Se Mariana segue favorita neste estágio da campanha, nos debates o favorito é Leo Moraes
Foto: Divulgação
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A seca, reduzindo o nível dos rios amazônicos, expôs a surpresos pescadores antigos canhões de bronze usados pelo reino português no Forte de São Francisco, no século XVIII, em Tabatinga (AM). As carcaças carcomidas dos canhões, outrora importantes símbolos do orgulho luso em manter esta região do mundo como sua se mostram hoje como reflexões entre as lutas daquele passado e do presente. Naquela época, o forte significava o domínio luso sobre a região, regulando o comércio e ocupação.
Com a independência, em 1822, o Brasil passou do domínio português ao domínio britânico e a partir da II Guerra à esfera dos EUA. A cada passo da história, mais o forte se estragava e a cada século o passado visita o presente para revelar erros e acertos.
O pior erro do passado foi ter tentado proteger a região de ocupações militares, como se percebe pelos diversos canhões que compunham o forte, sem perceber que a biopirataria atacou com força a biodiversidade, a começar pelo pau-brasil, que deu nome ao país, mas foi reduzido a quase nada. Depois, o caso da borracha e mais recentemente na Guerra do Cupuaçu.
A empresa japonesa que registrou o cupuaçu como sua propriedade só teve a patente quebrada depois de uma longa batalha na justiça, vencida há vinte anos. O cupuaçu é finalmente nosso, mas muitas plantas e animais que poderiam servir ao enriquecimento dos povos da floresta já deixaram de ser.
As movimentações
Para situar os caros leitores sobre o momento do segundo turno nas eleições de Porto Velho estou publicando o pensamento corrente nos comitês de campanha dos chapas brancas (as lideranças ligadas ao prefeito Hildon Chaves, ao governador Marcos Rocha e ao presidente da ALE Marcelo Cruz), que apoiam a candidata Mariana Carvalho (União) e o posicionamento do momento dos “contras” (aqueles que estão alinhados ao candidato da oposição Leo Moraes (Podemos). O que se vê é teremos uma reta final emocionante, caros aldeões.
Momento tenso
Envolvidos em rivalidades tribais, o que é até normal numa coalizão de 12 partidos, os chapas brancas vivem um momento tenso, com seus alquimistas tentando unificar a linguagem de sua base de apoio. Mesmo enfrentando as fogueiras de vaidades, o segmento está otimista. Não se acredita no seu QG que o adversário Leo Moraes conseguirá reduzir a vantagem de mais de 40 mil votos no primeiro turno. Também reforçam a condição de favorita de Mariana (União) com os recentes apoios de outros candidatos que participaram do primeiro turno. A onda Leo? Para eles, isto é conversa fiada e a oposição crê até em saci-pererê e boitatá.
Clima de euforia
No quartel general da campanha de Leo existe um clima de euforia com os recentes apoios recebidos, caso do ex-deputado federal Fernando Máximo alvo de golpe dos governistas no lançamento de sua candidatura a prefeito então favorito na disputa do Prédio do Relógio. A proposta de isolamento de Leo foi quebrada, e mesmo sem alianças, numa postulação isolada contra tudo e contra todos e poucos candidatos a vereança – o representante do Podemos chegou ao segundo turno. Os oposicionistas agora apostam num efeito manada em favor do seu candidato, que segundo eles, já está em andamento e, por conseguinte, numa grande virada neste segundo turno que acontecerá no próximo dia 27.
Minhas impressões
O que eu vejo nos bastidores é a possibilidade de uma reta final acirrada, com certo equilíbrio entre as forças chapas brancas (voltadas a Mariana) e dos contras (alinhadas com Leo Moraes). Petistas, comunistas e socialistas falam em neutralidade, mas votam contra Mariana por ela ser a candidata do ex-presidente Jair Bolsonaro. Conta também que Mariana tem mais rejeição do que Leo o que também ajuda a equilibrar a peleja. Temos mais duas semanas até o pleito. Mariana é ainda favorita, com sua boa diferença conquistada no primeiro turno, mas temos um efeito manada já está em curso a favor de Leo. Por isto, uma final emocionante.
E os debates?
Os debates entre os dois candidatos estão começando. Se Mariana segue favorita neste estágio da campanha, nos debates o favorito é Leo Moraes. Nem sempre favoritos levam a melhor em debates ou nas urnas, lembro certa vez que numa peleja ao Palácio Presidente Vargas, Ivo Cassol levou a melhor sobre o então todo poderoso Amir Lando, favoritíssimo pela sua eloquência. Na mais recente eleição ao governo estadual, Marcos Rogério sapateou em cima do governador Marcos Rocha, mais do que o sargento Tainha sobre o Recruta Zero, e Rocha todo meiguinho, acabou ganhando a eleição.
Via Direta
***O punhal da traição já está rolando solto neste segundo turno em Porto Velho e cada político buscando suas próprias conveniências para as eleições 2026 *** A ex-juíza Euma Tourinho, que não conseguiu chegar ao segundo turno por exibir uma imagem autoritária, já está em campanha para a Câmara dos Deputados em 2026. O partido tem uma forte nominata para a peleja ***A ameaça de racha entre o grupo político Hildon/Mariana com a coalizão Marcos Rocha/Sergio Gonçalves aumenta com algumas lideranças ligadas ao CPA mudando de lado na eleição deste ano ***O bicho estra pegando na aliança chapa branca.
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