REINTEGRAÇÃO: ‘O mais importante é não perder nossa casa’, diz moradora do bairro Maringá

Habitantes do bairro da zona Norte temem perder suas casas

REINTEGRAÇÃO: ‘O mais importante é não perder nossa casa’, diz moradora do bairro Maringá

Foto: Líder comunitário Terrinha e duas moradoras do Maringá foram entrevistados pelo Rondoniaovivo nesta segunda (17) / Solano Ferreira

Nesta segunda-feira (17), ao descrever a vida no bairro Maringá, Naiane Santos Souza, de 30 anos, descreve um cotidiano pacato e familiar. “Apesar de ser considerado uma ‘zona vermelha’ eu nunca vi nada dessa cor - nem sangue e nem outra coisa”, brincou a porto-velhense, em entrevista ao jornal Rondoniaovivo
 
“Moro lá há oito anos. Tem tudo. Farmácia, supermercado, escola para as crianças”, contou. “Foi onde eu consegui minha casa própria. Antes eu morava de favor com a minha mãe. Era ótimo até descobrirmos esse problema”. O problema ao qual Naiane se refere é a possibilidade de perder o seu lar. 
 
Isso porque o bairro Maringá, que faz divisa com os bairros Teixeirão e Planalto, na zona Norte de Porto Velho (RO), está em processo de reintegração de posse. A insegurança jurídica que incomoda os moradores do bairro, conterrâneos de Naiane, não é nova. Mas foi reavivada recentemente, quando um advogado de Porto Velho registrou um processo contra os moradores do bairro. 
 
O jurista alega que os terrenos, ocupados pelas pessoas que moram no bairro Maringá, são dele. Os moradores, em contraponto, dizem que a área pertence à União e que o terreno do tal advogado fica, na verdade, logo ao lado de onde moram os ‘maringaenses’. Para tentar provar isso, o líder comunitário Irailton de Souza, também conhecido como Terrinha, que acompanhou Naiane durante a entrevista, disponibilizou para o jornal uma série de documentos registrando parte do processo de regularização das áreas. “Cerca de 1.800 famílias ocupam essa região. Nós fomos, recentemente, pedir uma ação do Governo [para resolver isso]”, disse Terrinha. 
 
 
FOTO: Da esq. p/ dir.: Terrinha, líder comunitário e Naiane Souza e Gabriele Ferreira, moradoras do Maringá. — Solano Ferreira
 
Na companhia de moradores dos bairros Maringá e Teixeirão, o líder comunitário protestou em frente à sede da Secretaria de Estado de Patrimônio e Regularização Fundiária (Sepat), cobrando mais agilidade na regularização das áreas. “Eu defendo o que é certo. A área estava abandonada e hoje tem função social. ‘Eles’ [da Sepat] parecem que não conhecem o processo. Precisamos de uma investigação federal aqui em Rondônia.”, cravou o líder comunitário.
 
Com a ajuda de Terrinha, Naiane e os outros moradores do Maringá fortaleceram laços com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), com membros do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e com políticos locais. Apesar disso, a inquietude dos ‘maringaenses’ não vai terminar enquanto não eles conseguirem os títulos de regularização.  “A coisa mais importante agora é não perder a nossa casa.”, finalizou Naiane.
 
 
FOTO: Moradores da região em frente à sede da Sepat — Reprodução
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