Pesquisas recentes em neurociência têm mostrado que o esquecimento não é uma falha da mente humana, mas um mecanismo fundamental para manter o cérebro funcional. No centro desse processo está o hipocampo, região responsável pela formação de memórias e que atua como um filtro natural, decidindo quais informações devem ser armazenadas e quais podem ser descartadas.
Segundo especialistas, essa seleção contínua impede que o cérebro seja sobrecarregado por estímulos irrelevantes, garantindo espaço para novos aprendizados e respostas mais rápidas a situações cotidianas.
Um estudo publicado em 2017 pela Universidade de Toronto na revista Neuron reforça essa visão. Os pesquisadores concluíram que o esquecimento é um processo adaptativo, ou seja, uma capacidade evolutiva que ajuda o cérebro a se reorganizar. De acordo com os autores, eliminar informações consideradas pouco úteis torna a mente mais eficiente para resolver problemas, navegar em ambientes complexos e aprender novas tarefas.
A ideia contraria a visão comum de que lembrar sempre é melhor. Para os neurocientistas, esquecer faz parte do equilíbrio natural da memória um comportamento necessário para manter o cérebro ágil, seletivo e preparado para desafios futuros.