosa e lembrança de Guarnieri

Foto: Divulgação

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*Depois do Editorial que o articulista fez vou escrever o que mais sobre a coluna dessa semana? Heim? Difícil, mas o que posso adiantar é que “Almanaque” tá recheada de novidades que vão desde duas críticas certeiras sobre TV – um para uma das piores novelas em exibição atualmente e outra sobre um bacana programa de fim de noite - . Vale a pena conferir também uma homenagem ao, agora, saudoso e importante dramaturgo ítalo/brasileiro Giafranceso Guarnieri (a foto que ilustra a coluna essa semana é do filme “Eles não usam black-tie”, com Guarnieri e Fernanda Montenegro), um ícone da dramaturgia brasileira, tanto no teatro, quando no cinema e na TV. Humberto lembra também do humor sarcástico, visceral e sempre atual de Stanislaw Ponte Preta, alter ego do jornalista Sérgio Porto, um dos grandes escribas nacionais, que é literalmente “descarnado” em livro do jornalista Renato Sérgio e lançado pela Ediouro. Confira o seu comentário sobre o mega-lançamento de um item precioso da Coleção da Funarte, juntamente com a Universal Discos, que resgata a obra valiosíssima de Noel Rosa, são 229 gravações em suas versões originais distribuídas por 14 cds. Que maravilha!!! *Por fim, mas com o mesmo destaque, vale conferir também a sua dica sobre outro item mágico para apreciadores de “cultura pop”, o lançamento do livro “Almanaque Anos 70”, da jornalista Ana Maria Bahiana, que traça um painel divertido e saboroso sobre os ícones populares que marcaram essa década, considerada por muitos como “cafona”. *No mais caro leitor/internauta, divirta-se e tenha uma boa leitura. *(Marcos Souza, editor de cultura do site) *- *
EDITORIAL
*Hoje quero falar de amizade. Sim. Daquela amizade que soma. Da amizade recíproca, legitima e acima de tudo, sincera. Sabemos que uma verdadeira amizade é algo raro nos dias de hoje, mas existe e acredito na força que um amigo fiel pode nos dar. Amizade é um ótimo remédio para muitos males como a solidão. Posso dizer que tenho um amigo que se enquadra nisso tudo que acabei de descrever acima. Um amigo que chamo de irmão, pois é assim que o considero, um irmão. Nossa parceria vem de longe e fizemos muito juntos, inclusive ele teve que me agüentar durante os quatro anos de faculdade e com ele aprendi muito e continuo aprendendo, pois as verdadeiras amizades são assim mesmo – para que possamos aprender. Este amigo a quem me refiro foi a primeira pessoa que conheci quando cheguei a Porto Velho em 1997, e de lá para cá quase nove anos se passaram. Eu o conheci na redação do Jornal Alto Madeira quando ele ali trabalhava como Editor do Caderno de Cultura. Logo ficamos amigos graças a uma afinidade, que eu diria, definitiva – a paixão pelo Cinema. Sem essa amizade esta coluna não seria a mesma, aliás, sequer existiria. Esta é a minha forma de agradecer ao amigo e irmão Marcos Souza, perdoem o superlativo, este grande jornalista que tenho a honra e o prazer de desfrutar da amizade e da ótima e imprescindível conversa. *Bem amigos, no ALMANAQUE desta semana... *
NOVELA
*SOBRE COBRAS E LAGARTOS - Quando o roteirista de CENTRAL DO BRASIL, João Emanuel Carneiro estreou na televisão com a novela DA COR DO PECADO, realmente fiquei surpreso com sua capacidade de prender a atenção do espectador com sua trama. Passado esse primeiro momento, eis que João Emanuel brinda o público com a nova COBRA E LAGARTOS, que começou até bem, no entanto, a síndrome de Carlo Lombardi o atingiu em cheio, ou seja, a trama criada por ele ganhou ares de “samba do crioulo doido”, isso mesmo, ninguém entende mais nada, a novela pirou na batatinha e o autor parece perdido, louco para contornar a situação, porém está cada dia mais difícil – Leona apaixonada por Duda, Estevão ama Leona, mas casou com Bel, Omar morreu e seu fantasma atormenta Foguinho, e assim vai! Tudo bem que novela é assim mesmo, no entanto, não precisa exagerar transformando todos os personagens em pessoas histéricas, egoístas, mentirosas, vis, maldosas, interesseiras, menos, claro, o mocinho Duda, vivido sem inspiração pelo superestimado Daniel de Oliveira, o canastra Henri Castelli como Estevão (fala sério, eita atorzinho sem carisma!) a Leona de Carolina Dickerman, cuja interpretação dá vontade de mudar de canal para assistir a FEIA MAIS BELA (cruz credo!), ou FLORIBELLA (vade retro) MANDACARÚ (Deus que me perdoe) e qual a opção? Sem dúvida desligar o aparelho e dormir um pouco, jogar baralho, uma partida de dominó, sei lá, qualquer coisa, menos assistir esse lixo chamado COBRAS E LAGARTOS e ponto final. Melhor mesmo é rever a deliciosa CHOCOLATE COM PIMENTA, reprisado no Vale a pena ver de novo a partir desta segunda, 24 de julho. Não é nenhuma obra prima, porém dá de dez a zero em COBRAS E LAGARTOS, disso pode ter certeza. *
PROGRAMA
*APRENDENDO SOBRE SEXO - Programa com duração de 30 minutos exibido pelo SBT aos domingos a partir das 23 horas, apresentado pela psicóloga e sexóloga Carla Cecarello, é uma boa opção para aqueles que têm dúvidas e mais dúvidas sobre sexo. O tratamento dado pela apresentadora aos temas abordados, que vão desde virgindade, masturbação, frigidez, traição, sexo oral são comentados com leveza, descontração e acima de tudo com verdade e durante o programa Carla Cecarello, sempre simpática, responde dúvidas sobre sexo por email, telefone e ainda são realizadas enquetes nas ruas e sempre recebe alguém para falar sobre temas os mais variados, ligados ao sexo. *APRENDENDO SOBRE SEXO é um programa para quem sabe que sexo não é o mais importante em um relacionamento, mas tem consciência que o sexo faz parte da vida. *Outro atrativo interessante que a apresentadora usa para ilustrar os temas, são cenas de filmes como INSTINTO SELVAGEM, ATRAÇÃO FATAL, INFIDELIDADE, SEGUNDAS INTENÇÕES, LIGAÇÕES PERIGOSAS, entre outros. *
HOMENAGEM
*MORRE GIAFRANCESCO GUARNIERI - Nascido em Milão no dia 06 de agosto de 1934, Gianfrancesco Guarnieri faleceu no sábado, 22 de julho, de enfisema pulmonar, deixando a arte de escrever e representar um pouco mais pobre. *Guarnieri começou sua vida artística aos 18 anos. Em 1955 passou a escrever. De sua arte nasceram textos que levariam para o palco, pela primeira vez, o brasileiro comum, o operário – ELES NÃO USAM BLACK TIE – escrita em 1958 arrebatou o público nascendo ali uma nova forma de fazer teatro, de representar, ou seja, levando os problemas brasileiros para o centro do palco. Entre 1958 e 1968, Guarnieri escreveu peças como GIMBA, A SEMENTE, ARENA CONTA ZUMBI, ARENA CONTA TIRADENTES, UM GRITO PARADO NO AR, PONTO DE PARTIDA e muitas outras. *Mas Guarnieri também foi homem de cinema e televisão. Sua estréia nas telas se deu em 1957 quando protagonizou O GRANDE MOMENTO, de Roberto Santos, para muitos o verdadeiro marco zero do Cinema Novo, Mais tarde atua ao lado de Fernanda Montenegro na adaptação de ELES NÃO USAM BLACK TIE para cinema, filme dirigido por Leon Hirszman em 1981, grande vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza naquele ano, entre tantas outras premiações importantes para o cinema nacional. *Gianfrancesco Guarnieri atuou em novelas como A MURALHA, primeira versão de 1968 exibida pela extinta TV Excelsior, atuou na primeira versão de MULHERES DE AREIA, escrita por Ivani Ribeiro em 1973 como Tonho da Lua; fez também uma das versões de Éramos seis, ao lado de Nicete Bruno. Seu último papel foi do italiano Pepe em BELÍSSIMA de Silvio de Abreu. *Esta é a nossa singela homenagem a este dramaturgo, ator, compositor, poeta, diretor e acima de tudo um brasileiro que deixará saudades naqueles que amam a arte de representar e de escrever. Ave Gian! *
LIVRO
*ALMANAQUE ANOS 70 - A jornalista e escritora Ana Maria Bahiana resolveu revisitar os anos 70, do projeto resultou o livro ALMANAQUE ANOS 70 – LEMBRANÇAS E CURIOSIDADES DE UMA DÉCADA MUITO DOIDA, lançado pela Ediouro em meados de maio. *O livro é um prato cheio para os nostálgicos e curiosos de plantão – o livro tem de tudo. Dividido em duas partes – a primeira recebeu o título de CARETAS E DESBUNDADOS, e traz temas como os ícones do período que vai de 1970 a 1974, o estilo, a música, artes e manhas, curtição, esporte e mídia, quanto a segunda, o leitor se depara com DISCOTECA E ROCK IN ROLL, que abarca os anos de 1975 até 1979. *Assim como o comentado nesta coluna ALMANAQUE ANOS 80, este sobre o anos 70 segue o mesmo padrão. Apesar daqueles que são absurdamente contra esse apego ao passado, os dois livros fazem sucesso e mostram que saudade não tem idade e que se todos pudessem voltar no tempo, mesmo que por algumas horas ou dias, voltariam com certeza. ALMANAQUE ANOS 70 garante ao leitor esta viagem. A vantagem é que você não ficará preso no passado como os cientistas Tony Newman e Doug Philips do seriado de Irvin Allen TÚNEL DO TEMPO. *
LIVRO
*SÉRGIO PORTO – MAIS ATUAL QUE NUNCA - O caro leitor já ouviu falar em Sérgio Porto? Não! E em Stanislaw Ponte Preta? Também não! Pois é, mas com o lançamento do livro DUPLA EXPOSIÇÃO – STANISLAW SÉRGIO PONTO PORTO do jornalista Renato Sérgio e editado pela Ediouro, você tem a chance de conhecer um dos maiores humoristas e escritores que o Brasil teve a oportunidade de abrigar. *Na verdade o livro, segundo o autor, não é uma biografia, mas um perfil, uma crônica sobre o fabuloso Sérgio Porto ou Stanlislaw Ponte Preta, o seu alter-ego na imprensa. Sim, ele era jornalista, e também radialista, apresentador de televisão, escritor, dramaturgo, e acima de tudo humorista, daqueles que faz piada até com a própria morte, imagina da dos outros. Sérgio era implacável em sua crítica sagaz, irônica e que entre outras obras primas brindou os leitores com o fantástico FEBEAPÁ – FESTIVAL DE BESTEIRAS QUE ASOLA O PAÍS – que está cada dia mais atual. *O bom humor de Sérgio Porto era uma tendência natural, revelada desde a infância nos apelidos e imitações de pessoas que ele fazia na escola. Um humor espontâneo, que o futuro jornalista e escritor colocaria em sua engraçadíssimas crônicas satíricas publicadas em jornal. Daí nasceu Stanlislaw Ponte Preta, pseudônimo que Sérgio passaria usar, colocando-se na figura do personagem-narrador das histórias de uma incrível família Ponte Preta. *Das páginas dos jornais e revistas, as crônicas passaram aos livros e o sucesso continuou, em TIA ZULMIRA E EU, PRIMO ALTAMIRANDO E ELAS, o citado FEBEAPÁ e tantos outros. É isso que o livro de Renato Sérgio resgata quando ele mesmo absorve o estilo de Sérgio Porto para contar a história desde gênio vitimado por um enfarte (o terceiro que sofria) em 29 de setembro de 1968 aos 45 anos. *
COLEÇÃO
*Para os apreciadores da boa música popular brasileira, nada melhor que a coleção NOEL PELA PRIMEIRA VEZ. A coleção idealizada por Omar Jubran em parceria com a FUNARTE, Ministério da Cultura e Universal Discos e reúne toda a discografia de Noel Medeiros Rosa, ou simplesmente Noel Rosa, um dos maiores compositores que o Brasil já conheceu. *São 229 gravações em suas versões originais distribuídas por 14 cds e ainda um livreto com as letras de todas as músicas e prefácio de João Máximo, autor da mais completa biografia do compositor. *Noel Rosa nasceu em 1910 e mesmo morrendo jovem, aos 35 anos incompletos em 1937, deixou extraordinária herança musical que influenciaria compositores como Tom Jobim e principalmente Chico Buarque. *Noel Rosa é autor de clássicos como TRÊS APITOS, ÚLTIMO DESEJO, CONVERSA DE BOTEQUIM e FEITIO DE ORAÇÃO em parceria com Vadico, FEITIÇO DA VILA. PALPITE INFELIZ entre outras pérolas valiosas do nosso cancioneiro. *NOEL PELA PRIMEIRA VEZ, uma coleção que vale ouro. Nota 10. *- *### A partir da próxima semana a Coluna ALMANAQUE contará com novas seções fixas abordando temas como compositores, literatos, continuam as dicas de livros e dvds, comentários sobre filmes, música e televisão. *- *
DEDICATÓRIA
*Caros amigos da Coluna Almanaque peço licença mais uma vez para fazer uma dedicatória especial. Desta vez dedico o Almanaque aos nove anos de casado que completo nesta quarta-feira, 26 de julho de 2006. Dedico a minha mulher Katia e também a àquela que se tornou a maior alegria de nossas vidas – nossa filha Carolina. *- Bem amigos, o Almanaque desta semana fica por aqui, mas semana que vem estaremos de volta. Um forte abraço e até lá. *Humberto Oliveira é bacharel em jornalismo e deu uma espanada no seu velho jeans “boca de sino” e uma engraxada na sua bota de salto plataforma depois de ler o “Almanaque Anos 70”.
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